Como saber se meu filho tem autismo?

O autismo abrange um espectro amplo, com diferentes níveis de intensidade

O desenvolvimento infantil é um processo complexo e único para cada criança. Enquanto algumas adquirem habilidades motoras, sensoriais, sociais, cognitivas e emocionais mais cedo, outras podem levar mais tempo. Nessas situações, é natural que os pais fiquem atentos a qualquer sinal atípico e se questionem sobre a possibilidade de autismo. Nesse sentido, é fundamental entender que apenas um profissional de saúde especializado pode fornecer um diagnóstico preciso. Contudo, existem sinais que podem indicar se uma criança tem autismo ou não.

O que é Transtorno do Espectro Autista (TEA)

Antes de explorar os possíveis sinais de autismo, é essencial compreender a natureza desse transtorno. De acordo com a Organização Pan-Americana de Saúde (OPAS), o Transtorno do Espectro Autista (TEA) é uma condição de saúde complexa caracterizada por distúrbios no neurodesenvolvimento. Indivíduos com TEA apresentam desafios na interação social, comunicação, linguagem e interesses restritos ou repetitivos.

Tipos e Níveis de Intensidade do TEA

O TEA abrange um espectro amplo, com diferentes níveis de intensidade e tipos distintos:

Síndrome de Asperger

Considerada a forma mais branda do transtorno, a Síndrome de Asperger afeta principalmente as habilidades de interação social.

Autismo Leve

Crianças com esse diagnóstico possuem sintomas levemente mais graves do que a Síndrome de Asperger, porém mais leves do que os próximos tipos.

Autismo Clássico

Este é o quadro mais característico do TEA, com sintomas mais graves do que nos tipos anteriores, incluindo comprometimento significativo nas habilidades sociais, linguagem e comportamentos repetitivos.

Autismo Severo

Dentro do espectro, este é o tipo mais grave, com comprometimento severo das habilidades sociais, linguagem e cognição.

É importante ressaltar que, embora existam diferentes tipos e níveis de intensidade, os sinais gerais são semelhantes, variando apenas em termos de gravidade.

Quais são os sinais de alerta para o autismo?

De acordo com o Centro de Referência em Atenção à Saúde (CRAS), existem vários sinais que podem indicar a presença do TEA em crianças, principalmente a partir dos 18 meses de idade. Se você observar um ou mais desses sinais em seu filho, é recomendável buscar uma avaliação médica adequada.

Dificuldades na interação social

  • Falta de resposta quando chamado pelo nome
  • Evita contato visual
  • Não compartilha interesses ou emoções
  • Dificuldade em iniciar ou manter uma conversa
  • Falta de interesse em fazer amigos

Desafios na comunicação e linguagem

  • Atraso no desenvolvimento da fala
  • Uso repetitivo de frases ou palavras (ecolalia)
  • Dificuldade em compreender instruções simples
  • Problemas para iniciar ou manter uma conversa
  • Linguagem corporal e expressões faciais limitadas

Comportamentos repetitivos e interesses restritos

  • Movimentos repetitivos, como balançar o corpo ou bater palmas
  • Insistência em rotinas inflexíveis
  • Interesses intensos e restritos em tópicos específicos
  • Apego excessivo a objetos ou brinquedos específicos
  • Reações extremas a pequenas mudanças no ambiente

Dificuldades sensoriais

  • Hipersensibilidade ou hiposensibilidade a sons, texturas, cheiros ou luzes
  • Respostas incomuns a estímulos sensoriais
  • Comportamentos autolesivos, como bater a cabeça ou morder

É importante lembrar que nem todas as crianças com TEA apresentarão todos esses sinais, e a intensidade pode variar de acordo com o nível do espectro. Além disso, alguns indivíduos podem chegar à idade adulta sem receber um diagnóstico, pois os sinais podem ser sutis ou discretos.

Conheça os sinais de autismo.
Conheça os sinais de autismo. Imagem: Freepik

Como acontece o diagnóstico de autismo?

O diagnóstico do TEA (autismo) não é realizado por meio de um único exame, mas sim através da observação cuidadosa do comportamento e do desenvolvimento da criança por um profissional de saúde especializado, como um pediatra, neurologista ou psicólogo infantil.

Durante a consulta, é essencial fornecer o máximo de informações possíveis sobre os comportamentos observados, como exemplos específicos e o histórico de desenvolvimento da criança. O profissional de saúde analisará esses dados, juntamente com uma avaliação abrangente das habilidades sociais, comunicativas, comportamentais e cognitivas.

Mitos e verdades sobre o autismo

Existem muitos mitos e informações falsas circulando sobre o autismo, o que pode contribuir para o preconceito e a desinformação. É fundamental separar fatos de ficção para garantir uma compreensão adequada do transtorno.

Mito: Vacinas causam autismo

Não há nenhuma evidência científica que relacione vacinas ao desenvolvimento do autismo. Essa crença é baseada em um estudo fraudulento e desacreditado, e inúmeras pesquisas subsequentes refutaram essa afirmação.

Verdade: Há uma base genética

Embora as causas exatas do autismo ainda não estejam totalmente esclarecidas, há evidências substanciais de que fatores genéticos desempenham um papel significativo no desenvolvimento do transtorno.

Mito: Crianças com autismo não demonstram afeto

Muitas pessoas acreditam erroneamente que indivíduos com autismo são incapazes de expressar emoções ou formar vínculos afetivos. No entanto, essa é uma generalização incorreta, pois cada pessoa com TEA é única e pode demonstrar afeto de maneiras diferentes.

Qual o papel dos pais no desenvolvimento da criança com autismo?

Os pais desempenham um papel de extrema importância no desenvolvimento e bem-estar de uma criança com autismo. Algumas responsabilidades importantes incluem:

  • Buscar diagnóstico precoce e intervenção adequada
  • Educar-se sobre o autismo e estratégias de apoio
  • Criar um ambiente acolhedor e estruturado
  • Promover a inclusão e participação em atividades sociais
  • Defender os direitos e necessidades da criança
  • Cuidar do próprio bem-estar emocional e físico

 

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