Como garantir um ambiente educacional saudável e seguro?
Uma das questões que mais têm afligido pais e educadores, nos últimos anos, tem sido a questão da violência em ambientes escolares.
Se antes, a ideia parecia “algo dos americanos”, hoje vemos que ela está também na sociedade brasileira. E as origens para isso são variadas.
Não podemos negar que a cultura armamentista do Brasil dos últimos 4 anos tem contribuído, significativamente, para isso. Mas não é apenas isso, tendo em vista que países como Noruega ou Canadá (com culturas profundamente enraizadas na ideia de caça) não tenham a violência escolar tão presente.
Podemos pensar em modelos de masculinidade tradicional; neles, a masculinidade é associada a agressividade e violência. É a ideia do “homem que saí à caça”, o “homem que defende seu lar”, o “homem que não foge a luta”, entre outros discursos, tão difundidos.
Claro que problemas econômicos e sociais (como o isolamento e a sensação de desespero, reforçadas pela pandemia de 2020) reforçaram esses discursos – e vilipendiaram muitas habilidades sociais das novas gerações.
Assim, surge a pergunta: como podemos diminuir esse quadro? Como podemos enfrentar essa violência?
Para saber algumas possibilidades, veja nosso artigo.
Novos padrões de comportamento e família
Desassociar a violência a uma ideia de masculinidade é urgente. E isso se faz de diversas maneiras, a começar por debates na escola e nas organizações culturais, das quais os jovens participam.
É muito importante se reforçar que a sociedade passou por (necessárias) mudanças, e hoje, os padrões de masculinidade devem incluir inteligência emocional, para que os jovens entendam os próprios sentimentos.
Além disso, a imagem do “homem autossuficiente” precisa ser desconstruída. Isso se faz com um profundo trabalho de assistência e psicologia social, incluindo, rodas de conversa, terapias com psicodrama, e exaltação de novos modelos de masculinidade.
Senso de comunidade
Além disso, se ressaltar a “unidade na diferença” é de grande importância, para a desconstrução da ideia de “padrão de vida”. Em outras palavras, é preciso trabalhar a ideia de pertencimento em um grupo não (apenas) pelas semelhanças, mas (principalmente) pelas diferenças.
A questão é entender que são as diferenças, aquilo que constrói um grupo mais unido, e capaz de lidar com problemas das mais diversas esferas. A essência desse pensamento é colocar as múltiplas habilidades, como o diferencial.
Inclusive, para a vida profissional. Vale lembrarmos que é a heterogeneidade que faz uma empresa prosperar. Isso é o que precisa ser reforçado, quando vamos falar sobre organização social.
Inteligência emocional e esperança
Além disso, é preciso reforçar a maturidade e inteligência emocional dos jovens. Muitos cresceram com suas emoções intermediadas por jogos, nos quais a sensação de satisfação e realização é quase que imediata.
Esse pensamento precisa ser desconectado (para usarmos uma palavra adequada ao problema) da realidade. Os jogos precisam estar colocados em seu devido lugar: são jogos, e não a vida real.
A realidade precisa ser trabalhada em sua essência: enquanto um processo de tentativa e erro, contudo, vital para a formação de uma base sólida.