Cai no Enem: o que é derivação imprópria?

Este é um processo linguístico onde palavras mudam de classe gramatical, como adjetivos que se tornam advérbios ou verbos que viram substantivos.

A derivação imprópria, também conhecida como conversão, é o processo de criar uma nova palavra ao alterar a classe gramatical da original. Na língua portuguesa, o termo “imprópria” é utilizado para descrever essa mudança, devido às alterações semânticas envolvidas.

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Em termos simples, a derivação imprópria acontece quando usamos a mesma palavra em contextos distintos, resultando em novos significados.

O que é derivação imprópria?

Também conhecida como conversão, é um processo linguístico no qual uma nova palavra é formada a partir da mudança de classe gramatical da palavra original, sem que haja alteração em sua estrutura morfológica. Esse fenômeno é comum na Língua Portuguesa e é chamado de “imprópria” devido às modificações semânticas que ocorrem.

Em essência, a derivação imprópria ocorre quando uma palavra é utilizada em diferentes contextos, o que leva a uma mudança em seu significado. Por exemplo, um substantivo pode ser usado como adjetivo, ou um verbo pode ser empregado como substantivo, sem que a forma da palavra mude. Essa flexibilidade permite enriquecer a linguagem e criar novas expressões a partir de palavras já existentes, simplesmente ajustando a maneira como são utilizadas nas frases.

  • Fique atento às seguintes frases:

Pedro Henrique é o estudante mais alto da classe.

Aqui, “alto” desempenha a função de adjetivo, pois descreve uma característica do sujeito.

O diretor falava muito alto durante as palestras.

Nesta frase, “alto” atua como advérbio, modificando o verbo “falava”. Com o acréscimo de “muito”, enfatiza a intensidade.

Há diversas maneiras de formar palavras por meio da mudança de classe gramatical. Provavelmente, você utiliza a derivação imprópria no cotidiano sem perceber. Continue lendo para entender melhor a formação das palavras.

Cai no Enem: o que é derivação imprópria? (Foto: Unsplash).
Cai no Enem: o que é derivação imprópria? (Foto: Unsplash).

Processo de formação das palavras

No nosso bom e velho português, as palavras podem ser classificadas da seguinte forma:

Palavras primitivas – são aquelas que possuem radicais que servem como base para a formação de outras palavras. Exemplo: pedra, flor, casa.

Palavras derivadas – como o próprio nome indica, são formadas a partir dos radicais de outras palavras, geralmente as primitivas. Exemplo: pedreiro, floricultura, casebre.

Palavras simples – são palavras que contêm apenas um único radical em sua formação. Exemplo: azeite, cavalo, gato, etc.

Palavras compostas – ao contrário das palavras simples, as compostas possuem mais de um radical em sua formação. Elas podem ou não utilizar hífen. Exemplo: couve-flor, planalto, palavra-chave, minissaia, retrovisor, etc.

Processo de formação

Quanto à formação, as palavras podem ser criadas por:

Composição – combinação de dois ou mais radicais para criar uma nova palavra. Isso pode ocorrer por aglutinação ou justaposição.

Aglutinação – ocorre quando os elementos que compõem o termo se unem ao radical, e pelo menos um deles perde parte de sua integridade sonora ou gráfica: planalto (plano + alto), aguardente (água + ardente), boquiaberto (boca + aberta).

Justaposição – ocorre quando os elementos que compõem o termo são escritos lado a lado, mantendo sua integridade: guarda-roupa, girassol, surdo-mudo, guarda-chuva.

Derivação – este é o processo de formação de palavras que será nosso foco de estudo. Trata-se da criação de termos a partir do acréscimo de sufixos ou prefixos ao radical. Com base nessas características, temos os tipos de derivação: prefixal, sufixal, parassintética, regressiva e imprópria, sendo esta última o destaque deste artigo.

Derivação imprópria

Agora que você já entende como ocorre a formação das palavras e a origem da derivação imprópria, é essencial reconhecer que as mudanças nas classes gramaticais resultantes desse processo são variadas.

Os adjetivos podem transformar-se em advérbios; os verbos podem ser usados como substantivos; os substantivos podem ser classificados como adjetivos, entre outros exemplos. Veja na prática:

  • Nosso almoço foi maravilhoso (substantivo);
  • Vamos jantar no apartamento novo da Ana? (verbo);
  • O olhar do rapaz foi arrebatador (substantivo);
  • Ao olhar os preços dos vestidos de noiva, resolvemos ir a outra loja (verbo);
  • Juliana é a cabeça da turma (adjetivo);
  • Minha cabeça está doendo desde ontem à noite (substantivo).

Portanto, é fundamental considerar a função que a palavra desempenha no contexto em que está inserida ao estudar. Identificar essas classes gramaticais é crucial para responder corretamente às questões de prova relacionadas à derivação imprópria.

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