CONJUNÇÕES COORDENATIVAS: QUAIS SÃO E COMO UTILIZÁ-LAS

As conjunções constituem um dos principais artifícios da coesão textual. É comum, no entanto, o falante cometer confusões no emprego deste recurso valiosíssimo. Vamos agora desvendar juntos o universo das conjunções na língua portuguesa.

As conjunções constituem uma das dez classes de palavras que formam a nossa língua portuguesa. É classe importantíssima e fundamental para a construção da coesão textual de um tempo.

Por meio das conjunções, o falante estabelece de forma lógica e elegante relações entre as partes de um texto. Vamos juntos conhecer e desvendar as dez conjunções de nosso idioma, conhecendo o significado e o emprego de cada uma.

1. CONJUNÇÕES COORDENATIVAS X CONJUNÇÕES SUBORDINATIVAS

Antes de iniciarmos, é preciso saber que a classe gramatical “conjunção” se dividem em coordenativas e subordinativas. Aqui vamos nos ater às coordenativas, que são as conjunções que ligam duas orações independentes, estabelecendo relação entre elas.

O que significa dizer que uma oração é independente? Significa que a oração, sozinha, possui sentido completo e não depende de outra para ser compreendida. Observe:

  • “Cheguei ao trabalho, tive uma reunião” – Temos aqui duas orações, pois temos dois verbos (“cheguei” e “tive”). Ainda que uma oração complete o sentido da outra, elas possuem sentido completo sozinhas e não necessitam, obrigatoriamente, de algum complemento.

As conjunções subordinativas, por sua vez, unem orações que dependem umas das outras para que o sentido seja transmitido.

Por enquanto, trataremos minuciosamente das conjunções coordenativas, que são cinco: aditiva, adversativa, alternativa,conclusiva e explicativa.

2. CONJUNÇÕES ADITIVAS

Como o próprio nome exprime, as conjunções aditivas são utilizadas para transmitir sentido de soma, adição de ideias. Veja os exemplos abaixo:

  • João não fala nem escuta. – “Nem” soma de forma negativa duas ações, ou seja, é conjunção empregada para unir a ideia de duas ações que não são executadas.
  • João escreveu as mensagens e Júlia fez as ilustrações. – “E”, por sua vez, soma de forma positiva duas ações, as quais foram executadas.
  • Ela lia muitos romances bem como escrevia muitos poemas. – “Bem como” atua de forma igual à conjunção “e”.
  • Não apenas escrevemos o texto como também encenamos a peça. – O sentido é, mais uma vez, equivalente ao da conjunção “e”.
  • Não só escrevemos o texto mas também encenamos a peça.

3. CONJUNÇÕES ADVERSATIVAS

São conjunções que estabelecem relação de oposição, de contraste entre as orações. Observe quais são as adversativas e o que expressam:

  • Tentei comprar passagem, mas os ônibus estavam lotados. – “Mas” é a mais comum das adversativas. Perceba que a primeira oração expressa uma intenção, um desejo, e a segunda oração, iniciada pela adversativa, expressa o que ocorreu para que o desejo não se realizasse, ou seja, qual fato se opôs à vontade do falante.
  • A cantora não venceu a competição, todavia conseguiu contrato com uma gravadora. – “Todavia”, que atua como sinônimo de “mas” e representa também uma oposição. A primeira oração apresenta o sentido de que algo negativo ocorreu, pois a cantora não foi vitoriosa. A sequência traz um fato feliz, o qual se opõe ao acontecimento negativo, pois a cantora conseguiu contrato com uma gravadora.
  • Tentei convencê-lo, contudo ele não me escutou. – Repete-se o sentido de “mas” e de “todavia”.
tela azul com a palavra conjunção escrita em branco
Conjunções coordenadas: ligando orações independentes. Fonte: divulgação.

4. CONJUNÇÕES ALTERNATIVAS

São palavras que expressão opção, escolha, alternativa entre dois ou mais elementos. São elas:

  • Ou você se comporta ou não irá viajar. – Perceba como temos aqui duas opções. Se o interlocutor se comportar, irá viajar. Caso não se comporte, não haverá viagem.
  • Ora acreditava, ora desacreditava.- Veja aqui o padrão se repetir. Há aqui uma alternância de sentimentos.
  • Nem finaliza o trabalho, nem desocupa o computador.

5. CONJUNÇÕES CONCLUSIVAS

Como o próprio nome nos adverte, as conjunções conclusivas são aquelas que estabelecem relação de conclusão entre orações independentes. É importante se atentar ao fato de que as conjunções conclusivas são sempre precedidas por vírgula.  Observe alguns exemplos:

  • Fui contratado por uma empresa do Paraná, logo terei de mudar de estado.
  • Fui contratado por uma empresa do Paraná, portanto terei de mudar de estado.
  • Fui contratado por uma empresa do Paraná, por isso terei de mudar de estado.
  • Fui contratado por uma empresa do Paraná, assim terei de mudar de estado.
  • Fui contratado por uma empresa do Paraná, então terei de mudar de estado.

 

Perceba a multiplicidade de conjunções conclusivas aplicadas à mesma frase e dando a elas o mesmo sentido. A riqueza de conjunções demonstra como é possível, aplicando-as de forma correta, enriquecer muito um texto e estabelecer nele as relações adequadas.

 

6.  CONJUNÇÕES EXPLICATIVAS

As conjunções explicativas expressam explicação para o que foi expressado na primeira oração. Veja os principais exemplos:

  • Chegarei atrasado, porque o trânsito está péssimo.
  • Meu desempenho foi péssimo, pois não dormi à noite.
  • Não pude ir, uma vez que estava de plantão.
  • Pensei em procurá-la, dado que é uma excelente profissional.

Repare como a conjunção introduz uma razão para a primeira oração, um motivo, uma justificativa. A razão do atraso é o trânsito ruim, a razão do mau desempenho é a falta de uma noite de sono.

É provável que ver de perto o uso das conjunções tenha te auxiliado a compreender a razão de elas serem tão importantes na construção da coesão textual. Além disso, também é possível perceber o quanto é fácil utilizá-las de forma ampla e variada para enriquecer sua redação.

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