Como se tornar intérprete de Libras?

Uma das maiores dificuldades que pessoas surdas encontram, seja em ambientes de trabalho, seja em ambientes de lazer, é encontrar pessoas que possam se comunicar com elas adequadamente.

Por isso, capacitar funcionários para atender pessoas surdas é essencial, para que haja uma inserção cidadã, das pessoas surdas, no convívio social.

Em termos concretos, estamos falando de 10 milhões de pessoas surdas, ou com níveis de perda auditiva, e desses, 2,7 milhões não ouvem nada. No mundo, esse número salta para 1,5 bilhões de habitantes.

Porém, basta apenas estudar Libras? Essa língua de sinais serve, também, para surdos estrangeiros? É preciso estudar leitura labial, para ter essa fluência?

 

Libras: uma das 138 línguas de sinais existentes

Muitas pessoas surdas e não-surdas pensam que Libras é uma língua de sinais internacional. Porém, ela é apenas uma, dentre cerca de 138 línguas existentes.

E se 138 parece muito, prepare-se: linguistas e pesquisadores estimam que existam 300 delas, contando variações regionais e de grupos específicos.

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Mesmo assim, no Brasil, a língua de sinais usada e ensinada para crianças e interessados é Libras – a ngua BRAsileira de Sinais.

Então, se você quer trabalhar como intérprete para pessoas surdas no Brasil, o primeiro passo é aprender Libras.

 

Como começar a estudar

Se você quer estudar Libras, seja por ser uma pessoa surda, por ter uma pessoa surda na família, ou por desejar trabalhar pela inclusão de pessoas surdas na sociedade, o primeiro passo é estudar o curso básico de Libras.

E Libras não é apenas uma “especialização”.

É um curso em si, um idioma com gramática própria, vocabulário específico, e recursos de adaptação linguística. Isso é, há palavras que, em Libras, precisam ser adaptadas.

Esses conhecimentos são ensinados e praticados nos cursos.

Mas essas questões não são exclusivas de Libras. Por exemplo, imagine uma criança de 5 anos com fluência perfeita em português: ela entende os termos de uma palestra sobre Bolsa de Valores?

Aqui é a mesma coisa. Porém, o começo é básico.

 

Se especializando: pratique o básico e estude novos vocabulários

Para você se especializar em vocabulários específicos de Libras, primeiro, você precisa ser fluente. E a fluência demora.

Profissionais de Libras afirmam: não há um tempo mínimo de estudos, mas um tempo de dedicação à língua.

Para isso, você precisa conviver com pessoas surdas e intérpretes, precisa estudar vocabulário e gramática, precisa aprender a sistematizar a forma como um nativo em Libras interpreta o mundo.

Apenas depois que você se sentir fluente, começam as especializações. Elas vão incluir cursos de Libras para Fins Específicos. Então, você precisa escolher uma área que quer se especializar.

Também é necessário fazer cursos de interpretação simultânea, afinal, duas habilidades são necessárias nesse trabalho: a compreensão do que é dito, e a habilidade de expressar isso em Libras.

O caminho para se formar intérprete da Língua Brasileira de Sinais é longo, e saber a fala coloquial e cotidiana é apenas o começo.

Porém, não desanime: aprender a incluir é uma habilidade louvável!

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