Derivação parassintética: definição e exemplos; entenda tudo

Saiba mais sobre como essa técnica única enriquece e diversifica o vocabulário da língua portuguesa.

A derivação parassintética, também referida como parassíntese, é um dos métodos de formação de palavras. Esse processo consiste na combinação simultânea de um prefixo e um sufixo a um adjetivo ou substantivo, resultando na formação de um verbo.

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Derivação parassintética

A derivação parassintética é um processo de formação de palavras que envolve a combinação simultânea de um prefixo e um sufixo a uma palavra primitiva (geralmente um adjetivo ou substantivo) para criar uma nova palavra, geralmente um verbo. Existem três elementos principais. Dê uma olhada!

  1. Prefixo: É um morfema que é adicionado antes da palavra primitiva. Exemplos comuns de prefixos são “des-“, “re-“, “in-“, entre outros.
  2. Sufixo: É um morfema que é adicionado após a palavra primitiva. Exemplos comuns de sufixos incluem “-ar”, “-izar”, “-ificar”, entre outros.
  3. Palavra primitiva: É o adjetivo ou substantivo original ao qual são adicionados o prefixo e o sufixo para formar o novo verbo.

Exemplo de derivação parassintética:

  • Palavra primitiva: “amigo”
  • Prefixo: “des-“
  • Sufixo: “-ar”

Ao combinar “des-” + “amigo” + “-ar”, obtemos o verbo “desamigar”, que significa deixar de ser amigo de alguém.

Características importantes

Simultaneidade: O processo envolve a adição do prefixo e do sufixo de forma simultânea à palavra primitiva.

  • Mudança de classe gramatical: normalmente, a derivação parassintética resulta em uma mudança na classe gramatical da palavra primitiva. Por exemplo, de adjetivo ou substantivo para verbo, como no caso de “amigo” (substantivo) para “desamigar” (verbo).
  • Exclusividade: nem todas as combinações de prefixos e sufixos com palavras primitivas resultam em derivação parassintética. A combinação deve seguir regras específicas de formação de palavras na língua em questão.

A derivação parassintética é um dos vários processos morfológicos pelos quais novas palavras são formadas em uma língua, permitindo uma ampliação significativa do vocabulário disponível para expressar diferentes ideias e conceitos.

Derivação parassintética: definição e exemplos (Foto: Unsplash).
Derivação parassintética: definição e exemplos (Foto: Unsplash).

Para ilustrar o conceito, consideremos outros exemplos:

Anoitecer – (prefixo a + radical noit + sufixo ecer)

As palavras “anoite” e “noitecer” não existem, indicando que os afixos não podem ser separados.

Amanhecer – (prefixo a + radical manh + sufixo ecer)

As palavras “amanha” e “manhecer” não existem, pois os afixos não se separam.

Muitas vezes, há confusão entre a derivação parassintética e as derivações prefixal e sufixal. Isso ocorre porque, nestes processos, novas palavras são formadas pela combinação de um prefixo e um sufixo com uma palavra ou radical, resultando em uma palavra derivada.

É importante destacar que a derivação parassintética difere das outras porque nela tanto o prefixo quanto o sufixo são acrescentados à palavra primitiva simultaneamente, ou seja, ambos os afixos não podem ser separados. Compare com a derivação prefixal e sufixal conforme explicado abaixo.

Derivação prefixal (prefixação) ocorre quando um prefixo é adicionado à palavra primitiva, alterando seu significado:

Ver – Rever

Neste exemplo, a palavra primitiva “ver” recebe o prefixo “re”, formando a derivada “rever”. Note que “ver” significa “enxergar”, enquanto “rever” significa ver novamente.

Derivação sufixal (sufixação) ocorre quando um sufixo é adicionado à palavra primitiva, alterando seu significado ou classe gramatical: Conjugar – Conjugação

Ao adicionar o sufixo “ção”, o verbo “conjugar” se transforma no substantivo “conjugação”.

A derivação sufixal pode ser classificada em três formas: nominal, verbal e adverbial.

  • Nominal: forma substantivos e adjetivos: boi – boiada; real – realista;
  • Verbal: forma verbos: final – finalizar;
  • Adverbial: forma advérbios de modo: silenciosa – silenciosamente.

Como observamos, na prefixal e sufixal, o acréscimo não ocorre simultaneamente, ao contrário da derivação parassintética. Lembre-se sempre que, nesse tipo de formação de palavras, a presença de apenas um dos afixos é suficiente para criar uma nova palavra, o que difere da derivação parassintética.

Para perceber essa diferença, analise a decomposição das palavras:

Por exemplo, em “deslealdade”:

  • Sem prefixo: lealdade
  • Sem sufixo: desleal

Você pode ver que a formação da palavra ocorre mesmo quando um dos afixos é removido. Outro exemplo ilustrativo é “infelizmente”:

  • Sem o prefixo: felizmente
  • Sem o sufixo: infeliz

Assim, sempre que surgir a dúvida sobre se uma palavra foi formada por derivação parassintética, prefixação ou sufixação, é suficiente remover um dos afixos para verificar.

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