5 escritores negro-brasileiros para você conhecer

Nos últimos anos, vestibulares têm valorizado escritores negro-brasileiros, rompendo um silenciamento histórico que o cânone literário nacional vinha praticando desde que o Brasil é Brasil.

A Lei 10.639/03, sobre a obrigatoriedade do ensino de cultura afro-brasileira nas escolas tem ajudado muito, nesse sentido. Porém, é inegável que professores de literatura, negros e brancos, são vitais para a difusão das obras deles.

Mas muitos não conhecem escritores negros, por uma deficiência em sua formação (e claro, há professores racistas). Assim, trazemos aqui 5 escritores negros, vitais para a Literatura brasileira, e uma indicação dos livros.

Mas ainda há milhares de escritores. Descubra aqui.

(nota: Machado de Assis é um escritor negro-brasileiro. Mas ele, todos conhecem)

 

1.      Lima Barreto (1881-1922)

Um dos grandes escritores brasileiros de todos os tempos, Afonso Henrique Lima Barreto nasceu em uma família pobre, no Rio de Janeiro, mas desde sua juventude já demonstrava interesse por literatura.

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Começou escrevendo em jornais, e criticando a família real, e sua literatura é conhecida por usar uma linguagem coloquial e crítica aos problemas sociais brasileiros.

Apesar de sua intensa carreira de escritor, não teve sucesso comercial em vida. Sofrendo os efeitos do alcoolismo, morreu internado em um manicômio.

Leia dele: O triste fim de Policarpo Quaresma, romance sobre um nacionalista e seus ideais.

 

2.      Carolina Maria de Jesus (1914-1977)

Uma das escritoras brasileiras que mais vendeu livros em vida, passou um tempo esquecida, após a morte, mas hoje, sua obra está sendo (enfim) reabilitada.

Nascida em Sacramento, Minas Gerais, filha de meeiros, foi educada só até a 4ª serie. Em São Paulo, foi catadora de papel, morando na favela do Canindé. Foi descoberta por acaso, e logo se tornou um sucesso comercial, com seu diário.

É apontada como uma das mais importantes escritoras negras-brasileiras de todos os tempos, devido a suas imagens pungentes sobre a miséria e o racismo.

Leia dela: Quarto de Despejo, diário sobre a vida de Carolina em meio a miséria e violência em São Paulo dos anos 50.

 

3.      Carlos de Assumpção (1927)

Um dos grandes poetas brasileiros vivos, advogado de formação, ganhou fama com o poema Protesto apenas em 1982, apesar de escrever desde os anos 50. Porém, sua fama e reconhecimento só veio nos últimos 5 anos, ao ser “descoberto” pela crítica acadêmica tradicional.

Leia dele: Não Parei de gritar, a coletânea de poesias completas do escritor, lançada em 2019.

 

4.      Conceição Evaristo (1946)

Nascida em 1946, em Minas Gerais, é a mais importante escritora brasileira viva. Apesar da infância pobre, cursou Letras, e se doutorou na UFF, onde deu aulas. Seus romances sobre memória, ancestralidade e tradição fundaram um novo panorama na literatura brasileira.

Leia dela: Becos da Memória, romance sobre a reintegração de posse de uma favela.

 

5.      Lubi Prates (1986)

Escritora e psicóloga negra-brasileira, sua poesia une ativismo político e social antirracista, ao debate sobre feminismo e violência contra a mulher.

Leia dela: Um corpo negro, coletânea de poesias sobre a objetificação sofrida por pessoas negras.

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