7 frases redundantes que as pessoas usam todos os dias sem perceber
Você sabe o que é redundância?
Se você já ouviu alguém dizer “subir pra cima” ou “entrar pra dentro”, parabéns: você presenciou o milagre da redundância cotidiana. Essas pequenas pérolas da comunicação aparecem nas conversas, e, o pior de tudo, muitas pessoas falam e sequer percebem. É como colocar óculos para enxergar melhor… sendo que você já está de óculos! No texto de hoje, você irá conhecer 7 frases redundantes que as pessoas usam todos os dias sem perceber.
1. Subir para cima
Uma das redundâncias mais comuns e extremamente conhecidas é “subir para cima”. O verbo “subir” já carrega em si o significado de ir para cima, tornando a expressão pleonástica. Quando se diz “subir para cima”, o que está acontecendo é a repetição da mesma ideia, pois é impossível subir para baixo. Um exemplo correto seria simplesmente “subir as escadas” ou “subir ao palco”. A palavra “para cima” não adiciona nenhuma nova informação à frase e, portanto, pode ser dispensada.
2. Entrar para dentro
Da mesma forma que “subir para cima”, a frase “entrar para dentro” é um pleonasmo muito utilizado no cotidiano. Quando se utiliza o verbo “entrar”, já há uma referência a uma ação que implica o movimento para dentro de algum lugar. Assim, adicionar “para dentro” à frase se torna redundante e desnecessário. Para uma comunicação mais clara, limpa e objetiva, o correto seria apenas “entrar na sala” ou “entrar no quarto”.
3. Sair para fora
Ainda dentro da mesma lógica, “sair para fora” é outra expressão pleonástica bastante comum. O verbo “sair” já indica um movimento para fora de um ambiente, tornando a expressão completa apenas com o uso do verbo. A expressão “para fora” não acrescenta nada de novo e apenas repete a ideia já contida no verbo “sair”. Uma frase adequada seria apenas “sair da casa” ou “sair do carro”. Aqui, o excesso de palavras pode ser evitado sem perda de significado.
4. Ganhar de graça
Quantas vezes você já ouviu alguém dizer “ganhei isso de graça”? A expressão parece natural, mas analisando bem, percebe-se que é um pleonasmo. A palavra “ganhar” já pressupõe que o objeto foi obtido sem custo, então o uso de “de graça” não é necessário. A frase “ganhei um presente” ou “ganhei uma amostra” já é suficiente para transmitir uma ideia, sem a necessidade de reforçar que foi sem custo. “de graça” se torna adicionar uma reprodução sem propósito, uma vez que é impossível ganhar algo e, ao mesmo tempo, pagar por ele.
5. Amanhecer o dia
“Amanhecer o dia” é outra redundância frequentemente usada de forma quase que involuntária. O verbo “amanhecer” já contém o significado de que o dia está começando, portanto, não há necessidade de exigir “o dia”. Dizer apenas “amanhecer” ou “o dia amanheceu” é suficiente e evita a repetição desnecessária. No entanto, essa é uma daquelas expressões que se tornaram tão enraizadas na fala cotidiana que poucas pessoas se dão conta de que são redundantes ao utilizá-la.
6. Criar um novo
Outro exemplo clássico de redundância é a expressão “criar um novo”. A palavra “criar” já sugere o ato de originar algo que não existia antes, logo, a adição de “novo” é supérflua e desnecessária. Um exemplo comum é a frase “Vou criar um novo projeto”. O correto seria apenas “Vou criar um projeto”, já que o próprio ato de criar implica novidade. A redundância ocorre porque, por definição, não é possível criar algo que já existe. Assim, o uso de “novo” não acrescenta valor à frase e pode ser eliminado sem alterar o significado.
7. Certeza absoluta
A expressão “certeza absoluta” é outro exemplo de pleonasmo disfarçado presente no dia a dia. A palavra “certeza” já implica algo absoluto, algo de que não há dúvidas. Assim, ao utilizar a palavra “absoluta”, o que acontece é um reforço de ideia que já é intrínseca ao termo “certeza”. A frase “Tenho certeza” é o suficiente para transmitir a mensagem de verdade, sem a necessidade de reforços redundantes.
Por que as pessoas usam frases redundantes?
Um dos motivos principais que justificam é o hábito. Muitas dessas expressões são repetidas desde a infância, passando de geração em geração, o que faz com que as pessoas falem sem refletir sobre o seu real significado. A oralidade também contribui para a regulamentação das redundâncias. Quando conversam, muitas vezes as pessoas ficam mais preocupadas em ser compreendidas do que em seguir regras gramaticais rigorosas.
Além disso, a redundância pode servir para dar ênfase a uma ideia ou sentimento. Por exemplo, ao dizer “certeza absoluta”, uma pessoa pode estar tentando reforçar o quanto está confiante em sua afirmação. Mesmo que essas expressões sejam desnecessárias ao ponto de vista gramatical, elas podem ser utilizadas como uma ferramenta de ênfase ou persuasão na comunicação verbal.
No entanto, é importante ter em mente que, especialmente na escrita, a redundância pode tornar o texto repetitivo e cansativo, além de enfraquecer a clareza e objetividade. No contexto acadêmico ou profissional, por exemplo, evitar essas expressões redundantes pode ajudar a transmitir uma mensagem mais direta e claro.