Derivação parassintética: definição e exemplos; entenda tudo
Saiba mais sobre como essa técnica única enriquece e diversifica o vocabulário da língua portuguesa.
A derivação parassintética, também referida como parassíntese, é um dos métodos de formação de palavras. Esse processo consiste na combinação simultânea de um prefixo e um sufixo a um adjetivo ou substantivo, resultando na formação de um verbo.
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Derivação parassintética
A derivação parassintética é um processo de formação de palavras que envolve a combinação simultânea de um prefixo e um sufixo a uma palavra primitiva (geralmente um adjetivo ou substantivo) para criar uma nova palavra, geralmente um verbo. Existem três elementos principais. Dê uma olhada!
- Prefixo: É um morfema que é adicionado antes da palavra primitiva. Exemplos comuns de prefixos são “des-“, “re-“, “in-“, entre outros.
- Sufixo: É um morfema que é adicionado após a palavra primitiva. Exemplos comuns de sufixos incluem “-ar”, “-izar”, “-ificar”, entre outros.
- Palavra primitiva: É o adjetivo ou substantivo original ao qual são adicionados o prefixo e o sufixo para formar o novo verbo.
Exemplo de derivação parassintética:
- Palavra primitiva: “amigo”
- Prefixo: “des-“
- Sufixo: “-ar”
Ao combinar “des-” + “amigo” + “-ar”, obtemos o verbo “desamigar”, que significa deixar de ser amigo de alguém.
Características importantes
Simultaneidade: O processo envolve a adição do prefixo e do sufixo de forma simultânea à palavra primitiva.
- Mudança de classe gramatical: normalmente, a derivação parassintética resulta em uma mudança na classe gramatical da palavra primitiva. Por exemplo, de adjetivo ou substantivo para verbo, como no caso de “amigo” (substantivo) para “desamigar” (verbo).
- Exclusividade: nem todas as combinações de prefixos e sufixos com palavras primitivas resultam em derivação parassintética. A combinação deve seguir regras específicas de formação de palavras na língua em questão.
A derivação parassintética é um dos vários processos morfológicos pelos quais novas palavras são formadas em uma língua, permitindo uma ampliação significativa do vocabulário disponível para expressar diferentes ideias e conceitos.
Para ilustrar o conceito, consideremos outros exemplos:
Anoitecer – (prefixo a + radical noit + sufixo ecer)
As palavras “anoite” e “noitecer” não existem, indicando que os afixos não podem ser separados.
Amanhecer – (prefixo a + radical manh + sufixo ecer)
As palavras “amanha” e “manhecer” não existem, pois os afixos não se separam.
Muitas vezes, há confusão entre a derivação parassintética e as derivações prefixal e sufixal. Isso ocorre porque, nestes processos, novas palavras são formadas pela combinação de um prefixo e um sufixo com uma palavra ou radical, resultando em uma palavra derivada.
É importante destacar que a derivação parassintética difere das outras porque nela tanto o prefixo quanto o sufixo são acrescentados à palavra primitiva simultaneamente, ou seja, ambos os afixos não podem ser separados. Compare com a derivação prefixal e sufixal conforme explicado abaixo.
Derivação prefixal (prefixação) ocorre quando um prefixo é adicionado à palavra primitiva, alterando seu significado:
Ver – Rever
Neste exemplo, a palavra primitiva “ver” recebe o prefixo “re”, formando a derivada “rever”. Note que “ver” significa “enxergar”, enquanto “rever” significa ver novamente.
Derivação sufixal (sufixação) ocorre quando um sufixo é adicionado à palavra primitiva, alterando seu significado ou classe gramatical: Conjugar – Conjugação
Ao adicionar o sufixo “ção”, o verbo “conjugar” se transforma no substantivo “conjugação”.
A derivação sufixal pode ser classificada em três formas: nominal, verbal e adverbial.
- Nominal: forma substantivos e adjetivos: boi – boiada; real – realista;
- Verbal: forma verbos: final – finalizar;
- Adverbial: forma advérbios de modo: silenciosa – silenciosamente.
Como observamos, na prefixal e sufixal, o acréscimo não ocorre simultaneamente, ao contrário da derivação parassintética. Lembre-se sempre que, nesse tipo de formação de palavras, a presença de apenas um dos afixos é suficiente para criar uma nova palavra, o que difere da derivação parassintética.
Para perceber essa diferença, analise a decomposição das palavras:
Por exemplo, em “deslealdade”:
- Sem prefixo: lealdade
- Sem sufixo: desleal
Você pode ver que a formação da palavra ocorre mesmo quando um dos afixos é removido. Outro exemplo ilustrativo é “infelizmente”:
- Sem o prefixo: felizmente
- Sem o sufixo: infeliz
Assim, sempre que surgir a dúvida sobre se uma palavra foi formada por derivação parassintética, prefixação ou sufixação, é suficiente remover um dos afixos para verificar.