Uso da Crase: Pequeno manual de quando usar a crase

A Língua Portuguesa sempre figura entre as matérias cobradas em concursos públicos e vestibulares. Entre os assuntos de português mais recorrentes e que são considerados difíceis pelos concursos está o uso da crase. A dificuldade em compreender e usar corretamente a crase vem do fato de haver diversas regrinhas para determinar os contextos sintáticos em que essa sinalização gráfica deve ser usada.

Pensando nisso, reunimos nesse artigo as principais regras para o uso correto da crase, além de apresentar a sua definição e exemplos para você nunca mais errar questões de crase em provas de concursos públicos!

Crase: o que é?

A crase consiste basicamente na fusão da preposição “a” com a vogal inicial “a” de artigos e pronomes demonstrativos e relativos. Essa fusão é indicada pelo acento grave (a + a = à), que é um sinal gráfico (à). Nesse sentido, o estudo do uso da crase se insere tanto na sintaxe, quanto na ortografia da língua portugues. Assim, para compreender o uso da crase, é necessário saber um pouco sobre as classes de palavras e também sobre a acentuação do português.

Como regra, podemos dizer que ocorre a crase sempre que um termo (regente) solicitar a preposição a e o termo seguinte (regido) for feminino e admitir o artigo a. Se um desses fatores não ocorrer, não ocorrerá a crase. Portanto, o uso do acento grave é desnecessário. Exemplos:

  • Eu me dirigi a ele. (apenas a preposição a)
  • Eu me dirigi às pessoas presentes. (a preposição a + o artigo as = às)
Veja aqui quando usar o acento grave, indicando a crase. Imagem: Reprodução/ Mundo Enem
Veja aqui quando usar o acento grave, indicando a junção. Imagem: Reprodução/ Mundo Enem

Contextos gramaticais de uso da crase

De acordo com as gramáticas normativas, esse fato linguístico pode ocorrer:

  • Com a junção da preposição a com o artigo a: a + a = à. Exemplos:
    • Gostaria de ir à praia neste final de semana.
    • Marcos falou à Ruth o quanto a ama.
    • A Mafalda não vai à escola hoje.

No primeiro e no terceiro exemplo, o verbo “ir” pede um adjunto adverbial de lugar, que deve ser regido pela preposição a; ao mesmo tempo, os substantivos “praia” e “escola” são femininos, portanto são antecedidos pelo artigo “a”. Com isso temos: a + a (preposição + artigo). Essa junção se convecionou a grafar com o uso do acento grave, sendo o “à” acraseado.

  • Com a junção da preposição a com o a inicial dos pronomes demonstrativos: a + aquele = àquele; a + aquilo = àquilo; a + aquela = àquela. Considere os exemplos abaixo:
    • A instrução refere-se àquele treinamento militar.
    • O viajante retornou àquela cidade.
    • Essa história é semelhante à que eles contaram.

Nos três exemplos acima, o uso da crase ocorre porque há preposição + artigo inicial do pronome demonstrativo (aquele, aquela, a que). Com isso, usa-se o acento grave para indicar a fusão de uma preposição com um pronome.

  • Com a junção da preposição a com os pronomes relativos a + à qual; a + as quais = às quais. Exemplo:
    • Essa é a mesa à qual me referi.
    • As meninas às quais demos uma segunda chance se saíram bem nas provas.

Nas duas frases acima, temos uma preposição e um pronome relativo iniciado por a. Para não errar no uso da crase nesse contexto, é possível fazer a substituição do pronome feminino pelo masculino para observar se há ou não preposição antes do pronome: Os alunos aos quais demos uma segunda chance se saíram bem nas provas.

Algumas dicas para o uso correto do acento

Para saber se o deve levar o acento grave ou não há alguns truques:

  • Substitua a palavra feminina diante do verbo por uma masculina da mesma categoria gramatical. Se antes do termo masculino for possível o uso de ao, haverá o uso da crase antes do termo feminismo. 
  • Substitua o termo que rege a preposição a por outro regido pelas preposições “de”, “em”, “por”. Se as preposições não se contraírem com o artigo, formando “da”, “na” e “pela”, não ocorre a crase.
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