3 exercícios de interpretação de texto para você treinar – parte IV
Treine e melhore sua compreensão e análise de textos com a parte IV deste conteúdo.
A interpretação de texto é uma habilidade essencial para quem deseja melhorar a compreensão leitora, seja para provas, concursos ou mesmo para o dia a dia. Saber identificar ideias principais, reconhecer inferências e interpretar contextos é fundamental para ampliar o conhecimento e o pensamento crítico. Por isso, treinar essa habilidade vai além de simplesmente ler: é um exercício que exige prática e reflexão.
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Nesta quarta parte da nossa série, apresentamos mais 3 exercícios de interpretação de texto para você praticar e se aprofundar no tema. Cada atividade é planejada para ajudar a desenvolver competências específicas, facilitando o entendimento e a análise de diferentes tipos de texto. Aproveite as dicas, teste seus conhecimentos e descubra como interpretar de forma mais eficaz!
3 exercícios de interpretação de texto
Questão I
(Fuvest – 2014) A civilização “pós-moderna” culminou em um progresso inegável, que não foi percebido antecipadamente, em sua inteireza. Ao mesmo tempo, sob o “mau uso” da ciência, da tecnologia e da capacidade de invenção nos precipitou na miséria moral inexorável. Os que condenam a ciência, a tecnologia e a invenção criativa por essa miséria ignoram os desafios que explodiram com o capitalismo monopolista de sua terceira fase.
Em páginas secas premonitórias, E. Mandel1 apontara tais riscos. O “livre jogo do mercado” (que não é e nunca foi “livre”) rasgou o ventre das vítimas: milhões de seres humanos nos países ricos e uma carrada maior de milhões nos países pobres. O centro acabou fabricando a sua periferia intrínseca e apossou-se, como não sucedeu nem sob o regime colonial direto, das outras periferias externas, que abrangem quase todo o “resto do mundo”.
1: Ernest Ezra Mandel (1923-1995): economista e militante político belga.
O emprego de aspas em uma dada expressão pode servir, inclusive, para indicar que ela
I. foi utilizada pelo autor com algum tipo de restrição;
II. pertence ao jargão de uma determinada área do conhecimento;
III. contém sentido pejorativo, não assumido pelo autor.
Considere as seguintes ocorrências de emprego de aspas presentes no texto:
A. “pós-moderna” (L. 1);
B. “mau uso” (L. 2);
C. “livre jogo do mercado” (L.6);
D. “livre” (L. 7);
E. “resto do mundo” (L. 9).
As modalidades I, II e III de uso de aspas, elencadas acima, verificam-se, respectivamente, em
a) A, C e E
b) B, C e D
c) C, D e E
d) A, B e E
e) B, D e A
Resposta certa:
Alternativa correta: a) A, C e E
As aspas no texto cumprem diferentes funções, evidenciando algumas intenções do autor:
- “Pós-moderna”: o autor utiliza esse termo com cautela, reconhecendo as limitações ou controvérsias associadas a ele. Isso ocorre porque o conceito de pós-modernidade, embora indique uma fase que sucede o modernismo, ainda enfrenta resistência ou incerteza na comunidade acadêmica. Alguns preferem referir-se a esse período como “contemporaneidade”.
- “Livre jogo do mercado”: as aspas destacam que essa é uma expressão técnica, utilizada no contexto econômico. Trata-se de um jargão que remete à ideia de um mercado que opera sem interferências estatais.
- “Resto do mundo”: aqui, o uso das aspas sinaliza uma intenção crítica. O autor emprega a expressão para mostrar que há um tom pejorativo embutido nela, com o qual ele não concorda.
Questão II
(Enem – 2012) “Ele era o inimigo do rei”, nas palavras de seu biógrafo, Lira Neto. Ou, ainda, “um romancista que colecionava desafetos, azucrinava D. Pedro II e acabou inventando o Brasil”. Assim era José de Alencar (1829-1877), o conhecido autor de O guarani e Iracema, tido como o pai do romance no Brasil.
Além de criar clássicos da literatura brasileira com temas nativistas, indianistas e históricos, ele foi também folhetinista, diretor de jornal, autor de peças de teatro, advogado, deputado federal e até ministro da Justiça. Para ajudar na descoberta das múltiplas facetas desse personagem do século XIX, parte de seu acervo inédito será digitalizada.
História Viva, n.° 99, 2011.
Com base no texto, que trata do papel do escritor José de Alencar e da futura digitalização de sua obra, depreende-se que
a) a digitalização dos textos é importante para que os leitores possam compreender seus romances.
b) o conhecido autor de O guarani e Iracema foi importante porque deixou uma vasta obra literária com temática atemporal.
c) a divulgação das obras de José de Alencar, por meio da digitalização, demonstra sua importância para a história do Brasil Imperial.
d) a digitalização dos textos de José de Alencar terá importante papel na preservação da memória linguística e da identidade nacional.
e) o grande romancista José de Alencar é importante porque se destacou por sua temática indianista.
Resposta certa:
Alternativa correta: d) a digitalização dos textos de José de Alencar terá importante papel na preservação da memória linguística e da identidade nacional.
A relevância de José de Alencar (1829-1877) vai além do período do Brasil Imperial (1822-1889). Como escritor versátil, ele se destacou também como jornalista, crítico, advogado, dramaturgo e político, consolidando-se como uma das personalidades mais marcantes da literatura romântica brasileira.
Dessa forma, a digitalização de sua produção literária certamente contribuirá para preservar a memória linguística e fortalecer a identidade nacional, ampliando o acesso ao seu legado.
Questão III
(Fuvest – 2013) A essência da teoria democrática é a supressão de qualquer imposição de classe, fundada no postulado ou na crença de que os conflitos e problemas humanos – econômicos, políticos, ou sociais – são solucionáveis pela educação, isto é, pela cooperação voluntária, mobilizada pela opinião pública esclarecida. Está claro que essa opinião pública terá de ser formada à luz dos melhores conhecimentos existentes e, assim, a pesquisa científica nos campos das ciências naturais e das chamadas ciências sociais deverá se fazer a mais ampla, a mais vigorosa, a mais livre, e a difusão desses conhecimentos, a mais completa, a mais imparcial e em termos que os tornem acessíveis a todos.
(Anísio Teixeira, Educação é um direito. Adaptado.)
No trecho “chamadas ciências sociais”, o emprego do termo “chamadas” indica que o autor
a) vê, nas “ciências sociais”, uma panaceia, não uma análise crítica da sociedade.
b) considera utópicos os objetivos dessas ciências.
c) prefere a denominação “teoria social” à denominação “ciências sociais”.
d) discorda dos pressupostos teóricos dessas ciências.
e) utiliza com reserva a denominação “ciências sociais”.
Resposta certa:
Alternativa correta: e) emprega com cautela o termo “ciências sociais”.
Ao incluir o termo “chamadas” antes de “ciências sociais”, o autor do texto demonstra evitar a generalização, aplicando o conceito de maneira criteriosa.