José de Anchieta – quem foi, obras e características

Conheça suas principais obras, características literárias e seu papel na catequização dos indígenas no Brasil.

José de Anchieta foi um escritor e santo da Igreja Católica, nascido em San Cristóbal de La Laguna, na Espanha, em 19 de março de 1534. Ele se uniu à Companhia de Jesus e, posteriormente, foi enviado ao Brasil. Como jesuíta, sua missão principal era evangelizar os povos indígenas. Para facilitar essa tarefa, ele compôs poesias e peças teatrais.

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Falecido em 9 de junho de 1597, no estado do Espírito Santo, Anchieta deixou um legado de obras de caráter catequético, típicas do Quinhentismo. Sua produção literária, com foco no teocentrismo, combinava elementos da cultura europeia e indígena.

Quem foi José de Anchieta

Ele nasceu em San Cristóbal de La Laguna, na Espanha, em 19 de março de 1534. Em 1548, começou seus estudos no Colégio das Artes da Universidade de Coimbra, em Portugal. Devido à sua habilidade poética, passou a ser conhecido como o “canário de Coimbra”. Três anos depois, em 1551, ele ingressou na Companhia de Jesus, uma ordem religiosa.

Nessa época, Anchieta começou a sofrer de um problema na coluna que o acompanharia por toda a vida. Seguindo orientações médicas, decidiu embarcar para o Brasil, acreditando que o clima local poderia contribuir para sua recuperação. Chegou à cidade de Salvador em 1553. No novo país, começou a aprender o idioma indígena.

Em 1554, já se encontrava em São Paulo, que na época era apenas uma pequena vila. Lá, continuou a se dedicar ao estudo da língua dos povos nativos e buscou estreitar os laços com eles para facilitar o processo de catequização. Além do idioma, Anchieta também estudou aspectos da cultura indígena.

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Na mesma vila, atuou como professor de latim no Colégio de Piratininga, fundado pelos jesuítas. Em 1565, envolveu-se diretamente no conflito entre franceses e tamoios contra os portugueses, um evento histórico chamado Confederação dos Tamoios, ocorrido na Baía de Guanabara.

Durante esse período, Anchieta prestou assistência aos portugueses feridos, servindo como enfermeiro, e, voluntariamente, se tornou refém dos indígenas por sete meses. Depois, retornou à Bahia, onde estudou teologia e foi ordenado padre em 1566. Como missionário, continuou viajando por várias regiões do Brasil.

Para facilitar a catequese dos indígenas, Anchieta escrevia e encenava peças teatrais de caráter religioso. Em 1577, assumiu o cargo de provincial da Companhia de Jesus no Brasil, função que desempenhou por dez anos. Em torno de 1587, mudou-se para o Espírito Santo, onde faleceu em Reritiba, em 9 de junho de 1597.

Em resumo

José de Anchieta, um padre católico e santo, nasceu em 1534 e faleceu em 1597. Além de sua atuação como missionário, ele se destacou como poeta e dramaturgo, produzindo obras literárias ligadas ao Quinhentismo e à catequese. Sua escrita tinha uma forte perspectiva teocêntrica, voltada para a evangelização.

Entre suas criações estão poesias, um poema épico e peças teatrais. Em 2014, foi canonizado, tornando-se oficialmente um santo da Igreja Católica.

Características literárias

Anchieta é um representante da chamada “literatura de catequese“, uma expressão do Quinhentismo. Suas produções, inicialmente, não tinham um propósito literário, mas eram utilitárias, voltadas para a catequização e evangelização. Por isso, suas obras refletem uma visão teocêntrica.

Suas criações possuem também características líricas, épicas e dramáticas, com destaque para seus poemas e peças de teatro. Além disso, combinam elementos da cultura cristã com aspectos da cultura indígena, com o objetivo de converter os povos nativos ao catolicismo e ao estilo de vida europeu, considerado superior.

Principais obras

  • “Auto da festa do Natal” (1561) — peça;
  • “Feitos de Mem de Sá” (1563) — poema épico;
  • “Poema da bem-aventurada Virgem Maria, mãe de Deus” (1563) — poema lírico;
  • “Auto da festa de São Lourenço (1583)” — peça;
  • “Auto de São Sebastião (1584)” — peça;
  • “Na aldeia de Guaraparim” (1585) — peça;
  • “Auto de Santa Úrsula” (1595) — peça;
  • “Auto de São Maurício” (1595) — peça;
  • “Arte de gramática da língua mais usada na costa do Brasil” (1595) — gramática.
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