Como trabalhar com violência doméstica em sala de aula?
Um assunto que é polêmico, mas necessário de ser abordado na escola, é a violência doméstica.
Isso porque, o Brasil é um país com altos índices desse problema tão grave. Todo mundo conhece, pelo menos, uma família onde tenha acontecido isso.
Além de que, há diversos tipos de violência doméstica. A mais comum, é aquela praticada pelo marido contra a esposa, mas pais violentos e idosos agredidos também são casos de violência doméstica.
Outro ponto importante é reforçar: a violência não é apenas física. A violência verbal também acontece bastante e, nesse caso, é relevada por muitos órgãos competentes, por conta de estes não entenderem a gravidade do caso.
“É só um xingamento” e “Foi da boca pra fora” são alguns dos argumentos que os agressores usam, para tentar justificar seus atos. Porém, pense que nesses casos, muitas vezes as ofensas com frequentes, e causam medo, angústia e outros problemas psicológicos à vítima.
Assim, como o professor, e a escola em geral, podem proceder?
1. Trate a violência com seriedade
Muitas vezes, no passado – e menos frequentemente no presente –, os meios de comunicação e os órgãos de justiça, entendiam que algumas violências domésticas eram ato naturais.
Tal abordagem não favorece uma discussão profunda, nem aponta para uma reeducação dos comportamentos dos estudantes. Antes, dá brechas para que eles entendam que, apesar de a violência ser um crime, por vezes ela é pouco importante.
Para evitar esses efeitos, só existe um caminho: encarar o problema com seriedade e respeito às vítimas. Não faça piadas, não aceite piadas, não tente justificar falas nesse sentido.
2. Sempre fique ao lado das vítimas
Nunca tente abordar a violência doméstica “procurando entender o agressor”. Todos nós temos problemas na família, mas poucas pessoas procuram resolver eles com violência.
Então, não importa o que o agressor venha a falar: ele está errado.
Dessa maneira, você desautoriza alunos, pais, professores e demais indivíduos que se utilizam da violência, e mostra compaixão e suporte para quem sofreu os ataques. A última coisa que vítimas precisam é serem julgadas.
3. Possibilite denúncias anônimas
Crie um canal de comunicação dos alunos, com a escola. Para alguns alunos será, provavelmente, o único espaço em que eles confiam.
Assim, possibilitar denúncias anônimas é essencial. a parti delas, a escola deverá contatar os órgãos legais.
4. Trabalhe junto com instituições e órgãos públicos
Quando sua escola for abordar o problema da violência, chame psicólogos, assistentes sociais e juristas, para que eles falem com os alunos a partir de seus conhecimentos teóricos.
Trazer especialistas aprofunda a discussão sobre a natureza desse crime, suas causas, suas soluções. Além disso, embasa o posicionamento da escola, evitando brechas para um contra-argumentos.
5. Amplie o debate sobre violência
Traga a pauta sobre o que é a violência doméstica para dentro da escola. Não fique apenas no debate sobre agressão física.
Estude com os alunos agressões verbais e psicológicas e instrumentalize os estudantes para que eles reconheçam ocorrências similares.