Concretismo – definição, características e autores
Explore suas principais características e descubra os autores que marcaram essa estética inovadora.
O movimento concretista brasileiro teve suas raízes marcadas pela publicação da revista “Noigandres” em 1952, que se tornou um marco na história da poesia experimental no Brasil. Idealizada e desenvolvida por um grupo de poetas inovadores, o concretismo buscava romper com as formas tradicionais de expressão literária, introduzindo uma nova estética baseada na valorização do espaço gráfico, na experimentação com a estrutura dos versos e na síntese das palavras.
O que é concretismo?
O concretismo é um movimento artístico e literário do século XX, caracterizado por uma estética voltada para o experimentalismo, especialmente na manipulação do espaço na obra. No Brasil, a poesia concreta emergiu em 1952 com a publicação da revista “Noigandres”. Os três principais representantes desse movimento no país foram:
- Augusto de Campos;
- Décio Pignatari;
- Haroldo de Campos.
O movimento concretista emergiu no contexto da Guerra Fria, período em que a influência cultural dos Estados Unidos se fazia sentir no Brasil. Entretanto, o concretismo se distancia de uma abordagem local e enfatiza um caráter universal, promovendo obras que desafiam o que é intuitivo ou sentimental. Em vez disso, busca fundamentar-se na técnica e nos elementos formais, criando uma poesia que se preocupa com a estrutura e a materialidade da linguagem.
Resumo
O concretismo emergiu durante o período da Guerra Fria, que teve início em 1947. Sua principal característica é o geometrismo, que reflete a busca por formas claras e precisas. Esse movimento artístico prioriza a objetividade, a simplicidade e o planejamento cuidadoso em suas obras.
No Brasil, os principais expoentes do concretismo são Augusto de Campos, Décio Pignatari e Haroldo de Campos, que se uniram no grupo Noigandres, fundado em 1952, para promover e desenvolver essa nova forma de arte. Por outro lado, o neoconcretismo se opõe a essa objetividade, valorizando a subjetividade e a experiência pessoal na criação artística.
Contexto histórico
O concretismo emergiu em meio à Guerra Fria, um período marcado por intensa rivalidade entre países capitalistas e socialistas. Essa rivalidade começou em 1947, após o término de duas Guerras Mundiais: a primeira, que ocorreu de 1914 a 1918, e a segunda, de 1939 a 1945. Após a Segunda Guerra Mundial, o mundo passou a ser influenciado por essas duas potências em conflito: os Estados Unidos e a União Soviética.
Ambas as nações se deixaram levar por excessos e tendências autoritárias: os Estados Unidos realizaram perseguições a indivíduos considerados comunistas, enquanto a União Soviética reprimia seus opositores internos. Essa tensão política persistiu até 1991, quando finalmente se dissipou, levando ao fim da ameaça de um conflito nuclear.
Durante a Guerra Fria, o Brasil alinhou-se aos Estados Unidos, o que resultou em uma significativa influência da cultura americana sobre a cultura brasileira. Essa influência manifestou-se, em grande parte, por meio do cinema, e o apelo ao consumo característico do capitalismo passou a integrar a vida cotidiana dos brasileiros.
Esse período iniciou sob a presidência do militar Eurico Gaspar Dutra (1883-1974), que governou o Brasil de 1946 a 1951, até o retorno de Getúlio Vargas (1882-1954) ao poder. Em 1956, Juscelino Kubitschek (1902-1976) assumiu a presidência e implementou uma política voltada para o desenvolvimento econômico do país.