A surpreendente história das MOEDAS VIKINGS que valem R$4,5 MILHÕES
Uma investigação policial recente no Reino Unido revelou uma descoberta arqueológica surpreendente que pode mudar o rumo da história britânica. Diferente dos achados arqueológicos tradicionais, que geralmente são encontrados por cientistas, esse tesouro em particular foi localizado pela Polícia de Durham.
O tesouro consiste em 44 moedas de prata do século 9, avaliadas em £766.000 (aproximadamente R$4,8 milhões). Acredita-se que essas moedas tenham um grande significado histórico relacionado à relação entre Alfredo, o Grande, rei de Wessex, e Ceolwulf II, rei da Mércia.
Essa descoberta intrigante levanta uma nova perspectiva sobre a história desses dois líderes e sua relação com os vikings.
Contexto Histórico
Alfredo, o Grande, ficou conhecido como um líder heroico por sua bem-sucedida luta contra as invasões vikings. Por outro lado, Ceolwulf II é retratado na história como um rei sem muita relevância, um “fantoche” dos vikings. No entanto, a coleção de moedas encontrada inclui dois exemplares extremamente raros de moedas de duas cabeças, com as imagens de Alfredo de Wessex e Ceolwulf lado a lado.
Essa descoberta sugere uma história completamente diferente, na qual os dois imperadores eram aliados, desafiando a narrativa tradicional.
Importância das Moedas
Gareth Williams, curador de Moedas Medievais e Coleções Viking no Museu Britânico, ressalta que o tesouro revela uma aliança política e econômica entre Alfredo e Ceolwulf II. Juntos, eles realizaram uma grande reforma da cunhagem, introduzindo moedas de prata de alta qualidade.
O desenho dos dois imperadores nas moedas simbolizava essa aliança, mostrando uma cooperação entre os reinos de Wessex e Mércia. Essa descoberta é de extrema importância para os historiadores, pois lança uma nova luz sobre a situação política do final do século 9.
Descoberta e Investigação
A descoberta dessas moedas vikings foi feita em 2015 por dois homens que, ao invés de informarem às autoridades competentes, decidiram vendê-las a colecionadores. Roger Pilling e Craig Best foram os responsáveis por comercializar parte do tesouro, envolvendo compradores de todo o mundo. Em 2018, Best entrou em contato com Ronald Bude, um colecionador de moedas e radiologista da Universidade de Michigan, na tentativa de convencê-lo a comprar parte do tesouro.
Porém, Bude suspeitou da autenticidade das moedas e decidiu entrar em contato com um especialista no Reino Unido. Foi nesse momento que as suspeitas surgiram e a discussão chegou até o Museu Britânico. Os especialistas analisaram o potencial valor histórico das moedas antes de informarem a Polícia de Durham, que deu início a uma investigação minuciosa.
A descoberta foi qualificada como tesouro pela Lei do Tesouro de 1996, que estabelece protocolos a serem seguidos por caçadores de tesouros, exigindo que eles informem suas descobertas às autoridades competentes. Por não seguirem esse procedimento, os envolvidos foram considerados culpados de conspiração pela posse e conversão de lucros sobre esse achado.
Consequências Legais e Recuperação das Moedas
Em 2019, Roger Pilling e Craig Best foram condenados a um total de mais de 18 anos de prisão após a investigação conduzida pela Polícia da Mércia Ocidental. As moedas foram recuperadas pelas polícias de Durham e Lancashire, com o apoio da Unidade Regional de Crime Organizado do Nordeste.
Atualmente, as moedas estão seguras no Museu Britânico, onde historiadores podem estudar seu significado e contribuição para o conhecimento do período histórico em questão.
Impacto Histórico
A descoberta dessas moedas vikings já começou a transformar o conhecimento e a compreensão da situação política do final do século 9. A aliança monetária entre Alfredo, o Grande, e Ceolwulf II durou alguns anos, como evidenciado pela presença de moedas desse período.
A moeda mais antiga do tesouro de Durham representa Alfredo, o Grande, o que sugere que essa representação simbólica dos dois imperadores é a mais antiga conhecida. Essa descoberta muda a perspectiva histórica e desafia a visão tradicional de Ceolwulf II como um rei sem importância.
Ademais, a descoberta das moedas vikings no Reino Unido através de uma investigação policial trouxe à tona um novo capítulo na história britânica. A aliança política e econômica entre Alfredo, o Grande, e Ceolwulf II, que antes era obscurecida pela narrativa tradicional, agora ganha destaque.
Essas moedas representam um importante tesouro histórico que permite aos historiadores reavaliarem o período do século 9 e a relação entre esses dois líderes e os vikings. A recuperação das moedas e a condenação dos envolvidos demonstram a importância de seguir os protocolos legais para a preservação e estudo do patrimônio histórico.
fEssa descoberta única nos lembra que a história britânica está em constante evolução e pode ser reescrita a partir de novas evidências e perspectivas.