Agentes de Trânsito poderão ter porte de arma de fogo; entenda!

Veja todos os detalhes do projeto

Os agentes de trânsito podem estar prestes a conquistar uma nova prerrogativa: o direito ao porte de arma de fogo. A Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) da Câmara aprovou, na última segunda-feira (18), um projeto que permite a esses profissionais portar armas, tanto de uso pessoal quanto fornecidas pelas corporações.

A proposta segue para o Senado, sem passar pelo plenário da Câmara, caso não haja recurso assinado por pelo menos 52 deputados. Entenda os detalhes desse projeto e o impacto que ele pode ter.

O que diz o projeto?

O texto aprovado pela CCJ reconhece o cargo de agente de trânsito como uma função de natureza policial. Isso significa que os agentes teriam o direito ao exercício pleno e regular do poder de polícia, com o objetivo principal de garantir a segurança viária.

Além disso, a proposta altera a legislação vigente sobre o registro, posse e comercialização de armas de fogo, incluindo os agentes de trânsito no grupo de carreiras autorizadas a portar armas.

Quem votou pela aprovação?

O projeto foi aprovado de forma simbólica, sem registro de votos nominais, durante uma reunião esvaziada no final da tarde. O relator do texto, deputado Paulo Bilynskyj (PL-SP), apresentou parecer favorável à medida, destacando a importância de equipar os agentes de trânsito para lidar com situações de risco.

Essa aprovação ocorre em um momento de discussão ampliada sobre a segurança desses profissionais, que muitas vezes enfrentam situações de perigo durante suas atividades.

Como será o acesso ao porte de arma?

Embora o projeto permita o porte de armas para os agentes, ele estabelece critérios rigorosos. Para obter a autorização, o profissional deverá:

  1. Comprovar capacidade técnica para manuseio de armas de fogo.
  2. Passar por exames psicológicos, realizados por profissionais credenciados.
  3. Realizar formação funcional em estabelecimentos de ensino policial.

Esses requisitos seguem as normas atuais para outras categorias que possuem porte de arma, como integrantes das Forças Armadas e da Agência Brasileira de Inteligência (Abin).

Além disso, a autorização estará condicionada à existência de mecanismos de fiscalização e controle interno das corporações. Isso garante que o uso de armas seja monitorado e regulado de forma adequada.

Armas fornecidas ou particulares

O projeto prevê que os agentes de trânsito poderão portar armas tanto de propriedade particular quanto fornecidas pela instituição em que trabalham. Essa possibilidade se aplica tanto durante o horário de serviço quanto fora dele. Essa condição é semelhante à de outras categorias já autorizadas a portar armas, como policiais e agentes penitenciários.

Acesso a insumos e carregadores

Outro ponto importante do texto é a autorização para que os agentes possam adquirir insumos e carregadores de munição. Essa compra deve ser feita exclusivamente para suprir as necessidades do trabalho e estará sujeita a regulamentações específicas.

A posse de arma permite que o indivíduo mantenha a arma em casa ou no trabalho
A posse de arma permite que o indivíduo mantenha a arma em casa ou no trabalho. Imagem: Freepik

Por que equipar agentes de trânsito com armas?

A aprovação do porte de armas para agentes de trânsito levanta debates importantes. Por um lado, esses profissionais frequentemente enfrentam situações de risco, como abordagens em áreas perigosas, conflitos no trânsito e interações com motoristas agressivos.

Equipar os agentes com armas pode aumentar a sensação de segurança e permitir uma resposta mais efetiva em situações de emergência. Além disso, o reconhecimento do cargo como de natureza policial reforça a relevância da categoria no sistema de segurança pública.

Críticas e preocupações

No entanto, o projeto não está isento de controvérsias. Críticos da medida apontam que o porte de arma pode aumentar os riscos de uso inadequado ou abuso de poder por parte dos agentes.

Especialistas também alertam que a formação e fiscalização serão cruciais para evitar problemas. Por isso, a exigência de capacitação técnica e psicológica é um ponto central do debate.

O que muda para a categoria?

Se aprovado no Senado e sancionado pelo Presidente da República, o projeto trará mudanças significativas para a categoria. O porte de arma garantirá maior autonomia e segurança aos agentes de trânsito, além de reforçar o reconhecimento da profissão como parte integrante do sistema de segurança pública.

Essa transformação poderá atrair mais profissionais qualificados para a área, além de melhorar a capacidade de atuação dos agentes em situações críticas.

Próximos passos

Agora, o projeto segue para análise do Senado. Caso seja aprovado sem modificações, ele irá direto para sanção presidencial. Caso contrário, poderá retornar à Câmara para nova votação.

Enquanto isso, entidades representativas da categoria e especialistas continuam acompanhando o andamento da proposta. O debate sobre o uso de armas por agentes de trânsito deve se intensificar nos próximos meses.

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