Bancos ampliam a aplicação de inteligência artificial para otimizar aprovação de crédito e reforçar segurança; saiba mais
Bancos comuns e empresas de tecnologia financeira estão cada vez mais utilizando a inteligência artificial em diversas áreas do dia a dia.
Os bancos e fintechs têm usado inteligência artificial em várias partes de seu trabalho, desde evitar fraudes até lidar com clientes e sugerir investimentos. Apesar de já ser uma prática há pelo menos dez anos, essas instituições continuam a incorporar a IA em diferentes aspectos de suas operações, variando na quantidade de interação com pessoas.
Enquanto a segurança ainda requer a presença de funcionários, as orientações de investimento ainda contam muito com o conhecimento humano, além das exigências regulatórias.
Humano x inteligência artificial
Segundo Carlos de Oliveira, professor de engenharia de dados da Universidade de Nova York (NYU) e especialista em inteligência artificial, um consultor com experiência em investimentos tem um desempenho melhor do que um algoritmo.
Ele explica que especialistas humanos conseguem superar consistentemente as máquinas, mas essa diferença tende a diminuir ao longo do tempo. Oliveira compara essa situação com os confrontos entre o enxadrista Garry Kasparov e o supercomputador Deep Blue nos anos 1990, destacando que, apesar da complexidade da economia em comparação com o xadrez, a capacidade das máquinas está aumentando.
Atualmente, a tendência é receber sugestões de investimento com base nas respostas pessoais sobre a disposição ao risco. A personalização dessas ofertas aumenta quando os clientes compartilham dados com instituições bancárias, especialmente por meio do open finance.
Luis Guilherme Bittencourt, diretor de Tecnologia da Informação (CIO) do Santander, destaca que, embora haja um grande potencial de evolução, a substituição total do assessor de investimentos não é acreditada no curto prazo. O uso da inteligência artificial visa aprimorar a concessão de crédito e segurança no setor bancário.
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Possibilidades futuras
João Pedro Tonini, Diretor de Produtos Online do Mercado Pago para o Brasil e América Latina, destaca as oportunidades futuras da hiperpersonalização, uma perspectiva que se estende aos investimentos e serviços financeiros, incluindo o e-commerce.
Ele aponta que ao realizar investimentos por meio de plataformas digitais, é comum responder a questionários para receber sugestões. Contudo, essas sugestões podem não ser tão precisas quanto aquelas que uma empresa poderia oferecer ao conhecer o cliente individualmente por meio de IA.
Tonini enfatiza a complexidade de conhecer a fundo o cliente sem o uso de IA e destaca que a personalização aprimorada será uma tendência no mercado, impulsionada pela regulamentação, evolução e estabilidade no uso dessas ferramentas. Ele diferencia a IA utilizada para melhorar processos e a IA generativa, mencionando que o Mercado Pago emprega IA principalmente para eficiência operacional, aprendizado de máquina e deep learning, não explorando ainda a IA generativa.
O entrevistado ressalta dois pontos cruciais: a necessidade de transparência, informando os investidores sobre o uso de IA nas sugestões recebidas, e a importância da fiscalização. Ele destaca que as empresas devem comunicar à Agência Nacional de Proteção de Dados (ANPD) sobre o desenvolvimento de tecnologias baseadas em IA, contribuindo para a governança e fiscalização.
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Concessão de crédito passa pela inteligência artificial
O uso da inteligência artificial (IA) na análise de crédito tornou-se uma prática consolidada desde a década de 2010, antecedendo a sua aplicação mais recente em investimentos. Este movimento tende a se intensificar, impulsionado pela evolução tecnológica, regulamentação e as oportunidades apresentadas pelo open finance.
Rafael Cavalcanti, superintendente executivo de Inteligência de Dados do Bradesco, destaca que a IA fortalece o processo de decisão do banco ao conceder crédito. A ferramenta auxilia na avaliação de riscos, padrões de consumo e comportamento do usuário, permitindo uma compreensão mais abrangente do histórico do cliente antes da concessão.
O open finance é visto como uma fonte robusta de dados pelo Mercado Pago, que obteve mais de 2,5 milhões de consentimentos de clientes para compartilhar históricos em outras instituições. No Santander, a IA é empregada para oferecer linhas de crédito preventivas, identificando clientes em situações financeiras comprometidas e propondo soluções preventivas.
Por fim, o desafio futuro, conforme destacado pelos especialistas, reside não apenas na obtenção, mas no uso eficaz dos dados disponíveis. O papel da IA na concessão de crédito continua a evoluir.
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