O clima pode fazer as pessoas falarem mais alto ou mais baixo; entenda

Você já deve ter ouvido alguém dizer que os italianos falam alto. Embora seja um estereótipo, pesquisadores descobriram que a sonoridade das línguas pode estar relacionada ao ambiente em que são faladas. Um estudo realizado por acadêmicos da Universidade de Nankai, na China, e da Universidade de Kiel, na Alemanha, revelou que as línguas originárias de climas quentes tendem a ser mais “altas” do que aquelas que se desenvolveram em lugares frios.

Neste artigo, exploraremos essa pesquisa e as teorias que tentam explicar essa relação intrigante entre clima e sonoridade.

A Variedade de Línguas no Mundo

Estima-se que existam atualmente cerca de 7 mil línguas faladas no mundo, com aproximadamente 300 ainda não catalogadas. Além disso, há também os dialetos, variações regionais de um idioma, falados por um número reduzido de pessoas.

Cada língua possui características únicas, como sons, tons, timbres e padrões vocais e gramaticais diferentes. A sonoridade, que é o volume e a ressonância de uma palavra, é uma dessas características distintivas.

A Pesquisa sobre Sonoridade e Clima

Os pesquisadores conduziram um estudo abrangente, analisando cerca de 346 mil palavras de aproximadamente 5 mil idiomas e dialetos. Eles calcularam a sonoridade média das palavras de cada língua e, em seguida, cruzaram esses dados com registros de temperatura global da NASA. O objetivo era identificar uma possível relação entre a sonoridade e a temperatura do ambiente em que as línguas são faladas.

A Relação entre Clima e Sonoridade

Embora a pesquisa não mostre que os falantes de italiano falam mais alto do que outros, ela revela que as palavras de certos idiomas ressoam mais alto do que de outros. Os pesquisadores desenvolveram duas teorias para tentar explicar essa relação.

1. Clima Frio e Atmosfera Seca

A primeira teoria sugere que em climas mais frios, onde o ar é mais seco, a vibração das cordas vocais é dificultada. Isso faz com que a língua se torne mais silenciosa simplesmente pelo conforto da pronúncia em um clima gelado. Acredita-se que, nessas condições, as pessoas evitam abrir muito a boca para falar, o que resulta em uma sonoridade mais baixa.

2. Clima Quente e Absorção Sonora

A segunda teoria relaciona a sonoridade das línguas ao clima quente. Em locais com altas temperaturas, o ar tende a absorver e amortecer sons com frequências mais altas. Como resposta a essa limitação, as línguas desenvolvidas nessas regiões adotaram sons mais altos e ressonantes, a fim de minimizar as distorções causadas pelo ar quente.

Limitações e Novas Perspectivas

Embora as teorias apresentadas pelos pesquisadores sejam interessantes, ainda não há um consenso sobre o assunto. A pesquisa possui algumas limitações, como o uso de apenas 40 palavras por idioma. Futuros estudos podem analisar outras variáveis, como diferenças de temperatura e umidade, assim como a altitude, que também pode influenciar na produção e percepção sonora.

Ademais, a pesquisa realizada pela Universidade de Nankai e pela Universidade de Kiel revela uma possível relação entre o clima e a sonoridade das línguas. A temperatura do ambiente em que um idioma se desenvolve pode influenciar como as palavras são pronunciadas, resultando em uma sonoridade mais alta ou mais baixa.

Embora as teorias apresentadas ainda precisem de mais estudos para serem comprovadas, esse estudo nos leva a refletir sobre como o nosso ambiente pode moldar a forma como nos comunicamos.

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