Como incluir pessoas transgênero em um ambiente de trabalho?
Encontrar pessoas transgênero é uma situação cada vez mais comum, no século 21. Isso porque, com o fortalecimento de movimentos sociais pró-diversidade, alinhado ao avanço nos estudos sociais e psicanalíticos sobre transgenia, pessoas trans têm conseguido galgar empregos dignos.
Dessa forma, é preciso adaptar empresas e demais campos de trabalho a pessoas transgênero. Não se trata apenas de receber essas pessoas; é preciso ações para, efetivamente, mudar a forma como elas são vistas, e como acontece o relacionamento interpessoal com outros funcionários.
Além disso, há gestos, comportamentos e falas que, tradicionalmente, fazem parte do vocabulário comum brasileiro, alguns, francamente agressivos, disfarçados de “piadas”. Nesse sentido, é preciso que se crie uma consciência para a diversidade, na empresa.
Pessoas diversas, seja em gênero, seja em opção sexual, são essenciais para uma equipe de trabalho mais plural, e inclusiva. Para tanto, ações organizacionais se fazem necessárias. Confira, aqui, quais são essas.
1. O uso do nome social
O nome social é, talvez, o primeiro passo mais importante, quando vamos falar de inclusão de pessoas transgênero.
Imagine, por exemplo, que seu nome seja Marcos, mas todos insistem em lhe chamar de Ana. É um nome que não combina com sua personalidade, e com a forma como você enxerga a si mesmo.
Esse é o drama de muitas travestis, do Brasil e do mundo, diga-se de passagem. O direito a ter o nome que você quer é garantido por lei, e esse é o primeiro passo para aceitar pessoas diversas: entender que elas têm o direito de escolher como querem formar sua identidade, portanto, essa decisão merece ser respeitada.
2. Procure orientação especializada
Cada vez mais há profissionais e ativistas transgênero, que fazem trabalhos de orientação psicossocial de pessoas travestis, em ambientes como trabalho e escola.
Na dúvida, procure o auxílio dessas pessoas, pois na internet há muitas informações equivocadas.
Em sites de universidades, eventualmente, há cartilhas, apostilas e afins, sobre o tema. Entretanto, uma palestra pode, eventualmente, ser mais eficaz, pois uma pessoa consegue passar mais emoção e empatia do que um PDF.
Um orientador transgênero pode alertar para coisas simples, como por exemplo um inadvertido “elogio” “Você é linda, para uma pessoa trans” ou coisas do gênero.
Psicólogos que façam esse atendimento também são importantes, nesse caso.
3. Faça uma adaptação do seu escritório
A principal adaptação que você precisa fazer, na sua empresa, será no banheiro. Seja para criar banheiros sem gênero, seja para orientar os demais funcionários, sobre o uso.
Não crie áreas “exclusivas para transgêneros”. Adaptar o espaço significa aceitar mulheres trans no banheiro feminino (e vice-e-versa) ou abolir a distinção nos banheiros.
4. Reforce as políticas de diversidade
Reforçar políticas de diversidade significa aceitar pessoas transgênero, e colocar isso explicitamente. Fazer campanhas contra transfobia, não permitir “piadas”, reforçar o apoio da empresa a essas pessoas, oferecer apoio jurídico e, eventualmente, médico a elas, dentre outros.
Aceitar alguém, mas sem dar condições ao seu bem-estar não é aceitar de fato.