5 mitos sobre o curso de Pedagogia
De todas as formações relacionadas ao ensino, a formação em Pedagogia é, sem sobre de dúvida, a mais importante de todas.
Tanto é que milhares de professores, de matérias variadas, fazem Pedagogia como segunda graduação. Há alguns motivos “técnicos” é claro (por exemplo, como exigência para assumir cargos de gestão escolar).
Porém, essa exigência traz em si uma verdade fundamental da Pedagogia: o curso é sobre metodologias de ensino – mais do que “ensino de crianças”, propriamente.
Reduzir essa matéria a algo próximo do trabalho de uma babá é um erro crasso. Um mito desse curso tão complexo. Conheça outros aqui.
1. “Pedagogia é cuidar de crianças”
Falar que um Pedagogo “cuida de crianças” é um erro teórico. Primeiro, porque “cuidar” é algo muito amplo.
Se formos pela atribuição, veja: cuidadores de idosos e de crianças portadoras de deficiência não são formados em Pedagogia – mas em cursos como “Cuidador de Idosos”, técnico em enfermagem ou até na graduação em Enfermagem.
Pedagogos, ao contrário, ensinam crianças – e não só. Lembre que Paulo Freire deu aulas para adultos.
Pedagogia é um curso que vai ensinar você a lidar com a transmissão do conhecimento – ou seja, vai ensinar você como dar aulas.
2. “Pedagogia é ser professor”
O mercado de trabalho de um pedagogo é muito mais amplo na educação, afinal, as professoras titulares em salas do 1º ao 5º ano são, necessariamente, pedagogas.
Mas existem outras áreas de atuação: produção de materiais didáticos, ensino e pesquisa acadêmica, assistência à crianças em contexto hospitalar (que não vão a escola regular).
Além disso, Pedagogia é um curso que lida com a produção e transmissão do conhecimento. Logo, possibilita trabalhos em campos mais técnicos ou administrativos como setores de Recursos Humanos, atendimento ao público em Ongs, entre outros.
3. “É um curso de mulheres”
Um mito cercado de preconceitos. Basta nos lembrarmos de Paulo Freire, Jean Piaget ou Bernard Charlot.
Tradicionalmente, o ensino básico era praticado por mulheres, porque a visão sobre os primeiros anos da escola era muito no sentido de “cuidar das crianças”.
Logo, o discurso machista, alinhado a uma concepção rasa de ensino associaram a profissão de pedagogo à uma (fantasiosa) ideia de “instinto natural das mulheres”.
O curso de Pedagogia é para pessoas que se interessam por metodologias de ensino e aprendizagem, em diferentes contextos.
4. “Pedagogos ensinam Português/Matemática superficialmente”
Pedagogos, de fato, não ensinam Português ou Matemática com a profundidade de alguém com essa graduação, porque eles são formados em Pedagogia.
Pedagogos aprendem o básico dessas matérias, porque o foco de seu trabalho são metodologias de ensino.
Professores polivalentes ensinam as bases das matérias, mas seu foco é ensinar o aluno a desenvolver autonomia de aprendizagem.
5. “Pedagogas têm instinto materno”
Associar o trabalho de um pedagogo a parentalidade é um erro. Pedagogia é um curso sobre trabalhar com ensino, e podem ou não envolver crianças.
Ensinar com crianças é uma possibilidade – mas antes de tudo é um trabalho, com métodos, técnicas e teorias.