9 alimentos que não devem ser guardados na geladeira, apesar de brasileiro insistir

Você guarda algum desses alimentos na geladeira?

No Brasil, é bastante comum que as pessoas armazenem diferentes tipos de alimentos na geladeira, mesmo quando não há necessidade real para isso. Essa prática, no entanto, pode resultar em efeitos indesejáveis, como a perda de sabor, alterações na textura, redução de nutrientes, além do surgimento de odores estranhos, interrupção do amadurecimento de frutas, e até mesmo o desenvolvimento de mofo e contaminações devido ao excesso de umidade.

Portanto, é essencial saber quais alimentos realmente precisam de refrigeração e quais devem ser mantidos em temperatura ambiente. Conheça nesta matéria, 9 alimentos que não devem ser guardados na geladeira, apesar da insistência de muitos brasileiros em fazê-lo.

1. Alho: um bulbo que merece respirar

O alho, que é um parente próximo da cebola, não se dá bem com o ambiente úmido da geladeira. Quando refrigerado, ele pode mofar, amolecer, criar brotos e, o que é ainda pior, perder sua característica marcante de aroma.

Onde guardar: O local ideal para armazenar o alho é em um ambiente fresco, seco e bem ventilado, como uma cesta de vime ou um recipiente com furos. Se já estiver picado ou triturado, ele pode ser guardado na geladeira em um recipiente fechado, mas deve ser consumido o mais rápido possível.

2. Batata: um tubérculo que prefere a temperatura ambiente

A batata, rica em amido, não deve ser guardada na geladeira quando está crua. As baixas temperaturas transformam o amido em açúcar, o que altera o sabor para algo mais doce. Além disso, sua textura pode se tornar mais dura e granulada após o cozimento, e ela tende a se deteriorar mais rapidamente no frio.

Onde guardar: Mantenha as batatas, assim como outros vegetais ricos em amido (como abóbora, inhame e mandioca), em um local arejado, como uma fruteira. Evite a luz direta do sol e não lave antes de armazenar, para preservar a camada natural que protege o tubérculo.

3. Tomate: preservando o sabor e a textura

A refrigeração pode alterar o aroma e o sabor do tomate, especialmente quando ele é armazenado em temperaturas abaixo de 12°C. Além disso, o frio da geladeira pode fazer com que o tomate fique mais mole e perca sua textura firme, em parte por interromper seu processo natural de amadurecimento.

Onde guardar: Para preservar a qualidade do tomate, é recomendado mantê-lo em temperatura ambiente, em um local fresco e bem ventilado, longe do calor e da luz direta. Esse cuidado permite que ele amadureça adequadamente e ajuda a manter suas características sensoriais por mais tempo.

4. Café: protegendo o aroma e o sabor intensos

Embora o frio possa prolongar a vida útil do café, a umidade da geladeira pode afetar seu sabor e aroma, fazendo com que percam intensidade. Além disso, o café tende a absorver odores de outros alimentos, e a mudança constante de temperatura, ao retirá-lo e recolocá-lo na geladeira, pode comprometer sua qualidade.

Onde guardar: Produtos não perecíveis, como café, farinha de trigo, milho e feijão cru, devem ser armazenados em recipientes escuros e herméticos, que evitem a entrada de luz e umidade, e protejam contra odores indesejados.

5. Pão: mantendo a maciez e a frescura

A geladeira acelera o processo de retrogradação, no qual as moléculas de amido do pão recristalizam rapidamente. Isso faz com que o pão fique duro, seco e quebradiço mais rápido do que se estivesse em temperatura ambiente.

Onde guardar: Para conservar o pão fresco por mais tempo, guarde-o em um saco de papel ou envolto em um pano. Se precisar conservar por mais tempo, congele-o em fatias, e depois descongele e aqueça no forno para regenerá-lo.

6. Óleos Vegetais: evitando mudanças indesejáveis

Óleos vegetais, como os de soja, canola, girassol e coco, tendem a se solidificar na geladeira, alterando sua textura, cor e sabor. Essa mudança de estado físico dificulta o uso imediato do óleo, sendo necessário esperar que ele volte à consistência normal.

Onde guardar: Armazene os óleos vegetais em um local fechado e com temperatura amena, como um armário na cozinha, longe de fontes de calor, como fogão ou churrasqueira.

7. Mel: preservando a textura líquida

O mel não deve ser refrigerado, pois, com o frio, tende a cristalizar e endurecer. Isso ocorre porque a glicose em sua composição forma cristais em baixas temperaturas. Embora a cristalização não afete os nutrientes do mel, altera sua textura, tornando-o mais difícil de usar.

Onde guardar: Mantenha o mel em um local fresco e seco, longe da luz e do sol, em um recipiente bem fechado. Se cristalizar, aqueça-o em banho-maria para que volte ao estado líquido.

8. Frutas tropicais

Frutas tropicais, como banana, abacaxi, mamão e maracujá, amadurecem melhor em temperatura ambiente após a colheita. Refrigerá-las antes de estarem completamente maduras pode interromper esse processo, prejudicando textura e sabor.

Onde guardar: Coloque essas frutas em uma fruteira ou em um saco de papel para acelerar o amadurecimento. Depois de maduras, você pode refrigerá-las para prolongar sua vida útil, como no caso da banana, que pode escurecer, mas não estraga tão rapidamente na geladeira.

9. Frutas com caroço: evitando a maturação irregular

Frutas como pêssego, ameixa, manga e abacate não devem ser armazenadas na geladeira, especialmente em gavetas. Muitas frutas com caroço produzem etileno, um gás que acelera o amadurecimento, mas que pode causar maturação irregular ou apodrecimento precoce quando acumulado na geladeira.

Onde guardar: Deixe essas frutas amadurecerem em temperatura ambiente e só as refrigere quando estiverem muito maduras, se necessário.

9 alimentos que não devem ser guardados na geladeira, apesar de brasileiro insistir
9 alimentos que não devem ser guardados na geladeira, apesar de brasileiro insistir. Imagem: Getty Images

Bônus: ervas delicadas

Ervas como hortelã, manjericão, salsinha e cebolinha não devem ser armazenadas soltas na geladeira, pois tendem a murchar, perder aroma e sabor, e escurecer.

Onde guardar: Na geladeira, mantenha essas ervas em potes de vidro com tampa hermética ou em sacos plásticos com um pouco de ar dentro. Você também pode envolvê-las em papel toalha úmido antes de armazená-las para manter a umidade ideal e evitar que as folhas se amassem.

O que não congelar?

Embora o congelamento seja útil para preservar alimentos, alguns itens não devem ser congelados, pois perdem textura e sabor ao serem descongelados. Exemplos incluem vegetais ricos em água, como melancia e pepino, e laticínios com baixo teor de gordura, como iogurte e requeijão.

Caso queira congelar vegetais crus, como brócolis ou cenoura, use a técnica do branqueamento, que ajuda a preservar cor, textura e sabor antes do congelamento. Isso consiste em submergir os alimentos em água fervente por um curto período, seguido de um resfriamento rápido em água gelada.

Seguindo essas orientações, você poderá desfrutar de alimentos frescos e saborosos por mais tempo, evitando desperdícios e preservando suas propriedades nutricionais.

Aqui está um passo a passo básico:

  1. Higienização: Lave bem os vegetais e corte-os em pedaços do tamanho desejado.
  2. Cozimento rápido: Coloque os vegetais em uma panela com água fervente por um tempo específico (em geral entre 1 e 4 minutos, dependendo do tipo de vegetal).
  3. Resfriamento rápido: Retire os vegetais da água fervente e mergulhe-os imediatamente em uma tigela com água gelada e gelo para interromper o cozimento.
  4. Secagem e armazenamento: Escorra bem os vegetais, seque-os e armazene-os em sacos plásticos próprios para congelamento, removendo o excesso de ar.

Essa técnica ajuda a inativar enzimas que causam o escurecimento e a perda de qualidade dos alimentos, permitindo que eles sejam armazenados por até três meses no congelador.

Ao seguir essas orientações, você poderá desfrutar de alimentos frescos e saborosos por mais tempo, evitando desperdícios e preservando suas propriedades nutricionais.

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