Cruz e Souza: um poeta simbolista brasileiro

Saiba mais sobre a carreira e obras do autor.

João da Cruz e Sousa, mais conhecido como Cruz e Souza, foi um poeta brasileiro do final do século XIX, considerado um dos mais importantes representantes do Simbolismo na Literatura Brasileira. Nascido em 24 de novembro de 1861, na cidade de Nossa Senhora do Desterro (atual Florianópolis), em Santa Catarina, Cruz e Souza era filho de ex-escravos alforriados.

Sua educação foi patrocinada por uma família de aristocratas, o que permitiu que ele desenvolvesse habilidades em línguas estrangeiras, como francês, inglês, latim e grego, além de matemática e ciências naturais. Mais tarde, ele se tornaria um dos principais nomes da literatura brasileiro, estando as suas obras presentes em diversas provas de vestibular. 

Pensando nisso, apresentamos a seguir um breve resumo sobre o autor, destacando o seu trajeto na carreira e as suas obras principais. Confira!

A carreira de Cruz e Souza

Cruz e Souza começou a escrever poemas ainda jovem, aos 8 anos, e ingressou no Ateneu Provincial Catarinense, colégio da elite local, em 1874. Lá, destacou-se como aluno e começou a publicar seus versos em jornais da província. Em 1881, fundou o jornal Colombo com Virgílio Várzea e Santos Losada, e começou a se envolver ativamente na campanha abolicionista, defendendo o fim da escravidão.

Apesar de ser um intelectual à altura de qualquer outro, Cruz e Souza sofreu com o preconceito racial ao longo de sua vida. Ele foi impedido de assumir o cargo de promotor em Laguna, em 1884, apesar de sua nomeação, devido à sua condição de homem negro. No entanto, isso não o impediu de continuar a lutar contra a escravidão e o racismo.

Obras 

Cruz e Souza publicou seus dois primeiros livros, “Missal” e “Broquéis”, em 1893, inaugurando oficialmente o Simbolismo no Brasil. A obra “Missal” é uma coleção de poemas em prosa que foi publicada em 1893. Este livro, juntamente com “Broquéis”, consagra o autor como o fundador do Simbolismo no Brasil.

 Sua obra é marcada pela musicalidade, subjetivismo, individualismo, pessimismo, misticismo e espiritualidade, com temas recorrentes como o amor, o sofrimento, a sensualidade, a morte e a religião

Cruz e Souza é considerado o “Dante Negro” em referência ao escritor humanista italiano Dante Alighieri, e é patrono da Academia Catarinense de Letras, representando a cadeira número 15. Sua obra é um testemunho da capacidade do Simbolismo de explorar os mistérios da alma humana e os enigmas do universo, e continua a inspirar leitores.

Mural em homenagem a Cruz e Souza. Imagem: Reprodução/ Leo Munhoz
Mural em homenagem a Cruz e Souza. Imagem: Reprodução/ Leo Munhoz

Contexto Histórico 

O Simbolismo foi um movimento literário do final do século XIX, originado na França, que buscava resgatar os símbolos e a universalidade na linguagem poética. Em contraposição à objetividade do Realismo e ao materialismo científico da época, os simbolistas valorizavam a subjetividade, a imaginação e os sonhos. 

A poesia simbolista propunha uma conexão entre o mundo material e espiritual, explorando temáticas transcendentes e metafísicas. Caracterizava-se pelo uso de sinestesias, vocabulário etéreo, antíteses, paradoxos, pausas, aliterações e musicalidade rítmica.

Cruz e Souza, influenciado por poetas como Baudelaire e Verlaine, adota os princípios simbolistas em sua poesia, utilizando a linguagem simbólica para expressar suas reflexões sobre a vida, a morte, o amor e a espiritualidade.

A linguagem simbólica de Cruz e Souza

Na poesia de Cruz e Souza, os símbolos desempenham um papel central na construção de significados profundos e complexos. O poeta utiliza elementos como a lua, as estrelas, as flores e as cores para representar estados de alma, sensações e experiências humanas. A linguagem simbólica de Cruz e Souza é marcada pela intensidade e pela densidade de significados, convidando o leitor a mergulhar em um universo poético repleto de imagens e metáforas.

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