Desenrola Brasil: brasileiros optam mais pelo parcelamento do que por descontos à vista

Estudo revela um aumento de 20,25% na adoção de parcelamento, mostrando a preferência dos consumidores por alternativas de pagamento mais flexíveis.

Uma pesquisa realizada pela QuiteJá, uma empresa especializada em renegociação de dívidas, revelou que os brasileiros endividados estão optando por parcelar suas dívidas bancárias por meio do Desenrola Brasil.

O programa, lançado pelo Governo Federal em julho do ano passado, inicialmente focou na anulação de dívidas bancárias de até R$ 100, e ofereceu opções de renegociação para indivíduos com renda de até R$ 20 mil e dívidas bancárias sem limite de valor.

Em sua segunda fase, o Desenrola Brasil ampliou seu alcance, abrangendo não apenas dívidas bancárias, mas também débitos não bancários, como contas de serviços públicos, varejo e despesas educacionais. Este está disponível para pessoas com renda de até dois salários mínimos ou cadastradas no Cadastro Único para Programas Sociais do Governo Federal (CadÚnico), com dívidas de até R$ 5 mil.

Segundo a QuiteJá, um estudo realizado demonstrou um aumento expressivo de 81,40% no interesse das pessoas em se informar sobre o programa em comparação com períodos anteriores.

Luiz Marchiori, Head de Negócios da QuiteJá, afirmou que isso mostra o desejo dos beneficiários em aprimorar sua educação financeira e lidar de maneira mais eficiente com suas dívidas.

Além disso, a pesquisa revelou uma mudança clara nas preferências de pagamento dos beneficiários. Houve um aumento de 20,25% na escolha por parcelamento, indicando uma preferência por opções de pagamento mais flexíveis.

Em contrapartida, houve uma queda de 37,11% nas escolhas de pagamento à vista. Isso sugere que os beneficiários estão mais inclinados a escolher planos de parcelamento que se adequem melhor às suas necessidades financeiras em vez de optarem por maiores descontos oferecidos nos pagamentos à vista.

Marchiori enfatizou que a educação financeira desempenha um papel crucial na capacitação dos beneficiários para tomar decisões financeiras informadas e gerenciar suas dívidas de forma responsável.

Confira o total renegociado no evento Mutirão do Desenrola Brasil

O Ministério da Fazenda divulgou que cerca de 72 mil pessoas renegociaram um montante de R$ 433 milhões em dívidas durante o Dia D – Mutirão Desenrola, ocorrido em 22 de novembro. Esse valor foi sete vezes maior que a média diária registrada na última semana.

Foram renegociados 150 mil contratos, levando em consideração que algumas pessoas possuíam mais de uma dívida. O desconto médio concedido durante o mutirão foi de 86,3% em relação ao valor original das dívidas. O valor médio para parcelamento ficou em torno de R$ 1.087, enquanto a média para pagamentos à vista foi de R$ 262.

Durante os momentos de maior acesso à plataforma online do Desenrola, o Ministério da Fazenda destacou que houve mais de duas renegociações por segundo. Desde o início do parcelamento de dívidas entre R$ 5 mil e R$ 20 mil na segunda-feira (20), o Desenrola se tornou um dos três termos mais pesquisados no Google. No dia do mutirão, foi o termo mais buscado, com mais de 200 mil pesquisas.

Para facilitar o acesso, as agências da Caixa Econômica Federal e do Banco do Brasil abriram uma hora mais cedo durante o Dia D – Mutirão Desenrola. A iniciativa buscou incentivar as renegociações, especialmente entre a parcela da população com dificuldades de acesso à internet, incentivando o direcionamento a uma agência bancária.

O evento foi resultado de uma parceria entre o governo federal, bancos públicos e privados, como Banco do Brasil e Caixa Econômica Federal, e outras entidades credoras participantes do programa. O atendimento destinado ao público do Desenrola continuará pelos canais dos bancos e demais credores envolvidos no programa.

Na fase atual do Desenrola, os devedores da Faixa 1, com renda de até dois salários mínimos, têm a chance de renegociar dívidas de até R$ 20 mil com descontos e opção de parcelamento em até 60 meses, sem necessidade de entrada. Além disso, o pagamento da primeira parcela pode ser postergado para 2024, e os juros aplicados são de 1,99% ao mês.

O programa abrange dívidas negativadas entre 1º de janeiro de 2019 e 31 de dezembro de 2022, incluindo várias categorias, como débitos bancários, cartões de crédito, contas atrasadas de serviços públicos e varejo.

Para acessar a plataforma de renegociação, o consumidor deve ter cadastro no Portal Gov.br, com conta nível prata ou ouro, e manter os dados cadastrais atualizados. Depois, o devedor deve escolher uma instituição financeira ou empresa participante do programa para realizar a renegociação, selecionando o número de parcelas desejado e efetuando o pagamento.

Lançado em 17 de julho, o Desenrola Brasil já permitiu que mais de três milhões de brasileiros renegociassem cerca de R$ 26 bilhões em dívidas. Como parte do programa, os principais bancos do país removeram automaticamente 10 milhões de registros de negativação referentes a pequenas dívidas, com valor de até R$ 100.

Na primeira fase do programa, da Faixa 2, era possível renegociar dívidas de qualquer valor com bancos e outras instituições financeiras por indivíduos com renda de até R$ 20 mil. Ao contrário da Faixa 1, as renegociações não eram realizadas pela plataforma do Desenrola, mas sim pelos canais de atendimento dos bancos.

Deixe uma resposta

Seu endereço de email não será publicado.