Como lidar com o tema do suicídio, na escola?

Um dos temas mais polêmicos a serem trabalhados na escola é o suicídio.

Isso porque o ato, tirar a própria vida, é delicado, mas cheio de mitos. Além disso, há a preocupação (real) de que, se não for trabalhado corretamente, seja um incentivo a outras pessoas.

Porém, a escola não deve se fechar ao assunto. Ela é uma instituição social que está nas bases de nossa sociedade, e como tal, tem suas funções perante aqueles que dela fazem parte.

A principal delas é a educação, e educar é um dos melhores meios de instrumentalizar pessoas, para que elas lidem com o problema do suicídio.

As palavras-chave aqui são compreensão, educação e apoio emocional.

Claro que a escola não deve fazer o papel do posto de saúde – diagnosticar e tratar. Porém, reconhecer sinais, educar os outros para que eles também reconheçam, e trabalhar junto de outros órgãos, para evitar casos – essa uma função da escola.

 

Não basta boas-intenções: é preciso formação

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Não basta ser uma pessoa bem-intencionada, com formação religiosa (ou sem formação religiosa), praticante de exercícios físicos, ou qualquer outro desses lugares-comuns.

Para lidar com o problema do suicídio, é preciso ter uma formação voltada ao assunto. Isso incluí cursos de Psicologia, Assistência Social e Medicina.

Não é preciso ser médico, assistente social ou psicólogo, para fazer os cursos, mas não os fazer é o problema. O tema não pode ser abordado sem bases científicas dessas áreas do conhecimento (entre outras), sob o risco de virar um “discurso de coaching”.

É preciso lembrar que o ato de tirar a própria vida é um sinal de um problema maior, que pode ter origem social (desemprego, violência em casa, assédio moral, entre outros.) ou patológica (doenças mentais).

Logo, entender esses problemas, suas origens, suas consequências, é um primeiro passo para lidar com a questão.

Apesar disso, sempre é preciso orientar pela busca de ajuda especializada – de psiquiatras e psicólogos.

 

Lidando com ocorrências

Um dos grandes problemas, ao falarmos do assunto “Suicídio” é quando há uma ocorrência. Como lidar com o luto? Como lidar com um sobrevivente de uma tentativa de suicídio (pois convém evitarmos o estigma da palavra “suicida”)?

Nesse caso, trata-se de um trabalho de “posvenção” – uma prevenção posterior.

Para tanto, é preciso ter preparo também e, impreterivelmente, a mediação de um psicólogo, a fim de que a recepção das vítimas seja feita no sentido de dar apoio a elas.

Um dos maiores problemas, nesse caso, é da sensação de julgamento dos outros. Quem atenta contra a própria vida está passando por questões complexas, e uma delas é a sensação de falta de apoio e suporte.

Já quem teve ou tem um ente que cometeu suicídio passa pelas “fases do luto”, que incluem negação, raiva, angústia, e por vezes, culpa.

Assim, o trabalho da equipe deve ser no sentido de entender as causas da ocorrência, formas de lidar com ela, e trabalhar no sentido de evitar transtornos que possam gerar outros casos.

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