Coesão sequencial e sua importância para o texto

Descubra como ela melhora a clareza e a fluidez na organização das informações.

A coesão sequencial é uma ferramenta empregada durante a elaboração de um texto com o objetivo de conectar as ideias apresentadas pelo autor. Esse mecanismo, como o próprio nome indica, é essencial para fornecer uma sequência lógica ao texto, sendo, por isso, um componente crucial para a coerência textual.

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Coesão sequencial: definição

A coesão sequencial é um conceito dentro da linguística textual que se refere à maneira como as partes de um texto são conectadas para criar uma sequência lógica e compreensível. Isso envolve o uso de diversos elementos linguísticos que ajudam a organizar e interligar as frases e parágrafos, proporcionando fluidez e continuidade às ideias apresentadas. Esses elementos podem incluir:

  • Conjunções e conectores: palavras ou frases como “e”, “mas”, “portanto”, “além disso”, que ajudam a relacionar orações e parágrafos.
  • Pronomes: Utilizados para retomar ou antecipar informações, mantendo a coesão e evitando repetições desnecessárias.
  • Advérbios e expressões adverbiais: palavras ou expressões como “então”, “depois”, “finalmente”, que indicam a progressão das ideias no tempo ou no espaço.
  • Repetição e sinonímia: repetir palavras-chave ou usar sinônimos para reforçar a continuidade do tema abordado.
  • Elipses: omissão de elementos que podem ser inferidos pelo contexto, evitando redundâncias e mantendo a ligação entre as partes do texto.

Esses recursos são utilizados para garantir que as ideias fluam de maneira natural e coerente, facilitando a compreensão do leitor e a coesão geral do texto.

Coesão sequencial e sua importância para o texto (Foto: Unsplash).
Coesão sequencial e sua importância para o texto (Foto: Unsplash).

Qual é sua importância?

Os articuladores textuais, também conhecidos como conectivos, são elementos fundamentais para estabelecer a ligação entre parágrafos. Eles incluem conjunções, advérbios e preposições, e têm a função de expressar diferentes ideias. Dessa maneira, os articuladores desempenham três funções importantes no texto:

  1. Cognitiva – orientar o leitor para uma interpretação correta;
  2. Enunciativa – referir-se à própria ideia apresentada no enunciado;
  3. Argumentativa – direcionar os argumentos da redação.

Além disso, a utilização de marcadores verbais também contribui para a coesão sequencial. As flexões de tempo e modo dos verbos fornecem referências para que o leitor identifique e compreenda a ordem cronológica dos eventos.

Portanto, a coesão sequencial vai além de proporcionar um texto fluido; ela é crucial para a construção coerente dos períodos e parágrafos, garantindo ao leitor uma compreensão clara do assunto, por meio de argumentos e ideias bem organizadas. Para melhor observação, veja exemplos nos trechos da obra “O Cortiço”, de Aluísio Azevedo.

“João Romão foi, dos treze aos vinte e cinco anos, empregado de um vendeiro que enriqueceu entre as quatro paredes de uma suja e obscura taverna nos refolhos do bairro do Botafogo; e tanto economizou do pouco que ganhara nessa dúzia de anos, que, ao retirar-se o patrão para a terra, lhe deixou, em pagamento de ordenados vencidos, nem só a venda com o que estava dentro, como ainda um conto e quinhentos em dinheiro. Proprietário e estabelecido por sua conta, o rapaz atirou-se à labutação ainda com mais ardor, possuindo-se de tal delírio de enriquecer, que afrontava resignado as mais duras privações. Dormia sobre o balcão da própria venda, em cima de uma esteira, fazendo travesseiro de um saco de estopa cheio de palha.”

Nota-se em negrito os marcadores verbais usados pelo autor, que sugerem a ordem temporal das ações realizadas pelo personagem.

Coesão sequencial x coesão referencial

Outro aspecto essencial para a coerência textual é a coesão referencial. Semelhante à coesão sequencial, esse elemento contribui para a integração do texto, criando conexões entre palavras e frases, mas com uma particularidade: ele evita a repetição desnecessária de termos, pois utiliza um termo referencial que aponta para a situação mencionada pelo falante.

Exemplos:

Anderson estudou bastante para a prova porque ele não gosta de tirar nota baixa.”

Nesse caso, “Nina” é o termo referencial da oração, e para evitar repetir o nome, foi utilizado o pronome “ela”. Observe que, mesmo com a substituição, a frase mantém o seu sentido.

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