Coesão textual: importância, tipos e exemplos
Aprenda sobre a importância da coesão textual na clareza e organização de seus escritos.
A coesão no texto nada mais é do que a qualidade que garante a conexão e a fluidez entre as diferentes partes de um texto, o tornando coeso e compreensível. Enquanto a coerência se relaciona à lógica global do texto, a coesão diz respeito à maneira como as partes individuais do texto estão interligadas mediante recursos linguísticos específicos.
Esses recursos são utilizados para garantir que as ideias sejam apresentadas de forma clara e organizada, facilitando a compreensão por parte do leitor. Ao perceber a ausência desse elemento, há até quem abandone a leitura.
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Os tipos de coesão no texto
Existem diversos mecanismos de coesão que os escritores podem empregar para conectar as partes do texto. Alguns dos principais incluem:
Referenciação
Consiste no uso de pronomes, expressões anafóricas (que remetem a algo mencionado anteriormente no texto) e catafóricas (que antecipam algo que será mencionado posteriormente) para evitar repetições desnecessárias e manter a fluidez do texto.
Como já mencionado, há dois tipos de referentes: os anafóricos e catafóricos.
- Anafórico
Quando um elemento tem como referente algo que foi dito antes.
- Catafórico
Quando um elemento tem como referente algo que foi dito depois ou fora do texto.
Exemplo: “Fui à Alemanha e conclui que é um bom lugar para se migrar, mas as pessoas lá não são acolhedoras como as daqui.”
Nesse caso, temo o advérbio “lá”, que é anafórico, e o advérbio “aqui”, que é catafórico.
Substituição
Envolve substituir um termo por outro que tenha o mesmo significado, contribuindo para evitar repetições excessivas e melhorar a fluidez do texto.
Repetição
Consiste na repetição de palavras ou expressões-chave ao longo do texto para enfatizar ideias importantes ou criar uma sensação de unidade e continuidade.
Exemplos:
“Quero em morar no exterior, ganhar em libra e ter mais saúde.” (há o paralelismo sintático);
“O Paulo se esqueceu da entrevista de trabalho, ou seja, perdeu a vez.” (há a paráfrase).
Conjunção
Aponta o uso adequado de conectivos como conjunções (“e”, “mas”, “porque”), advérbios de transição (como “entretanto”, “portanto”, “assim”) e locuções conjuntivas (como “além disso”, “por outro lado”, “em contrapartida”) para indicar relações de causa, consequência, comparação, contraste e mais.
Elipse
Consiste na omissão de termos que podem ser inferidos pelo contexto, contribuindo para uma linguagem mais concisa e fluente.
Exemplo:
“Lucas comprou uma bicicleta azul; Arthur, uma vermelha.”
Nesse caso, o verbo “comprou” é omitido na segunda parte da frase, pois pode ser inferido pelo contexto que Arthur também comprou uma bicicleta. O que mudou foi só a cor.
Coesão lexical
Utilização de sinônimos, antônimos e termos relacionados para evitar repetições desnecessárias e enriquecer o vocabulário do texto.
Exemplos:
“O medo de morrer retém o homem. Esse temor nem sempre é algo bom.” (aqui, medo e temor são sinônimos);
“Amava ouvir o bem-te-vi de manhã. O passarinho me trazia sorte.” (aqui, passarinho é hiperônimo de bem-te-vi).
Ao empregar esses recursos de coesão de forma eficaz, os escritores conseguem criar textos mais organizados, claros e fáceis de entender. A coesão desempenha um papel crucial na qualidade da comunicação escrita, pois ajuda a manter a atenção do leitor e a transmitir as ideias de forma coesa e articulada.
E a coerência?
A coerência no texto é um conceito fundamental da comunicação escrita que se refere à consistência e à lógica interna do texto. Em outras palavras, a coerência garante que as ideias apresentadas ao longo do texto estejam interligadas de maneira lógica e fluente, de modo que o leitor consiga entender e seguir o raciocínio do autor sem dificuldades. Ambos, coesão e coerência, costumam andar de mãos dadas.