Quais profissões podem ser substituídas por robôs?

Veja o ranking das profissões

Na era digital, a automação impulsionada por robôs e computadores está transformando rapidamente o mercado de trabalho. Um estudo recente conduzido pelo Laboratório de Aprendizado de Máquina em Finanças e Organizações da Universidade de Brasília (UnB) revelou que mais da metade dos empregos formais no Brasil estão sob ameaça devido à chegada dessas tecnologias disruptivas.

Analisando 2.602 ocupações brasileiras, a pesquisa constatou que aproximadamente 30 milhões de vagas com carteira assinada poderiam ser extintas até 2026, caso todas as empresas do país optassem por substituir trabalhadores humanos pela automação atualmente disponível. Esse cenário, embora extremo, é considerado o mais realista, pois a automação de tarefas proporcionaria às empresas um aumento na eficiência de seus processos, redução de custos e a possibilidade de certas atividades serem executadas 24 horas por dia, 7 dias por semana.

O desafio do governo

De acordo com o relatório, o governo brasileiro enfrentará o desafio de lidar com esse cenário, garantindo treinamento adequado para os trabalhadores, especialmente aqueles com baixa qualificação, a fim de que possam atuar em ramos de atividades cujo nível de automação seja menor.

Os dados do Ministério do Trabalho revelam que, no final de 2017, cerca de 25 milhões de trabalhadores com carteira assinada (57,37%) ocupavam vagas com alta probabilidade (acima de 80%) ou probabilidade significativa (entre 60% e 80%) de automação, conforme indicado pelo estudo.

Qual metodologia de estudo foi utilizada?

Para calcular a probabilidade de automação num prazo de dez anos, os pesquisadores consultaram 69 acadêmicos e profissionais de aprendizado de máquina. Com base nas avaliações desses especialistas, foram aplicadas técnicas de análise das descrições das ocupações, a fim de associar os riscos de automação.

O estudo levou em consideração a Classificação Brasileira de Ocupações (CBO), um documento que retrata a realidade das profissões no mercado de trabalho brasileiro.

Investimento para o futuro

É importante ressaltar que, quando se fala em probabilidade de automação, isso não significa necessariamente que, na prática, o trabalhador humano perderá espaço e ficará desempregado. Existem várias variáveis a serem consideradas, e o investimento em educação e qualificação profissional será fundamental para garantir o futuro da força de trabalho brasileira.

Quais são as profissões com maior risco de automação?

O estudo elaborou um ranking das profissões que apresentam as maiores probabilidades de serem substituídas pela automação nos próximos anos. Aqui estão as 20 profissões mais ameaçadas:

  1. Jornaleiro (100%)
  2. Despachante aduaneiro (100%)
  3. Produtor de cacau (99,99%)
  4. Controlador de entrada e saída (99,93%)
  5. Digitador (99,91%)
  6. Ascensorista (99,90%)
  7. Fisioterapeuta traumato-ortopédica funcional (99,89%)
  8. Confeccionador de velas náuticas, barracas e toldos (99,88%)
  9. Relojoeiro (reparação) (99,84%)
  10. Operador de equipamentos de refinação de açúcar (processo contínuo) (99,83%)
  11. Enólogo (99,81%)
  12. Fuloneiro (99,79%)
  13. Operador de máquina de cortina d’água (produção de móveis) (99,76%)
  14. Gerente de vendas (99,75%)
  15. Agente de segurança (99,74%)
  16. Mecânico de manutenção de aparelhos esportivos e de ginástica (99,69%)
  17. Assistente de laboratório industrial (99,65%)
  18. Detetive profissional (99,64%)
  19. Açougueiro (99,62%)
  20. Trabalhador de serviços de limpeza e conservação de áreas públicas (99,56%)
A profissão de babá é uma das que possui menor risco de automação.
A profissão de babá é uma das que possui menor risco de automação. Imagem: Freepik

Quais são as profissões com menor risco de automação?

Por outro lado, o estudo também identificou as 20 profissões com menor probabilidade de serem substituídas pela automação:

  1. Auxiliar de laboratório de análises clínicas (0,01%)
  2. Babá (0,01%)
  3. Promotor de Justiça (0,19%)
  4. Engenheiro de telecomunicações (0,38%)
  5. Psicanalista (0,39%)
  6. Professor de nível médio na educação infantil (0,40%)
  7. Engenheiros de sistemas operacionais em computação (0,47%)
  8. Físico (materiais) (0,55%)
  9. Conservador-restaurador de bens culturais (0,58%)
  10. Analista de suporte computacional (0,61%)
  11. Técnico em mitilicultura (0,63%)
  12. Pescador industrial (0,67%)
  13. Diretor de criação (0,69%)
  14. Operador de laminador de barras a frio (0,76%)
  15. Degustador de chá (0,80%)
  16. Diretor comercial (0,83%)
  17. Técnico de enfermagem (0,84%)
  18. Assistente de operações audiovisuais (0,95%)
  19. Estatístico (0,96%)
  20. Agente de ação social (0,98%)

Quais as habilidades fundamentais para o futuro do mercado de trabalho?

À medida que a automação avança, certas habilidades se tornarão cada vez mais valiosas no mercado de trabalho. Aquelas que envolvem criatividade, pensamento crítico, resolução de problemas complexos, inteligência emocional e habilidades interpessoais serão fundamentais para os profissionais se destacarem em um ambiente cada vez mais automatizado.

Adaptabilidade e aprendizado contínuo

Além disso, a capacidade de se adaptar às mudanças e de aprender continuamente será determinante para os trabalhadores se manterem indispensáveis. A disposição para adquirir novos conhecimentos e habilidades, bem como a capacidade de se reinventar, serão características essenciais para prosperar no mercado de trabalho do futuro.

Quais os impactos na sociedade e na economia?

A automação terá impactos significativos não apenas no mercado de trabalho, mas também na sociedade e na economia como um todo. Enquanto algumas profissões serão eliminadas, outras novas surgirão, exigindo uma força de trabalho mais qualificada e adaptável.

Desigualdade e polarização

No entanto, é importante considerar os riscos de aumento da desigualdade e da polarização no mercado de trabalho. Aqueles que não estiverem preparados para as novas demandas do mercado podem enfrentar dificuldades para encontrar empregos adequados, o que pode levar a uma maior divisão entre os trabalhadores qualificados e não qualificados.

 

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