Dúvidas de Português: Zero grau ou zero graus?
A dúvida entre dizer “zero grau” ou “zero graus” surge por conta da concordância
Quando o termômetro marca temperaturas baixíssimas, como se deve dizer: zero grau ou zero graus? Essa é uma dúvida comum em Português e, embora pareça simples, muitas pessoas se confundem ao usar a expressão. Mas afinal, qual é a forma correta? Entenda a questão para que você nunca mais tenha dúvida.
Zero grau ou zero graus? Entenda a concordância
A dúvida entre dizer “zero grau” ou “zero graus” surge por conta da concordância. Muitos falam “zero graus” por pensarem que o plural é necessário, já que se usa “dois graus”, “dez graus” ou qualquer outro número maior que um. No entanto, a resposta correta é zero grau.
Forma correta
O numeral zero indica uma quantidade inexistente ou nula. Em Português, quando o numeral representa ausência de valor, a concordância permanece no singular. Isso vale não apenas para “zero grau”, mas também para outras medidas, como “zero quilômetro” e “zero real”.
- Exemplo: “A temperatura está em zero grau” e não “zero graus”.
- Exemplo: “O veículo está a zero quilômetro” e não “zero quilômetros”.
Portanto, o motivo para usarmos o singular é que, se não há valor, não faz sentido colocar a palavra no plural.
O erro comum com “zero grau” e outras medidas
A confusão não ocorre apenas com a palavra “grau”. Outras expressões comuns do dia a dia também sofrem com o mesmo erro, como em frases com medidas de distância e dinheiro. Quantas vezes se ouve alguém dizer “zero reais” ou “zero quilômetros”? É uma construção incorreta. De forma correta, deve-se dizer:
- “A gasolina custa zero real a mais hoje.”
- “O veículo é zero-quilômetro.”
Expressões compostas: o uso do hífen
Outro detalhe interessante está em expressões como “zero-quilômetro” e “zero-grau”. Quando se usa “zero” para indicar uma característica de algo, como no caso de um carro “zero-quilômetro”, a regra gramatical pede que se use o hífen. Além disso, como a expressão é adjetiva, ela permanece invariável, ou seja, sempre no singular, mesmo que haja mais de um carro.
- Correto: “Comprei dois carros zero-quilômetro.”
- Incorreto: “Comprei dois carros zero-quilômetros.”
O hífen ajuda a unir as palavras e a manter o significado claro. Esse detalhe faz toda a diferença, especialmente na escrita formal.
Outras medidas e a regra do singular
O uso do singular em medidas é uma regra que se aplica em muitos contextos. Além da temperatura e da quilometragem, a mesma lógica vale para valores monetários. Quando não há nenhuma quantidade, a forma correta é sempre o singular. Veja alguns exemplos:
- “O custo é de zero real”, e não “zero reais”.
- “Ele estava a zero metro do ponto inicial”, e não “zero metros”.
Essa regra vale também para outras unidades de medida, como “litro”, “quilo” e “metro”. Quando a quantidade é zero, a palavra fica no singular.
Por que zero não exige plural?
Em termos linguísticos, o zero representa uma quantidade nula. Ou seja, ele indica ausência total de algo, e a ausência, por natureza, não possui pluralidade. É diferente de quando temos “dois graus” ou “três graus”, que expressam uma quantidade contável. No caso de zero, a ideia de “quantidade” se anula, e por isso o termo não se flexiona.
Erros mais comuns e como evitá-los
Apesar da regra ser clara, o erro é muito comum, até mesmo entre pessoas que têm domínio da língua. Isso ocorre porque, no dia a dia, o plural se torna intuitivo, pois é costume se ouvir “graus” para temperaturas, por exemplo. Além disso, expressões como “zero graus” já fazem parte da fala de muitas pessoas. Para evitar o erro, vale a pena prestar atenção a essas expressões e lembrar-se da regra do singular sempre que o numeral zero estiver presente.
Dica para lembrar a regra
Uma dica prática é pensar no zero como sinônimo de “nada”. Como não existe quantidade, não há razão para colocar a unidade no plural. Então, sempre que você se deparar com o “zero” antes de uma unidade de medida, lembre-se de que a palavra deve ficar no singular.
- “A distância era zero quilômetro.”
- “A variação foi de zero ponto percentual.”