Hora literária: 7 contos de Machado de Assis para conhecer o autor – parte I
Mergulhe no universo fascinante do maior escritor brasileiro. Ironia, crítica social e reflexões atemporais!
Machado de Assis é um dos maiores nomes da literatura brasileira, reconhecido por sua escrita afiada, ironia singular e reflexões profundas sobre a condição humana. Embora seja amplamente conhecido por seus romances, como “Dom Casmurro” e “Memórias Póstumas de Brás Cubas“, a genialidade de Machado também brilha intensamente em seus contos. Essas narrativas curtas, cheias de nuances e provocações, são perfeitas para quem deseja explorar o universo machadiano em pequenas doses.
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7 contos de Machado de Assis
Nós selecionamos sete contos essenciais para conhecer o autor e mergulhar em seu estilo único. Nesta primeira parte, você encontrará histórias que transitam entre o humor ácido, a crítica social e os dilemas psicológicos que ainda ecoam no mundo contemporâneo. Prepare-se para ser envolvido por enredos instigantes e personagens inesquecíveis!
Os contos mais famosos do autor
1. “As bodas de Luís Duarte” – Histórias da Meia-Noite
Com o tom irônico característico de Machado de Assis, este conto narra o casamento de Carlota, filha de José Lemos e dona Beatriz, com o jovem Luís Duarte. O narrador descreve os preparativos e a celebração desse matrimônio burguês realizado em abril, culminando com a previsão de que, no próximo janeiro, o casal terá um filho, destinado a perpetuar a “dinastia dos Lemos” — isso, claro, se a criança sobreviver à fase delicada da dentição.
2. “O anel de Polícrates” – Papéis Avulsos
Por meio de um diálogo entre dois personagens, A e Z, o conto aborda a história de Xavier, um homem que, devido ao seu comportamento esbanjador, perdeu tanto suas ideias quanto a capacidade de criar novas. A compara Xavier ao tirano Polícrates e seu anel, interpretando a “ideia perdida” de Xavier como um anel fugidio. A busca por essa ideia, que sempre escapava, trazia-lhe profunda frustração.
3. “A cartomante” – Várias Histórias
Camilo mantém um relacionamento extraconjugal com Rita, esposa de seu amigo Vilela. Após receber uma carta anônima denunciando o caso, ele decide se afastar. Rita, preocupada, consulta uma cartomante, mas Camilo ridiculariza sua crença. Ao receber um bilhete urgente de Vilela, Camilo, temendo o pior, resolve buscar a cartomante antes de encontrar o amigo. A vidente o tranquiliza, mas uma reviravolta o espera na casa de Vilela.
4. “A chinela turca” – Papéis Avulsos
O bacharel Duarte, anfitrião da história, é surpreendido pela visita do major Lopo Alves, que decide compartilhar um tedioso drama de sua autoria. A interrupção faz Duarte perder um baile que havia planejado. Quando o major percebe a falta de entusiasmo, deixa a casa ofendido. Pouco depois, Duarte é acusado por um suposto policial de roubar uma chinela turca, introduzindo um elemento cômico e surreal à trama.
5. “O relógio de ouro” – Histórias da Meia-Noite
Ao encontrar um relógio de ouro misterioso em seu quarto, Luís Negreiros exige explicações de sua esposa, Clarinha, que afirma desconhecer a origem do objeto. Dominado pelo ciúme, ele suspeita de traição e ameaça a esposa. Para sua surpresa, Clarinha entrega uma carta que acompanhava o relógio. Dirigida a Luís, a mensagem revela a verdade: “Meu nhonhô. Sei que amanhã fazes anos; mando-te esta lembrança. Tua Iaiá”.
6. “A segunda vida” – Histórias Sem Data
O conto se inicia com Monsenhor Caldas pedindo a um serviçal que chame a polícia para lidar com José Maria, a quem considera “louco”. José, no entanto, afirma lembrar-se de sua morte e da vida que viveu após reencarnar. Nessa nova existência, ele já nasceu com a experiência acumulada da anterior e narra como lidou com sua segunda chance desde a infância.
7. “Teoria do Medalhão” – Papéis Avulsos
Neste conto em forma de diálogo, um pai orienta o filho de 21 anos sobre como alcançar sucesso social tornando-se um “medalhão”. Para isso, ele deve evitar ideias originais, abster-se de reflexões profundas e preencher seu tempo com atividades superficiais. O discurso ressalta a importância das aparências sobre a essência, revelando, de forma crítica, a hipocrisia presente na sociedade.