3 situações no Português que causam dúvidas na hora de escrever (e de FALAR)!

A língua portuguesa é tida como uma das mais difíceis do mundo

Escrever corretamente em português pode ser um verdadeiro desafio, mesmo para os mais experientes. A riqueza e a complexidade da língua, com suas inúmeras regras e exceções, frequentemente nos colocam em situações de dúvida e incerteza. Seja na escolha entre palavras de grafia semelhante, no uso adequado da pontuação, ou na concordância verbal, existem determinados momentos em que até os mais proficientes se veem questionando suas decisões. Conheça nessa matéria, 3 dessas situações comuns que frequentemente confundem os escritores. Vamos lá?

1. Mau X Mal

O desafio inicial que encontramos é diferenciar entre “mau” e “mal”. Embora possam soar idênticos aos nossos ouvidos, esses termos possuem usos e significados distintos. Aqui estão algumas dicas são:

“Mau”

“Mau” é um adjetivo que descreve algo negativo, ruim ou de má qualidade. É o oposto de “bom” e pode ser aplicada a pessoas, objetos ou situações. Por exemplo:

  • Ele é um mau profissional, constantemente negligenciando suas responsabilidades (note que pode ser substituído por bom sem perda de sentido)
  • Aquele restaurante oferece um mau serviço, com comida insípida e atendimento descortês (note que pode ser substituído por bom sem perda de sentido)
  • A criança teve uma noite mau, acordando várias vezes devido a pesadelos (note que pode ser substituído por boa sem perda de sentido)

 “Mal”

Por outro lado, “mal” funciona como um advérbio que descreve a forma incorreta ou imperfeita com que algo é realizado. Também pode ser um substantivo, referindo-se a um problema, doença ou sofrimento. Veja alguns exemplos:

  • Ela se expressou mal durante a apresentação, deixando o público confuso (note que pode ser substituído por bem sem perda de sentido)
  • O paciente se sentiu mal durante a consulta (note que pode ser substituído por bem sem perda de sentido)
  • Infelizmente, ele foi mal na prova, apesar de ter estudado bastante (note que pode ser substituído por “bem” sem perda de sentido)

Truque Mnemônico

Para evitar confusões, lembre-se: “Mau” é o oposto de “Bom”, enquanto “Mal” é o contrário de “Bem”. Ao substituir essas palavras pelos seus antônimos, você poderá identificar qual a forma correta a ser utilizada.

2. Porque, Porquê, Por Quê ou Por Que? Desvendando o Mistério

Outra fonte de dúvidas é a distinção entre “porque”, “porquê”, “por quê” e “por que”. Embora possam parecer semelhantes, cada uma dessas formas tem sua própria função e regra de uso na Língua Portuguesa.

“Porque”

A palavra “porque” é uma conjunção que introduz uma explicação ou justificativa. Pode ser substituída por “pois” sem alterar o sentido da frase. Exemplos:

  • Ele não compareceu à reunião porque (pois) estava doente.
  • Devemos ser pacientes, porque (pois) a mudança leva tempo.

“Porquê”

Já “porquê” é um substantivo que significa “motivo” ou “razão”. Geralmente, é precedido pelo artigo “o”. Veja como usá-lo corretamente:

  • Ela nos explicou o porquê de sua decisão de se mudar para outro país.
  • Ainda não compreendo o porquê de tanto mistério em torno desse assunto.

“Por Quê”

Quando queremos fazer uma pergunta direta sobre o motivo de algo, usamos “por quê” seguido de um sinal de pontuação (interrogação ou exclamação). Por exemplo:

  • Por quê você não me contou sobre o problema?
  • Não entendo por quê tanto alarde!

“Por Que”

Finalmente, “por que” é utilizado em frases interrogativas indiretas, podendo ser substituído por expressões como “por qual motivo” ou “pelo qual”. Exemplos:

  • Por que você chegou atrasado?
  • Por que ele vive estressado?

Saiba mais clicando aqui.

Dúvidas de Português: "surtir" ou "sortir"?
Dúvidas de Português. Imagem: Freepik

3. Mais, Mas ou Más? Navegando pelas Nuances

A última situação que abordaremos envolve a distinção entre “mais“, “mas” e “más”. Apesar de soarem quase iguais, essas palavras possuem funções gramaticais e significados distintos.

“Mais”

A palavra “mais” é um advérbio que indica uma quantidade superior ou adicional ou ainda, intensidade. É o oposto de “menos” e é frequentemente usada em comparações ou para expressar aumento. Por exemplo:

  • Este ano, tivemos mais (menos) chuvas do que no ano passado.
  • Ela precisará estudar mais (menos) para obter uma boa nota no exame.

“Mas”

Por outro lado, “mas” é uma conjunção adversativa usada para introduzir uma ideia oposta ou uma exceção. Pode ser trocada por termos como “porém”, “contudo” ou “entretanto”. Confira alguns exemplos:

  • Ela queria ir ao cinema, mas (porém) não tinha dinheiro suficiente.
  • O time jogou bem, mas (entretanto) não conseguiu vencer o adversário.

“Más”

Finalmente, “más” é um adjetivo que descreve algo negativo, ruim ou de baixa qualidade. É o oposto de “boas” e pode ser aplicado a pessoas, objetos ou situações. Por exemplo:

  • Aquele restaurante tem más (boas) avaliações devido ao serviço precário.
  • Infelizmente, ela tem más (boas) notícias a compartilhar conosco.
Deixe uma resposta

Seu endereço de email não será publicado.