8 vícios de linguagem que você deve parar de usar hoje mesmo!
Vícios de linguagem prejudicam sua comunicação
Os vícios de linguagem são desvios gramaticais que ocorrem tanto por descuido quanto por desconhecimento das normas da língua em seus diferentes níveis: fonético, semântico, sintático ou morfológico. Esses desvios podem prejudicar a clareza da comunicação, além de comprometer a imagem do falante ou escritor, principalmente em situações formais. Portanto, conhecer e evitar esses erros é fundamental para uma comunicação eficiente e clara. A seguir, confira 8 vícios de linguagem que você deve parar de usar hoje mesmo.
1. Pleonasmo vicioso
O pleonasmo vicioso, também conhecido como redundância, é a repetição desnecessária de uma informação na frase. Ele ocorre quando o falante ou escritor acrescenta termos que reforçam uma ideia já expressa no verbo ou substantivo. Um exemplo clássico é a frase “Vamos entrar para dentro de casa”. O verbo “entrar” já carrega o sentido de movimento para o interior, o que torna desnecessário o uso de “para dentro”.
Exemplo:
Errado: “Vamos entrar para dentro de casa.”
Correto: “Vamos entrar em casa.”
Como evitar: Ao formular uma frase, revise se há informações repetidas que possam ser eliminadas sem prejudicar o entendimento. O pleonasmo vicioso sobrecarrega a frase com informações desnecessárias e deve ser evitado.
2. Solecismo
O solecismo é uma falha de construção sintática que compromete a concordância, a regência ou a posição dos pronomes na frase. Ele é bastante comum na linguagem oral e pode envolver tanto erros na relação entre sujeito e verbo quanto no uso inadequado de preposições.
Exemplo:
Errado: “Vamos no cinema.”
Correto: “Vamos ao cinema.”
O erro de concordância ou regência afeta diretamente a compreensão correta da frase, além de empobrecer a fala ou a escrita.
Como evitar: Aprenda as regras de concordância e regência, e sempre revise suas frases, principalmente em textos formais. Muitas vezes, o solecismo surge no uso cotidiano, mas deve ser evitado em contextos profissionais ou acadêmicos.
3. Barbarismo
Barbarismo é o uso incorreto de palavras ou expressões, ocorrendo tanto no nível fonético, morfológico quanto no semântico. Ele pode se manifestar de diversas formas, como:
- Silabada: Pronúncia incorreta do acento tônico. Exemplo: dizer “gratuíto” ao invés de “gratuito”.
- Cacoépia: Erro de pronúncia. Exemplo: “pobrema” ao invés de “problema”.
- Cacografia: Erro de ortografia. Exemplo: “geito” em vez de “jeito”.
Exemplo:
Errado: “Eu trouxe o geito certo para resolver o problema.”
Correto: “Eu trouxe o jeito certo para resolver o problema.”
Como evitar: Consulte sempre o dicionário para verificar a pronúncia correta e a grafia das palavras. A prática da leitura ajuda a evitar esse tipo de erro, ampliando o vocabulário e melhorando a escrita e a fala.
4. Ambiguidade
A ambiguidade, também chamada de anfibologia, ocorre quando uma frase tem mais de um sentido, dificultando a compreensão do enunciado. É comum em frases mal estruturadas, nas quais o contexto não deixa claro a que ou a quem a informação se refere.
Exemplo:
Errado: “Roberto estava com Maria falando de sua mãe.”
Correto: “Roberto estava com Maria, falando da mãe dela.”
A frase pode ser interpretada de diferentes formas, pois não fica claro se a “mãe” é de Roberto ou de Maria.
Como evitar: Sempre que possível, reformule a frase para garantir que o sentido desejado seja claro e não cause confusão.A ambiguidade pode prejudicar a clareza da mensagem que você pretende comunicar.
5. Eco
O eco é um vício de linguagem em que palavras próximas possuem terminações sonoras semelhantes, criando rimas involuntárias que prejudicam a fluidez da comunicação. Isso acontece com mais frequência em textos em prosa, quando o som repetido torna a leitura cansativa.
Exemplo:
Errado: “Certamente, realizamos o trabalho calmamente e alegremente.”
Correto: “Certamente, realizamos o trabalho de forma calma e alegre.”
Como evitar: Evite a repetição desnecessária de sufixos semelhantes. Sinônimos podem ser uma boa alternativa para melhorar a sonoridade do texto e evitar o eco.
6. Cacófato
O cacófato ou cacofonia é um vício fonético em que a junção de palavras gera sons engraçados, desagradáveis ou ambíguos. Muitas vezes, a junção de palavras forma sons que podem ser interpretados como outras palavras de significado totalmente diferente.
Exemplo:
Errado: “Vi ela ontem.” (forma o som de “viela”)
Correto: “Eu a vi ontem.”
Como evitar: Leia em voz alta o que você escreve, prestando atenção em como as palavras soam juntas. Reformule a frase se perceber que a junção de palavras gera cacófatos.
7. Hiato
O hiato é um vício de linguagem caracterizado pela sequência de vogais que gera uma sonoridade desagradável. Ele pode ocorrer quando duas vogais, em palavras próximas, criam um som que dificulta a pronúncia.
Exemplo:
Errado: “Pode escolher: ou eu ou ela!”
Correto: “Você pode escolher entre mim e ela.”
Como evitar: Para evitar o hiato, troque palavras ou reorganize a frase de maneira que as vogais não se sobreponham, criando uma sonoridade mais fluida e agradável.
8. Gerundismo
O gerundismo é o uso excessivo ou inadequado do gerúndio, criando construções desnecessariamente longas e prolixas. Ele é bastante comum em contextos de atendimento ao cliente e pode dar a sensação de que a ação será realizada em algum futuro indefinido.
Exemplo:
Errado: “Vou estar te enviando o relatório amanhã.”
Correto: “Enviarei o relatório amanhã.”
Como evitar: Use o gerúndio apenas quando necessário e, sempre que possível, opte por construções verbais mais diretas.