Ansiedade na infância deixa marcas? Conheça os 5 sinais mais comuns em adultos
Você possui algum destes traços?
A ansiedade na infância é uma reação natural a situações percebidas como ameaçadoras. Todas as crianças, em algum momento, vivenciam esse sentimento. No entanto, quando a ansiedade é constante ou muito intensa, pode se tornar um problema. Segundo a psicóloga Natália Monge, da Unidade de Saúde Mental da Criança e do Adolescente, a ansiedade pode evoluir para um quadro patológico se não tratada adequadamente.
Essa condição, quando não resolvida na infância, pode deixar marcas que se refletem na vida adulta. Muitos adultos apresentam comportamentos específicos associados à ansiedade infantil. A seguir, conheça os cinco sinais mais comuns que indicam essa ligação.
1. Dificuldade em lidar com mudanças
Adultos que enfrentaram ansiedade na infância podem apresentar resistência a mudanças. Situações que exigem adaptações, como um novo emprego ou mudanças no ambiente familiar, podem causar grande desconforto.
Essa dificuldade geralmente vem do medo do desconhecido. Pessoas com esse comportamento tendem a buscar controle total das situações, o que pode limitar suas experiências.
Como lidar: Desenvolver a flexibilidade emocional é determinante. Terapias cognitivas comportamentais podem ajudar a reduzir o impacto desse medo e fortalecer a capacidade de adaptação.
2. Necessidade constante de aprovação
Pessoas que enfrentaram ansiedade na infância muitas vezes carregam uma necessidade exacerbada de validação. Na vida adulta, isso pode se manifestar em busca constante por elogios ou aprovação, seja no trabalho ou em relacionamentos.
Esse comportamento geralmente tem origem em medos passados, como o receio de não atender às expectativas dos pais ou professores. Por isso, adultos com esse perfil podem se sentir inseguros mesmo após conquistas significativas.
Como resultado, essa busca pode levar ao esgotamento emocional e à dependência de opiniões externas. Trabalhar a autoconfiança é fundamental para quebrar esse ciclo.
3. Preocupação excessiva com o futuro
A ansiedade infantil muitas vezes se traduz em adultos com pensamentos obsessivos sobre o futuro. Eles constantemente se preocupam com situações que nem chegaram a acontecer.
Por exemplo, uma pessoa pode sentir angústia ao imaginar cenários negativos relacionados à saúde, finanças ou carreira. Esse comportamento pode impedir que ela viva o momento presente, gerando altos níveis de estresse.
Como aliviar: Técnicas de mindfulness e meditação ajudam a trazer o foco para o presente. Além disso, o acompanhamento psicológico pode oferecer ferramentas para controlar pensamentos ansiosos.
4. Raiva reprimida ou explosiva
A raiva pode ser um mecanismo de defesa para adultos que vivenciaram ansiedade na infância. Essa emoção surge como resposta a situações que despertam medo ou insegurança.
Em alguns casos, a raiva é reprimida, resultando em problemas como isolamento social. Em outros, ela pode se manifestar de forma explosiva, prejudicando relacionamentos e oportunidades profissionais.
Para superar esses padrões, é importante identificar a origem da raiva. Um profissional de saúde pode ajudar nesse processo, oferecendo formas saudáveis de lidar com essas emoções.
5. Dificuldade em tomar decisões
A ansiedade infantil também pode gerar adultos que hesitam diante de escolhas. Esse comportamento é resultado do medo de errar ou de enfrentar críticas.
Mesmo decisões simples, como escolher um restaurante ou um presente, podem se tornar um desafio. Esse comportamento pode levar à procrastinação e à sensação de paralisia em momentos importantes.
Como consequência, essas pessoas podem perder oportunidades valiosas por medo de arriscar. A psicoterapia ajuda a fortalecer a autoconfiança e a criar estratégias para tomar decisões com mais clareza.
Como superar os impactos da ansiedade infantil?
Os comportamentos mencionados podem ser transformados com apoio profissional. Reconhecer as marcas da ansiedade é o primeiro passo. Em seguida, o trabalho com um psicólogo pode ajudar a ressignificar traumas e desenvolver novas formas de enfrentar desafios.
Além disso, técnicas como terapia cognitivo-comportamental e mindfulness são ferramentas eficazes para lidar com os impactos da ansiedade infantil. Elas ajudam a reduzir a preocupação excessiva, fortalecer a autoestima e melhorar a qualidade de vida.
Por que é importante buscar ajuda?
Os traumas da infância não precisam definir a vida adulta. Buscar ajuda não é sinal de fraqueza, mas sim de coragem. Profissionais de saúde mental podem oferecer caminhos para a transformação.
Por fim, reconhecer esses sinais e procurar tratamento é essencial para uma vida mais equilibrada e saudável. Se você ou alguém próximo enfrenta esses comportamentos, saiba que há soluções e que é possível superar os desafios trazidos pela ansiedade infantil.