Veja as diferentes conotações atribuídas aos sufixos

Explore como esses elementos morfológicos alteram significados e formam novas palavras, enriquecendo a linguagem com suas múltiplas aplicações.

O caráter dinâmico da língua é inegável, especialmente quando consideramos as diversas conotações que os sufixos podem adquirir. A língua está em constante evolução, e os sufixos, ao serem adicionados às palavras, não apenas modificam seus significados, mas também refletem as mudanças culturais e sociais ao longo do tempo.

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Essa flexibilidade nos mostra como a língua é uma ferramenta viva e adaptável, capaz de expressar uma ampla gama de ideias e nuances por meio da alteração e expansão de seus elementos morfológicos.

Diferentes conotações dos sufixos

As diversas conotações atribuídas aos sufixos ilustram a vitalidade da língua de maneira clara e evidente.

Para analisar a afirmação em questão, é necessário refletir sobre o fato de que ela destaca a dinâmica da linguagem. Esse dinamismo e vitalidade atribuídos à língua que utilizamos comprovam que ela funciona como um organismo vivo, sujeito a mudanças contínuas influenciadas pelas interações sociais e contextos variados.

Para corroborar essa ideia, é suficiente observar que muitos sufixos, dependendo do contexto em que são usados, podem adquirir significados variados. Alguns sufixos podem carregar uma conotação negativa, enquanto outros podem expressar um elogio. Como exemplo ilustrativo, podemos considerar os seguintes sufixos:

  • TIMECO
  • GENTALHA
  • SUJEITINHO
  • FOFINHO
  • TIMAÇO
  • MULHERÃO
  • LINDINHO

E tem mais.

Esse “tem mais” indica que esse caráter dinâmico da linguagem vai além do que foi mencionado, sugerindo uma continuidade no processo de transformação. Sob uma perspectiva amplamente sincrônica de vivenciar a linguagem, parece que uma infinidade de sufixos “-etes” está se disseminando, estando presentes em diversas situações comunicativas do cotidiano. Para ilustrar isso, vejamos o seguinte exemplo retirado de um título de reportagem:

Empreguete tem dia de “patronete” em São Paulo*

Eis que ao estilo bem moderno de atribuirmos sentido às palavras, surge mais um deles: o sufixo “-ete”, cuja valoração vai do sentido pejorativo ao carinhoso, atualmente bastante comum no meio televisivo. Assim, voltando à manchete antes mencionada, temos que, em termos de aspectos valorativos, a profissão de empregada não é tida como bem vista perante os olhos da sociedade, justamente pelo fato de atestar falta de “capacitação profissional”. Nesse sentido, a atribuição que se confere mediante o emprego do sufixo é justamente na tentativa de relativizar esse cenário e não mais atribuir a ela a condição de subordinada, mas a condição de comando – no caso, a patroa.

Há aquela garota ou aquele garoto que, sem maiores intenções afetivas, acabam se tornando “peguetes”, assim como há algumas delas que, a depender do traje costumeiro, acabam se fazendo vistas como “periguetes”. Em alguns dos programas televisivos, dois deles bem antigos, poderíamos ver as chacretes, como também as boletes.  Certamente por isso é que atualmente constatamos a presença das paniquetes caldeiretes.

Reportagem retirada do R7 Entretenimento.

Veja as diferentes conotações atribuídas aos sufixos (Foto: Unsplash).
Veja as diferentes conotações atribuídas aos sufixos (Foto: Unsplash).

A partir das análises apresentadas, podemos constatar que palavras que ainda não estão formalmente registradas nos dicionários, ou seja, não têm reconhecimento oficial na língua, ganham uma vitalidade crescente no uso diário. Elas se tornam cada vez mais comuns na fala dos usuários e, aparentemente, também nas letras de músicas. Isso é ilustrado pelo refrão de uma das canções da trilha sonora da novela “Cheias de Charme” da Rede Globo, que é apresentado a seguir:

“(…) Levo vida de empreguete, eu pego às sete
Fim de semana é salto alto e ver no que vai dar
Um dia compro apartamento e viro socialite
Toda boa, vou com meu ficante viajar (…)”.

  1. Selfie – a foto tirada por uma pessoa de si mesma, geralmente com um smartphone.
  2. Fake news – notícias falsas ou enganosas disseminadas como se fossem verdadeiras.
  3. Meme – um conceito, imagem ou vídeo que se espalha rapidamente pela internet, geralmente de forma humorística.

Essas palavras acima são bastante usadas no dia a dia, mas provavelmente ainda não foram oficialmente incorporadas aos dicionários; elas são exemplos de como o vocabulário pode evoluir rapidamente e como novas expressões podem surgir e se popularizar antes de, de fato, serem formalmente reconhecidas.

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