3 angústias que todo o professor tem

 

Quem é professor sabe: vivemos uma vida profissional estressante. Extremamente estressante. Dentre os diversos problemas enfrentados, há violência e agressividade dos alunos, excesso de cobranças das autoridades e baixos salários.

Porém, professores enfrentam ainda outros problemas, que são pouco falados. São questões muito mais complicadas, quando se trata de um profissional que entende o principal elemento da educação: não é apenas a matéria.

Como assim? São angústias que envolvem o estudante, seu contexto, sua escola, sua família.

E o grande problema, nesse caso, é que são questões muito mais difíceis de serem resolvidas, pois, envolvem uma série de medidas que, nem sempre, a escola consegue responder.

Entenda:

 

1.      O aluno com problemas em casa

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Alunos em situação de vulnerabilidade social podem ter comportamentos arredios ou agressivos, além de apresentarem sérias dificuldade de aprendizado.

Eles causam angústia em professores, pois entendemos que eles não agem daquela maneira, totalmente, por sua culpa. A parcela individual existe. Porém, ela é muito mais o resultado de um processo social falho.

Assim, o professor fica dividido, ao mesmo tempo, entre não saber como lidar com os problemas decorrentes (agressividade, atraso escolar), e não saber como ajudar.

E o que pode ser feito a esse respeito? Por mais complicado que seja, em um primeiro momento, a escola pode tentar auxiliar a família, orientando a respeito de serviços sociais e ongs de apoio.

 

2.      O aluno sem apoio familiar

Apoio familiar significa mais do que bens materiais. Lógico que eles são importantes. Porém, há outras questões, como suporte emocional e apoio psicológico.

Essa angústia é gritante, quando pensamos em alunos LGBTQIA+, advindos de famílias intolerantes. O estudante não pode ser quem ele é, perante os próprios pais.

Diante de um problema dessa natureza, o que o professor pode fazer é passar orientações individuais ao aluno (“Se proteja”, “Procure um psicólogo”, “Procure grupos de apoio”), e ir sondando a família.

A depender da família, é possível iniciar um trabalho de desconstrução dos preconceitos, para que o estudante se sinta acolhido pelos pais. Entretanto, isso é algo lento e gradual.

 

3.      O aluno toma decisões equivocadas (com anuência da família)

Alunos que tomam decisões equivocadas, tais como, ter relações sexuais muito jovens, irem a locais e festas inadequados a sua idade ou usar substâncias, já é uma situação que pode complicar a vida escolar, por si.

Se essas acontecem com anuência da família (ou seja, os pais sabem e permitem, ou até incentivam), aí temos um problema duplo. Primeiro, é a situação em si.

Não se trata de demagogia ou proselitismo. É algo simples: alguns atos não podem acontecer antes de certa idade e planejamento, porque trazem consequências negativas; outros não deveriam acontecer – ponto.

O segundo problema é a autoridade. O professor não pode desautorizar o pai.

Logo como agir? Nesse caso, é preciso fazer um trabalho duplo: primeiro com o pai, depois com o aluno. Não há garantias que qualquer um dos lados vá aceitar alguma ajuda.

Mas é preciso tentar.

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