O certo é eu que agradeço ou eu quem agradeço?
Será que ambas as formas estão corretas?
Muitas pessoas se perguntam qual é a forma correta de responder a um agradecimento: “eu que agradeço” ou “eu quem agradeço”. A dúvida surge porque ambas as expressões são frequentemente utilizadas na linguagem cotidiana, mas pode haver incerteza sobre qual é gramaticalmente correta. Afinal, qual a forma correta e oficial?
Uso do pronome “Que” e “Quem”
Tanto o pronome “que” quanto o “quem” podem ser usados para dar ênfase na construção da frase, destacando quem está agradecido. Esses pronomes funcionam como partículas de realce, cuja função é enfatizar o sujeito da ação, ou seja, a pessoa que está agradecendo.
Quando a expressão “eu que agradeço” é usada, o pronome “que” atua como um pronome relativo e a concordância verbal segue o sujeito que antecede o pronome. Neste caso, o verbo “agradecer” concorda com “eu”, resultando em “eu que agradeço”. Por outro lado, quando se opta pelo pronome “quem”, como em “eu quem agradeço”, o verbo pode ser mantido na terceira pessoa do singular por causa da regência com o “quem”. No entanto, também é possível flexioná-lo para a primeira pessoa, como na expressão em questão, para enfatizar a ação do sujeito “eu”.
Exemplos e explicações
Para esclarecer melhor o uso dessas expressões, veja alguns exemplos:
- “Eu que agradeço.”
Nesse caso, o pronome “que” é utilizado para enfatizar o sujeito “eu”. O verbo “agradecer” concorda diretamente com o sujeito, ficando na primeira pessoa do singular: “eu agradeço”. A expressão destaca o fato de que o ato de agradecer é feito pela pessoa que fala. - “Eu quem agradeço.”
Quando se utiliza o pronome “quem”, ele funciona como um pronome relativo, mas permite certa flexibilidade na concordância verbal. Neste contexto, o verbo “agradeço” está na primeira pessoa do singular, enfatizando novamente que a pessoa que fala é a responsável pelo agradecimento.
Portanto, ambas as formas estão corretas.
Concordância com outros sujeitos
As regras de concordância também são válidas para outros sujeitos. Quando a frase envolve um sujeito plural, o verbo deve ser conjugado no plural para concordar adequadamente.
- “Nós que agradecemos.”
Neste exemplo, o sujeito “nós” exige que o verbo “agradecer” seja conjugado na primeira pessoa do plural, ou seja, “agradecemos”. A expressão enfatiza que “nós” somos os responsáveis por agradecer. - “Eles que agradecem.”
Aqui, o sujeito “eles” pede que o verbo seja conjugado na terceira pessoa do plural: “agradecem”. O uso do pronome “que” é adequado para dar destaque ao sujeito que está agradecendo.
Formas corretas de responder a um agradecimento
Quando alguém agradece, há diversas formas gramaticalmente corretas de responder de maneira educada e natural. A seguir, algumas sugestões de respostas adequadas:
- “Por nada.”
Essa é uma forma educada e informal de responder, indicando que o favor ou gentileza não foi um incômodo. - “Obrigado a você.”
Esta expressão enfatiza que a outra pessoa também merece gratidão, direcionando o foco para quem inicialmente agradeceu. - “Obrigado eu.”
Nesse caso, a pessoa que responde está enfatizando que ela, na verdade, é quem agradece. Essa forma é aceitável e frequentemente utilizada de maneira informal.
Formas a serem evitadas
Embora existam várias formas de responder a um agradecimento que são amplamente aceitas, algumas opções são menos recomendadas, principalmente em contextos formais:
- “Obrigado você.”
Embora seja comum ouvir essa expressão no dia a dia, ela não é considerada a forma gramaticalmente mais correta. O uso do pronome sem a preposição “a” pode soar coloquial e inadequado em situações formais. - “De nada.”
Embora seja muito utilizado no português brasileiro, o uso de “de nada” pode ser considerado pouco formal em determinadas ocasiões. Em contextos que exigem maior polidez, pode ser preferível utilizar outras formas, como “por nada” ou “não há de quê”.
Quando usar “Que” ou “Quem”?
Para decidir entre “que” ou “quem“, é importante compreender a função sintática desses pronomes na frase. O pronome “que” é mais neutro e normalmente utilizado para concordar com o sujeito da oração. Já o “quem” traz consigo a noção de pessoa, muitas vezes sendo utilizado em contextos que envolvem uma escolha ou ênfase sobre quem está realizando a ação.
Exemplos de Uso:
- “Foi ele quem fez o trabalho.”
Neste exemplo, o pronome “quem” enfatiza a pessoa que realizou a ação, funcionando como um agente destacado na oração. - “Somos nós que decidimos isso.”
O uso do “que” aqui faz a ligação entre o sujeito “nós” e a ação de “decidir”. A concordância do verbo é feita diretamente com o sujeito, resultando na forma plural “decidimos”.