Boas vindas ou boas-vindas: qual é a forma correta?

Qual das duas formas está correta?

A língua portuguesa, assim como qualquer outro idioma vivo, está em constante evolução. A dinâmica da oralidade e os padrões de uso dos falantes moldam a maneira como nos expressamos ao longo do tempo, o que gera dúvidas frequentes sobre a grafia correta de algumas palavras e expressões. Um exemplo frequente desse tipo de dúvida é a expressão “boas-vindas” ou “boas vindas”. Mas, afinal, qual é a grafia correta?

Por que a dúvida persiste?

A controvérsia sobre a grafia dessa expressão remonta a uma comparação comum com o termo “bem-vindo”, que sempre é escrito com hífen. A partir desse exemplo, muitos se questionam se a mesma regra se aplica à expressão “boas-vindas” ou se haveria uma distinção entre as duas. Essa dúvida é compreensível, considerando a natureza da língua e as suas variações.

Por isso, entender as regras ortográficas é fundamental para esclarecer o uso correto da expressão e evitar possíveis erros que podem surgir, especialmente em contextos formais, como no ambiente corporativo ou acadêmico.

Boas vindas ou boas vindas?

A resposta para essa questão é clara: a forma correta de se escrever é “boas-vindas”, com hífen. Essa norma gramatical já estava estabelecida antes mesmo da Reforma Ortográfica de 1990 e permaneceu inalterada após as mudanças implementadas por essa reforma.

A expressão “boas-vindas” é composta por dois termos: “boas” e “vindas”. Quando unidas, elas formam um substantivo composto, no qual o uso do hífen é obrigatório. Essa regra se aplica porque a expressão é uma locução substantiva, ou seja, uma combinação de palavras que, juntas, assumem um novo significado. Nesse caso, “boas-vindas” refere-se à recepção calorosa ou acolhimento dado a alguém em um determinado contexto.

Exemplos de uso corretamente grafados

Para que a compreensão seja mais clara, vejamos alguns exemplos de frases que empregam corretamente a expressão “boas-vindas”:

  • Gostaríamos de lhe dar as boas-vindas à nossa equipe, estamos ansiosos para trabalhar com você.
  • A cerimônia de boas-vindas para os atletas olímpicos foi um espetáculo emocionante.
  • Ele sempre faz questão de desejar boas-vindas aos novos vizinhos, é uma pessoa muito acolhedora.
  • Infelizmente, a empresa não preparou uma recepção de boas-vindas para os novos funcionários.

Nesses exemplos, “boas-vindas” refere-se sempre ao ato de recepcionar ou acolher, e o uso do hífen é imprescindível para assegurar a correção gramatical da expressão.

A lógica por trás do uso do hífen

O emprego do hífen em “boas-vindas” segue uma regra que também se aplica a diversas expressões compostas na língua portuguesa. O hífen é empregado quando os termos que formam a locução não possuem uma preposição ou outro elemento de ligação entre eles. Nesse caso, “boas” e “vindas” são palavras independentes que, juntas, formam uma nova unidade de significado, e, por isso, requerem o uso do hífen.

Além disso, o uso do hífen contribui para evitar ambiguidades e garante a coesão da expressão. Sem o hífen, as palavras “boas” e “vindas” poderiam ser interpretadas separadamente, o que comprometeria o sentido desejado na frase.

Boas vindas ou boas-vindas: qual é a forma correta?
Boas vindas ou boas-vindas? Imagem: Freepik

Outras palavras hifenizadas

A língua portuguesa possui uma série de outras palavras e expressões que seguem essa mesma regra de hifenização. Alguns exemplos incluem:

  • Bem-vindo: usado para saudar alguém de maneira acolhedora.
  • Bem-aceito: refere-se a algo ou alguém que foi recebido de forma positiva.
  • Arco-íris: fenômeno óptico caracterizado por um arco multicolorido no céu.
  • Guarda-chuva: objeto utilizado para se proteger da chuva.
  • Contra-ataque: termo frequentemente usado em estratégias esportivas e militares.
  • Anti-inflamatório: substância usada para combater a inflamação.

Essas palavras, assim como “boas-vindas”, seguem uma lógica estabelecida pela gramática, reforçando a necessidade do hífen para manter a correção e clareza do idioma.

A importância da padronização ortográfica

A padronização da escrita é fundamental para garantir a clareza e a consistência da comunicação em qualquer idioma. No caso do português, o Acordo Ortográfico de 1990 desempenhou um papel fundamental na unificação das regras ortográficas entre os países de língua portuguesa. Essa padronização facilita a comunicação e o entendimento entre os falantes do idioma, promovendo uma maior uniformidade no uso das palavras.

Embora o Acordo Ortográfico tenha trazido mudanças significativas na grafia de muitas palavras, a expressão “boas-vindas” permaneceu inalterada.

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