Desinências – o que são, quais tipos, quando usar e exemplos
Aprenda a identificar desinências nominais e verbais e como elas influenciam a estrutura das palavras na língua portuguesa.
As desinências são elementos morfológicos que se adicionam ao final das palavras com a função de marcar suas flexões. Essas partículas, também denominadas morfemas flexionais, indicam variações gramaticais, e podem ser subdivididas em dois grandes grupos: as desinências nominais, que afetam substantivos e adjetivos, e as desinências verbais, responsáveis por modificar a forma dos verbos, adequando-os a tempo, modo, número ou pessoa.
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Desinências – afinal, o que são?
As desinências nominais são elementos presentes na estrutura das palavras que sinalizam as flexões de gênero e número dos substantivos e adjetivos, permitindo que se adaptem de acordo com essas variações. Em outras palavras, elas indicam se uma palavra está no singular ou no plural e se se refere ao gênero masculino ou feminino.
Observe os exemplos a seguir:
- O menino comeu toda a caixa de chocolates;
- Os meninos comeram toda a caixa de chocolates;
- A menina não gostou do suco de laranja;
- As meninas não gostaram do suco de laranja.
Nas frases acima, temos diferentes formas de flexão que podem ser destacadas:
- menin-o (gênero masculino, singular);
- menin-os (gênero masculino, plural);
- menin-a (gênero feminino, singular);
- menin-as (gênero feminino, plural).
Nominais de número: variações
Geralmente, o plural é formado pela adição da desinência -s. No entanto, há palavras que requerem outras formas de pluralização. Substantivos que terminam em -s, -z ou -r geralmente formam o plural com o acréscimo de -es. Já palavras terminadas em -l mudam para -is no plural, e as que terminam em -m têm o -m substituído por -ns.
Veja alguns exemplos:
- inglês – ingleses
- rapaz – rapazes
- açúcar – açúcares
- funil – funis
- margem – margens
Dessa forma, as desinências nominais desempenham um papel fundamental para que as palavras se ajustem às necessidades de gênero e número no contexto de uma frase.
Palavras que não admitem variações
Nem todas as palavras da língua portuguesa podem sofrer variações em gênero ou número. A seguir, veremos alguns exemplos de palavras que não permitem essas flexões.
Palavras que não admitem flexão de gênero:
Certos substantivos são invariáveis em relação ao gênero, ou seja, não possuem uma versão masculina ou feminina. Por exemplo:
- Mesa – não existe a forma “meso”;
- Cadeira – não há o termo “cadeiro”;
- Cama – “camo” não é uma palavra válida;
- Carro – a forma feminina “carra” não existe.
Palavras que não admitem flexão de número:
Da mesma forma, há palavras que não podem ser alteradas para o plural ou singular. Entre elas, podemos citar:
- Ônibus;
- Férias;
- Tênis;
- Atlas;
- Pais.
O que são desinências verbais?
Desinências verbais são elementos que indicam as variações nos verbos em relação a número, pessoa, modo e tempo. Elas desempenham um papel crucial na conjugação verbal. Veja alguns exemplos com o verbo dançar:
- Danç-o
- Danç-as
- Danç-amos
- Danç-ais
- Danç-am
- Danç-ava
Na forma verbal danço, a vogal “o” é uma desinência número-pessoal, indicando a primeira pessoa do singular do presente do indicativo. Já em dançava, a desinência -ava refere-se ao pretérito imperfeito do indicativo, denotando uma ação que ocorreu no passado de forma contínua.
Como diferenciar desinência de vogal temática?
Embora desinências e vogais temáticas possam parecer semelhantes à primeira vista, elas desempenham funções distintas dentro da estrutura das palavras. A desinência é responsável por indicar as flexões de gênero e número, enquanto a vogal temática atua como uma ligação entre o radical e as desinências.
Por exemplo, na forma verbal “cant-ava”, o radical é “cant-“, a vogal temática é “-a”, e a desinência verbal é “-ava”. Dessa forma, a vogal temática é uma parte fundamental do processo de conjugação verbal, pois possibilita a formação correta das diversas formas do verbo. Já as desinências acrescentam informações específicas que caracterizam a forma verbal, como tempo e modo. Em resumo, a compreensão das diferenças entre esses elementos é crucial para o domínio da conjugação verbal e da morfologia da língua.