Só português – definição de análise morfológica e seu objetivo
Entenda como essa ferramenta auxilia na compreensão da estrutura das palavras.

A análise morfológica é um dos pilares do estudo da língua portuguesa, sendo essencial para compreender a estrutura e a função das palavras dentro de uma oração. Ao classificarmos um termo de acordo com sua classe gramatical – como substantivo, verbo, adjetivo ou advérbio –, adquirimos uma visão mais detalhada sobre seu uso e significado no contexto da comunicação. Hoje, nós exploramos a definição desse conceito e seu principal objetivo no ensino da gramática, destacando sua importância na construção do conhecimento linguístico.
Leia também: Vamos à prática – atividades de interpretação de texto para 8º ano
Análise morfológica
A morfologia é a área da gramática que estuda a estrutura e a formação das palavras. A análise morfológica consiste em classificar os termos de um enunciado de forma isolada, identificando a qual classe gramatical pertencem, sem considerar a relação entre eles.
As classes gramaticais são: substantivo, artigo, adjetivo, numeral, pronome, verbo, advérbio, preposição, conjunção e interjeição.
Por outro lado, a análise sintática estuda a função e a conexão entre os elementos que compõem uma oração.
Dessa forma, a análise morfossintática une os dois conceitos, analisando as palavras tanto do ponto de vista morfológico quanto sintático.
Substantivo
Os substantivos nomeiam objetos, seres vivos, lugares, sentimentos, ações e outros elementos.
Eles podem variar em gênero (masculino e feminino), número (singular e plural) e grau (aumentativo e diminutivo).
Com relação à sua formação, os substantivos podem ser:
- Primitivos – palavras que não derivam de outras. Exemplos: casa, pedra, jornal.
- Derivados – formados a partir de outras palavras. Exemplos: casarão, pedreira, jornaleiro.
- Simples – possuem apenas um radical, que é a base do significado da palavra. Exemplos: casa, flor, gira.
- Compostos – formados por mais de um radical. Exemplos: couve-flor, girassol, passatempo.
De acordo com o que nomeiam, os substantivos se classificam em:
- Comuns – designam seres de forma genérica. Exemplos: cidade, pessoa, rio.
- Próprios – identificam seres específicos e são escritos com inicial maiúscula. Exemplos: Bahia, Ana, Tietê.
- Concretos – referem-se a seres reais ou imaginários com existência independente. Exemplos: casa, fada, pessoa.
- Abstratos – nomeiam ações, estados, qualidades ou sentimentos. Exemplos: trabalho, alegria, altura, amor.
- Coletivos – indicam um grupo de seres da mesma espécie. Exemplos: acervo (conjunto de obras de arte), cardume (conjunto de peixes), resma (conjunto de papéis).
Artigo
Os artigos são palavras que antecedem os substantivos, determinando-os (artigos definidos) ou generalizando-os (artigos indefinidos).
- Definidos: o, a, os, as.
- Indefinidos: um, uma, uns, umas.
Adjetivo
Os adjetivos caracterizam os substantivos, atribuindo-lhes qualidades e podendo variar em gênero, número e grau.
Quanto à formação, podem ser:
- Primitivos – não derivam de outras palavras. Exemplos: alegre, bom, fiel.
- Derivados – originam-se de substantivos ou verbos. Exemplos: alegria, bondade, escritor.
- Simples – possuem apenas um radical. Exemplos: alta, estudioso, honesto.
- Compostos – formados por mais de um radical. Exemplos: superinteressante, surdo-mudo, verde-claro.
Além disso, existem os adjetivos pátrios, que indicam a origem dos seres. Exemplos: brasileiro, carioca, sergipano.
Já as locuções adjetivas são expressões equivalentes a um adjetivo. Exemplos: de anjo (=angelical), de mãe (=maternal), de face (=facial).
Numeral
Os numerais indicam quantidade, posição ou multiplicação.
- Cardinais – indicam a quantidade exata. Exemplos: um, dois, vinte.
- Ordinais – expressam posição em uma sequência. Exemplos: segundo, quarto, trigésimo.
- Fracionários – indicam divisão. Exemplos: meio, metade, um terço.
- Multiplicativos – representam múltiplos de um número. Exemplos: dobro, duplo, sêxtuplo.
Os numerais coletivos representam conjuntos específicos. Exemplos: dúzia (12 unidades), semestre (6 meses), centena (100 elementos).
Pronome
Os pronomes substituem ou acompanham substantivos, indicando relações com as pessoas do discurso.
Eles podem ser:
- Pessoais: eu, tu, ele, nós, vós, eles.
- Possessivos: meu, teu, seu, nosso, vosso.
- Demonstrativos: este, esse, aquele.
- Relativos: que, quem, cujo, onde.
- Indefinidos: algum, nenhum, muito, pouco, todo, outro, certo, qualquer.
- Interrogativos: qual, quais, quanto, quem, que.
Verbo
Os verbos expressam ação, estado, mudança de estado ou fenômenos da natureza.
Exemplos:
- O time marcou um gol. (ação)
- Estou feliz hoje. (estado)
- Ele ficou triste de repente. (mudança de estado)
- Trovejava sem parar. (fenômeno da natureza)
Os verbos variam em pessoa, número, tempo, modo e voz.
Advérbio
Os advérbios modificam verbos, adjetivos ou outros advérbios, indicando circunstâncias.
- Modo – assim, devagar, calmamente.
- Intensidade – demais, menos, tão.
- Lugar – lá, fora, perto.
- Tempo – ainda, já, sempre.
- Negação – não, jamais, tampouco.
- Afirmação – certamente, sim, claro.
- Dúvida – acaso, talvez, quiçá.
Preposição
As preposições estabelecem conexão entre palavras.
- Essenciais: a, de, para, com, por, sobre.
- Acidentais: como, durante, exceto.
As locuções prepositivas são combinações que têm valor de preposição. Exemplos: apesar de, em vez de, junto de.
Conjunção
As conjunções ligam orações ou termos semelhantes.
- Coordenativas: e, mas, ou, portanto, pois.
- Subordinativas: que, porque, como, embora, se, conforme, enquanto, para que.
As locuções conjuntivas funcionam como conjunções. Exemplos: contanto que, logo que, visto que.
Interjeição
As interjeições expressam emoções e sentimentos.
- Advertência – Calma! Devagar!.
- Saudação – Oi! Tchau!.
- Ajuda – Ei! Socorro!.
- Alegria – Eba! Viva!.
- Tristeza – Oh! Que pena!.
- Medo – Credo! Cruzes!.
As locuções interjetivas são expressões com valor de interjeição. Exemplos: Cai fora! Muito obrigada! Volta aqui!