Os segredos da concordância verbal no português
Desvende agora os segredos da concordância verbal neste artigo detalhado!
A concordância verbal é um dos aspectos fundamentais da gramática da língua portuguesa e de muitas outras línguas. Ela se refere à harmonização entre o verbo e o sujeito da frase, garantindo que ambos concordem em número (singular ou plural) e pessoa (primeira, segunda ou terceira). O não respeito à concordância nesse sentido provoca um estranhamento imediato em que lê ou ouve sentenças onde não há a harmonia desses elementos.
Sendo assim, essa concordância é essencial para a clareza e correção da comunicação escrita e falada. No artigo de hoje, confira algumas considerações importantes sobre essa relação.
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Concordância verbal
Como já explicado, a concordância verbal é, em resumo, essa relação criada de forma harmônica entre o verbo e o sujeito. Como assim? Isso quer dizer que quando o sujeito está no singular, o verbo também precisa estar; o que implica que quando o sujeito estiver no plural, o verbo também deverá estar.
Veja os seguintes exemplos para que o conceito fique mais claro:
- Lucas e o avô foram assistir ao jogo no estádio;
- Apesar do atraso de 20 minutos, eu disse à Ana que foi ótimo revê-la.
Eu sei que agora parece muito simples, mas pode acreditar quando digo que, no dia a dia, escrevendo textos acadêmicos e até de caráter informal, as pessoas se confundem muito. Isso, para não mencionar a fala, visto que assim é muito mais fácil “engolir” os plurais e seguir em frente.
Vamos dar uma olhada em só algumas das regras de concordância.
Com as expressões “cerca de”, “mais de”, “menos de”
Nas expressões mencionadas acima, o verbo concorda com o numeral. Veja os exemplos:
- Mais de um homem apareceu para cortar o cabelo no sábado;
- Vi cerca de três bandidos assaltando o supermercado;
- Acho que mais de seis alunos faltaram hoje.
Com nomes próprios
Já com os nomes próprios, a concordância deve ser feita considerando a presença ou falta de artigos. Confira!
- Estados Unidos é a terra das oportunidades;
- A aula de Juliana foi surpreendente;
- Como já imaginávamos, os Estados Unidos ganharam novamente.
Alguns títulos de obras, como “Os Sertões”, são exclusivamente escritos no plural. Portanto, nesses casos, há a flexibilidade de escolha, já que o verbo pode concordar tanto no singular quanto no plural. E quando se trata dos nomes de obras (literárias, teatrais, etc.), que são sempre escritos no plural, pode ocorrer o que temos como concordância ideológica. Nesse caso, ela não se baseia nos termos presentes na oração, mas sim na ideia transmitida por eles. Eis alguns exemplos:
- (o livro) “Os Sertões” narra a saga de Canudos;
- “Os Sertões” contam a saga de Canudos.
Confuso? Eu te ajudo. Em resumo:
- Nome próprio no plural com artigo no plural = verbo no plural;
- Nome próprio no plural sem artigo = verbo no singular;
- Quando o nome próprio no plural é título de algo = verbo no singular ou no plural.
Com pronome relativo “quem”
O verbo pode ser conjugado na terceira pessoa do singular, mas também pode concordar com o antecedente do pronome “quem”.
- Fui eu quem gritou;
- Fui eu quem gritei.
Com pronome relativo “que”
O verbo tem que concordar com o que vem antes do pronome “que”.
- Fui eu que guardei;
- Foste tu que guardastes;
- Foi ela que guardou.
Com sujeito formado por “pessoas gramaticais” diferentes
Nesse caso, o verbo vai para o plural e concorda com a pessoa por ordem de prioridade. Entenda:
- Eu, você e ela só voltaremos para casa ao anoitecer.
[eu, 1.ª pessoa + você, 2.ª pessoa + ela, 3.ª] pessoa. Assim, a primeira pessoa do singular tem prioridade e, no plural, ela equivale a nós, ou seja, “nós chegaremos”.
- Vanusa e eu conseguimos quitar a casa no mês passado.
[eu, 1.ª pessoa + Vanusa, 3.ª pessoa]. A primeira pessoa do singular também tem prioridade. No plural, ela equivale a nós, ou seja, “nós conseguimos”.
Com sujeito coletivo
Quando o sujeito é coletivo, o verbo fica sempre no singular.
- O grupo venceu o desafio.
- O elenco era muito competente.
Por outro lado, se o coletivo for especificado, o verbo pode ser conjugado tanto no singular quanto no plural.
- O grupo de alunos venceu o desafio;
- O grupo de alunos venceram o desafio.
A concordância verbal pode ser um desafio, mas dominar essas regras é fundamental para produzir textos gramaticalmente corretos, bem como estabelecer uma comunicação eficaz.