Cultismo e conceptismo: o que são e como estudar
Você já os conhecia? Explore suas características únicas e influências na literatura barroca.
Cultismo e conceptismo foram estilos literários do Barroco, foi um movimento cultural que floresceu principalmente na Europa entre os séculos XVI e XVIII, caracterizado por uma expressão artística marcada pelo exagero, pela dramaticidade e pela complexidade, que refletia uma visão de mundo fragmentada e contraditória na literatura, arte, música e na arquitetura.
Leia também: Mais do português: a origem das expressões – parte I
Cultismo e conceptismo
O Cultismo e o Conceptismo são duas correntes literárias distintas que surgiram durante o período barroco na literatura espanhola e portuguesa. O Cultismo, também conhecido como Gongorismo, foi representado principalmente pelo poeta espanhol Luis de Góngora. Essa corrente valorizava a linguagem rebuscada, a utilização de metáforas complexas e uma forma elaborada de expressão, buscando a beleza e a musicalidade das palavras.
Já o Conceptismo, associado principalmente ao escritor espanhol Francisco de Quevedo, privilegiava a agudeza do pensamento e a concisão na expressão, utilizando jogos de palavras, paradoxos e antíteses para transmitir ideias de forma impactante e persuasiva. Enquanto o Cultismo enfatizava a forma e a ornamentação linguística, o Conceptismo valorizava o conteúdo e a profundidade intelectual.
Ambas as correntes tiveram uma influência significativa na literatura barroca, contribuindo para a diversidade e a riqueza estilística desse período.
Em outras palavras, a corrente cultista, por exemplo, dá prioridade à construção de imagens, jogos de palavras, como sinonímia e antonímia, uso de figuras de linguagens, principalmente os paradoxos e metáforas, paralelismos, exploração dos sentidos. A vertente conceptista, por sua vez, tem como característica a construção das ideias, o conteúdo intelectual das obras, também se utilizada de artifícios como a comparação e menção a outros textos, referências à natureza dos vocábulos, relações lógicas.
Embora apresentem aspectos diferentes, é possível encontrar particularidades concernentes ao cultismo e conceptismo em um único texto. Mas, de um modo geral, eles se diferenciam em:
- Cultismo – questionamento, responder à pergunta “como” das coisas;
- Conceptismo – reflexão, busca pela essência das coisas.
Diferenças entre eles
Cultismo
Também conhecido como Gongorismo, em homenagem ao principal expoente, o poeta espanhol Luís de Gôngora, o cultismo retratava a realidade de maneira indireta. Seguindo essa linha de pensamento, os cultistas acreditavam que o mundo podia ser expresso através das sensações.
Nesse contexto, os autores cultistas exploravam diversas figuras de linguagem, como antítese, sinestesia e metáfora, assim como figuras de sintaxe, tais como hipérbato e anáfora, além de fazer uso frequente de trocadilhos.
Os escritores adeptos do cultismo tinham uma predileção por jogos de palavras, que frequentemente eram elaborados e incluíam termos eruditos. A habilidade desses artistas em desenvolver textos era altamente valorizada.