40 expressões racistas que você deve eliminar do vocabulário agora
Entenda as expressões racistas no cotidiano e como elas perpetuam preconceitos e discriminação.

O racismo, disfarçado de palavras do cotidiano, ainda é uma realidade que permeia a sociedade. Muitas expressões são repetidas sem maldade ou reflexão, mas o efeito delas pode ser devastador. Você já refletiu sobre o impacto que algumas frases podem ter de forma negativa? Talvez, ao ouvir ou usar alguma delas, nunca tenha se dado conta do peso que elas carregam. Porém, compreender o impacto dessas palavras é um passo importante para a construção de um ambiente mais respeitoso e inclusivo.
O que são expressões racistas?
Você sabia que muitas dessas expressões têm raízes profundas na história? Algumas surgiram durante o período da escravidão, enquanto outras foram alimentadas pelas práticas coloniais, utilizadas para descriminalizar grupos étnicos ou raciais.
Mesmo com o tempo, essas palavras continuam presentes no nosso vocabulário, muitas vezes de forma inconsciente. E é exatamente por isso que entender a origem delas é tão importante. Assim, é possível ver o quanto é necessário reavaliar o que se diz.
Lista de expressões racistas a serem eliminadas
Alguns termos podem parecer inofensivos à primeira vista, mas eles reforçam estereótipos negativos e contribuem para a perpetuação da discriminação. Para ajudar a refletir sobre isso, confira uma lista de expressões que devem ser eliminadas do vocabulário:
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“A coisa tá preta” – faz uma associação negativa com a cor da pele negra.
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“Barriga suja” – refere-se de maneira desrespeitosa a mulheres brancas que têm filhos de pele negra.
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“Boçal” – uma palavra com raízes na época da escravidão, utilizada para caracterizar pessoas consideradas ignorantes.
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“Cabelo ruim” – uma expressão preconceituosa sobre os cabelos crespos e cacheados, vistos como inferiores.
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“Chuta que é macumba” – uma expressão que desacredita e desrespeita as religiões de matriz africana e seus rituais.
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“Cor de pele” – uma forma de definir a cor da pele de uma maneira que coloca o tom branco como padrão.
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“Criado mudo” – termo que remete à subordinação dos negros durante a escravidão, com a expectativa de que eles não falassem.
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“Crioulo” – uma palavra de conotação ofensiva usada para se referir a uma pessoa negra.
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“Da cor do pecado” – uma tentativa de elogiar a cor da pele negra, mas associando-a ao pecado e à hipersexualização.
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“Denegrir” – uma expressão que associa de forma negativa a cor “negra” a algo ruim ou desprezível.
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“Dia de branco” – termo que carrega um viés de discriminação racial.
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“Disputar a negra” – expressão que faz referência a um tempo em que mulheres negras escravizadas eram vistas como prêmios entre os homens brancos.
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“Esclarecer” – uma palavra que implica que apenas a “branquitude” possui a capacidade de oferecer verdadeira compreensão ou conhecimento.
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“Escravo” – uma palavra que reflete a ideia de que a pessoa nasce sem liberdade.
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“Estampa étnica” – usada de maneira inadequada para descrever padrões culturais de povos africanos ou indígenas.
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“Feito nas coxas” – expressão que remete à negligência e é associada aos trabalhos dos escravizados.
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“Galinha de macumba” – associando pessoas negras a animais, desrespeitando suas crenças religiosas.
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“Humor negro” – reforça uma conotação mórbida ou associada a algo ilícito com a cor negra.
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“Inveja branca” – uma expressão que tenta suavizar a inveja, vinculando-a a algo mais aceitável para as pessoas brancas.
Imagem: Freepik
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“Lista negra” – associa a palavra “negro” com coisas ruins ou proibidas.
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“Macumbeiro” – um termo ofensivo utilizado para se referir aos praticantes de religiões africanas.
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“Magia negra” – expressão que associa práticas religiosas e culturais a algo maléfico.
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“Meia tigela” – ligada à época da escravidão, quando o trabalho dos escravizados era considerado “ineficiente” e eles recebiam uma refeição menor.
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“Mercado negro” – mais uma expressão que utiliza a palavra “negro” para referir-se a atividades ilícitas.
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“Mulata” – um termo racista que sexualiza e estereotipa pessoas mestiças.
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“Não sou tuas negas” – uma frase que desrespeita as mulheres negras, colocando-as em uma posição de inferioridade e submissão.
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“Nasceu com um pé na cozinha” – insinua que o lugar de uma pessoa negra é na cozinha, fazendo uma associação com trabalhos domésticos.
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“Nega maluca” – uma expressão de baixo valor sobre a mulher negra, comparando-a a um doce, de maneira desrespeitosa.
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“Negra com traços finos” – tenta elogiar, mas associa a negritude a traços físicos considerados “feios”.
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“Negra de beleza exótica” – utiliza o termo “exótico” para tratar a beleza negra como algo incomum e fora do convencional.
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“Negro de alma branca” – sugere que pessoas negras devem se aproximar dos padrões brancos para serem valorizadas.
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“Ovelha negra” – uma expressão que carrega uma conotação de marginalização e exclusão.
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“Café com leite” – minimiza a mistura de raças, desvalorizando a identidade negra.
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“Serviço de preto” – uma expressão que vincula a ideia de trabalho de baixa qualidade à presença de pessoas negras.
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“Samba do crioulo doido” – expressa confusão de forma desrespeitosa, associando a bagunça à negritude.
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“Teta de nega” – compara um doce de chocolate ao seio da mulher negra, reforçando estereótipos sexuais e raciais.
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“Volta pro mar, oferenda” – uma expressão que desrespeita a religião africana, associando-a de forma negativa a algo indesejado.
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“Quando não está preso está armado” – reforça estereótipos negativos, associando cabelos crespos e cacheados à criminalidade.
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“Inhaca” – um termo preconceituoso, associado a odores ruins, que reflete discriminação racial.
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“Macaco” – um insulto racial desumanizante, utilizado para atacar a pessoa negra.
Fica o convite para reflexão: quantas dessas expressões já passaram despercebidas no seu dia a dia? A mudança começa no pequeno ato de reavaliar o que se diz. Se já usou ou ainda usa alguma dessas palavras, que tal deixar elas para trás e contribuir para um mundo mais inclusivo e respeitoso? Afinal, racismo é crime!