5 poemas essenciais para entender o Romantismo Brasileiro
Um dos movimentos literários mais conhecidos e estudados em toda a Literatura Brasileira é o Romantismo, porque no romantismo foi que o Brasil começou a se estruturar enquanto país.
Se deve a isso, evidentemente, a chegada da Família Imperial, em 1808. Com a presença de Dom João VI no Brasil, o país passa a ser centro do Império Português; assim produtores rurais aumentam seus lucros.
Consequentemente, a “chama” do nacionalismo brasileiro é “acesa”. Logo, a produção literária dessa época foca exatamente nisso: na identidade nacional.
Mas não apenas: e a poesia de Álvares de Azevedo, que nos parece pouco nacionalista? O que foi o Romantismo Brasileiro? Saiba lendo cinco poemas-chave.
Canção do Exílio
Um dos poemas mais icônicos do Brasil de todos os tempos, a Canção do Exílio (1857) de Antônio Gonçalves Dias (1823-1864) é marcada por sua exaltação e sentimentalismo da terra.
Traz a ideia herdada da Filosofia de Rousseau, sobre o “Bom-Selvagem”, ou seja, sobre uma terra natural, sem pecados, um paraíso quase intocado por europeus.
Esse é, basicamente, o cerne do pensamento Romântico nacional: aqui é uma terra de oportunidades, e elevação moral. Logo, não amar o país seria impossível.
Marabá
Outro poema de Gonçalves Dias extremamente relevante, pois mostra os lamentos de uma “marabá”, ou seja, uma mulher mestiça de indígenas com europeus.
Marabá se entristece, porque não se adequa aos padrões de beleza europeus, apesar de sua idoneidade moral impecável.
É um poema melancólico, mas que busca reforçar a mestiçagem enquanto característica intrínseca (e positiva) do Brasil de então.
A confederação dos tamoios
Poema de Domingos Gonçalves de Magalhães (1811-1882) que se constituí como o mito-fundador brasileiro. A confederação dos tamoios é uma narrativa épica que conta a história dos primeiros anos do Brasil.
Entre os traços estéticos do poema, encontram-se a idealização dos indígenas, fazendo-os semelhantes a heróis greco-romanos, a ideia de uma união entre europeus e nativos, em nome de um bem comum e a ideia de progresso.
Esses são elementos que constituem a “identidade brasileira” de então.
Se eu morresse amanhã
Poema de Manoel Álvares de Azevedo (1831-1852), o poeta “gótico” brasileiro por excelência. Se eu morresse amanhã é a lamentação de um jovem, questionando sua própria vida, seus valores, e sua importância no mundo.
É um poema marcado pela influência do inglês Byron (1788-1824) – o macabrismo melancólico e a idealização da figura feminina.
É relevante, por ter um tom profundamente psicológico, no qual o tédio, o moralismo e a desesperança são a tônica principal.
O navio negreiro
Poema narrativo longo, de Antônio de Castro Alves (1847-1871), no qual o poeta narra os horrores do tráfico de escravizados.
O navio negreiro é um dos poemas abolicionistas mais importantes e conhecidos do Brasil, e ficou famoso pela forma agressiva que trata do problema da escravização de pessoas.
Aqui, as pessoas negras são tratadas de uma forma humanizada, e o eu-lírico da obra procura gerar compaixão e empatia com os escravizados.