Como criar aulas de História para além de livros?
Uma das matérias mais importantes, na área de Humanidades é História. Isso porque, entender sobre o passado é vital para o entendimento sobre o presente e, consequentemente, o futuro.
Entretanto, uma das críticas à forma como o ensino da matéria se dá, é no que se refere à relevância do conteúdo, no dia a dia dos estudantes.
Em alguns casos, e para algumas turmas, não basta dizer a Historia é um estudo sobre tempos antigos, ou que os acontecimentos do passado influenciam no presente. Falar em termos de cronologia é algo abstrato.
Logo, um dos recursos que o professor pode usar é trabalhar a partir do espaço cotidiano dos alunos. Mais especificamente, a partir de logradouros e demais nomes do contexto diário dos alunos.
Outro recurso, pode envolver a participação da vida pessoal do estudante, como parte de uma História maior. Ou seja, um estudo sobre a biografia de país, avós, e demais familiares.
Porém, para a aula não virar uma simples coletânea de “curiosidades”, é vital que esse ensino esteja pautado em uma sequência didática. Aqui listamos algumas ideias.
1. Estudando a “História do Bairro”
Uma sequência didática que pode ser bastante interessante, é a partir da História do bairro onde os alunos estão, ou onde moram.
Alguns bairros são tão antigos quanto o Brasil-Império. Outros, por sua vez, surgiram nos primeiros séculos da colonização portuguesa. Resgatar essa História – e as historias correlatas – é uma forma de se estudar assuntos como colonialismo, escravização e Surgimento da República.
Além disso, o professor pode procurar criar esses vínculos, a partir dos logradouros. Ao questionar sobre quem foi o coronel de tal, ou o doutro de qual, cujos nomes são utilizados em ruas e praças, é possível identificar acontecimentos da História.
Assim, o aluno sente-se, pessoalmente, ligado à Historia oficial, por sentir um vínculo com a História local.
2. Estudando a árvores genealógica dos estudantes
Muitos estudantes não têm consciência de suas próprias historias familiares. Conhecem algo sobre os pais e avós, mas não entendem como as biografias deles se relaciona ao contexto social e político de seu tempo.
Criar esses vínculos pode ser um bom recurso, para fazer o aluno se interessar pela matéria. Além disso, quando os estudantes começam a conhecer seu próprio contexto familiar, suas autoestimas aumentam.
Tradicionalmente, a Historia é mostrada pelo ponto de vista de homens brancos de contextos de elite. Algo distante da maioria dos estudantes.
Quando o professor cria novas narrativas – principalmente, a partir de personalidades que não teriam motivos para estar na Historia –, simbolicamente, ele está apresentando uma nova concepção sobre a matéria.
Mais do que isso, apresenta uma visão pautada em uma descolonização do currículo, pois está valorizando figuras que na tradição, sempre estiveram à margem.
Além disso, um dos campos da matéria é no que se refere à História Oral, ou seja, aquela que não está em livros, mas tem tanta importância quanto à “oficial”, por apresentar o lado humano do passado.