Só dicas – 10 atalhos do português para ficar fera – parte II
Descubra dicas práticas para melhorar sua escrita e comunicação.
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Dominar o português pode mesmo parecer um desafio, mas com alguns atalhos, o aprendizado se torna muito mais fácil e intuitivo. Se você já se pegou em dúvida sobre ortografia, concordância ou uso de certas palavras, este artigo é para você! Na primeira parte da série “Só dicas – 10 atalhos do português para ficar fera”, reunimos truques simples e eficientes para ajudar você a escrever e falar melhor sem complicação. Vamos lá?
Leia também: Estratégias de leitura – como ler de forma mais eficiente e produtiva
10 atalhos do português
Veja as dicas que separamos só para você e memorize tudo!
1: A gente ou agente?
A expressão “a gente” é uma locução pronominal utilizada de maneira informal para substituir o pronome nós.
Exemplo:
A gente não gosta mais desse tipo de filme.
Por outro lado, “agente” é um substantivo que se refere a alguém que desempenha uma ação ou função específica.
Exemplos:
O agente secreto foi recontratado para uma última missão.
O agente de trânsito multou todos os carros que estavam em fila dupla.
2: Por hora ou por ora?
A expressão “por hora” está relacionada ao intervalo de 60 minutos e costuma ser usada em contextos que envolvem tempo ou valores cobrados por tempo.
Exemplo:
Cobro 150 reais por hora de execução do projeto.
Já “por ora” tem o significado de por enquanto, sendo usada para indicar algo momentâneo ou provisório.
Exemplo:
Por ora não falarei nada sobre o assunto.
3: Enfim ou em fim?
O termo “enfim” é um advérbio de tempo que significa finalmente, trazendo a ideia de conclusão.
Exemplo:
Enfim chegamos em casa!
Por sua vez, “em fim” é uma locução adverbial que indica ao final de algo, sendo mais comum em expressões como em fim de ano.
Exemplo:
Em fim de ano, tudo é protelado para o ano seguinte.
4: Uso de “am” e “ão” no final dos verbos
A terminação “am” é utilizada na conjugação da terceira pessoa do plural do pretérito perfeito do indicativo, ou seja, refere-se a ações que já aconteceram.
Exemplos:
Usaram todo o crédito de internet que havia no meu celular.
Elas comeram todo o pudim que estava na geladeira.
As regras do jogo foram estabelecidas muito antes da classificação dos times.
Já a terminação “ão” é usada na terceira pessoa do plural do futuro do presente do indicativo, indicando algo que ainda acontecerá.
Exemplos:
Eles irão à escola no período vespertino a partir do ano que vem.
Todos serão informados sobre as novas regras do campeonato.
Elas caminharão por cinco quilômetros até chegarem ao próximo posto médico.
5: Que ou quem?
Os pronomes relativos “que” e “quem” são invariáveis e servem para retomar termos mencionados anteriormente na frase. O pronome “que” pode ser usado tanto para pessoas quanto para objetos ou conceitos.
Exemplos:
A garota, que se julgava tão apta, não aguentou o ritmo da competição.
O mês de setembro é o que menos me apetece devido à secura do clima.
Por outro lado, “quem” é empregado exclusivamente para pessoas ou seres personificados.
Exemplos:
Júlia é a pessoa de quem eu mais gosto da minha família.
O Sol, a quem devo tudo, me guia todos os dias. (astro sideral personificado)
6: Mas ou mais?
A palavra “mas” geralmente indica oposição e funciona como uma conjunção adversativa, estabelecendo uma relação de contraste entre duas orações.
Exemplos:
Gostaria de ter ido à sua festa, mas fui impedida pelo trabalho.
Gosto muito de chocolate, mas esta semana estou de dieta.
Já “mais” tem, na maioria das vezes, a função de advérbio de intensidade, transmitindo a ideia de acréscimo ou quantidade.
Exemplos:
Mais de uma vez perdi o ônibus por acordar atrasado.
Fiquei mais forte depois que comecei a me exercitar na academia.
7: Demais ou de mais?
A palavra “demais” pode ser um advérbio de intensidade, utilizado para reforçar o significado de um verbo, ou um pronome indefinido, referindo-se a um grupo já mencionado.
Exemplos:
Ele é chato demais, não há quem o aguente!
Os candidatos que foram aprovados nesta fase seguirão adiante, os demais serão dispensados.
Por outro lado, a expressão “de mais” é uma locução adjetiva e indica quantidade. Uma dica para evitar erros é substituí-la por “de menos”; se a substituição fizer sentido, o uso de “de mais” está correto.
Exemplos:
Achei que havia gente de mais no show de ontem.
Depois que me acalmei, vi que não havia nada de mais no que ela havia dito.
8: Em vez de ou ao invés de?
A expressão “em vez de” é uma locução prepositiva que equivale a “no lugar de”, sendo usada para indicar substituição.
Exemplos:
Em vez de ir ao cinema, preferi ir ao clube.
Minha irmã, em vez de me ligar, mandou-me mensagem.
Já a locução prepositiva “ao invés de” tem um sentido mais restrito e indica oposição ou contraste, sendo usada quando há ideias contrárias envolvidas.
Exemplos:
Você deveria ter dito “sim” ao invés de ter dito “não”.
No fim de semana, ela prefere ficar sozinha ao invés de receber amigos.
9: Aja ou haja?
A forma “aja” corresponde à conjugação do verbo “agir” e pode estar no presente do subjuntivo (primeira ou terceira pessoa do singular) ou no imperativo (afirmativo e negativo). Ela é usada para indicar comportamento ou atitude.
Exemplos:
Que eu aja conforme meus princípios. (presente do subjuntivo, primeira pessoa do singular)
Que ela aja melhor daqui para frente. (imperativo afirmativo, terceira pessoa do singular)
Que ele não aja como bem queira. (imperativo negativo, terceira pessoa do singular)
Já a palavra “haja” é uma conjugação do verbo “haver”, sendo usada no presente do subjuntivo ou no imperativo. Seu sentido principal é o de existência ou ocorrência.
Exemplos:
Que haja sempre prosperidade em sua caminhada. (presente do subjuntivo, terceira pessoa do singular)
Haja resiliência para aguentar tantas adversidades! (imperativo afirmativo, terceira pessoa do singular)
Tomara que não haja sujeira na casa quando eu voltar. (imperativo negativo, terceira pessoa do singular)
10: Por que ou porque?
A sequência “por que” é usada em perguntas diretas e indiretas, questionando motivo ou razão.
Exemplo:
Por que foi embora tão cedo?
Já “porque” é utilizado para apresentar explicações ou justificativas, funcionando como conjunção causal.
Exemplo:
Fui embora cedo porque tive dor de cabeça.
Além dessas formas, há também:
- “Por quê”: usado no final de frases interrogativas.
Exemplo: Saiu sem avisar por quê? - “Porquê”: usado como substantivo, geralmente precedido de artigo.
Exemplo: Nunca entendi o porquê daquela atitude.
Essas diferenças podem parecer sutis, mas compreender cada uma delas fará toda a diferença na sua escrita!