Deu certo! Confira 3 redações nota mil do Enem 2023 e inspire-se!
A redação do Enem é uma das etapas mais importantes das provas
O Exame Nacional do Ensino Médio (Enem) é uma porta de entrada para muitos jovens e adultos que desejam ingressar no ensino superior. A prova é composta por questões de múltipla escolha e uma redação, sendo esta última de suma importância para a avaliação geral do candidato. Preparar-se adequadamente para a redação pode ser o diferencial para alcançar uma nota alta e garantir uma vaga na universidade desejada. Pensando nisso, preparamos esta matéria com 10 redações que obtiveram nota mil no Enem 2023. Vem com a gente!
O que é o Enem?
O Enem é uma prova aplicada pelo Ministério da Educação (MEC) com o objetivo de avaliar o desempenho escolar e acadêmico ao término da educação básica. Criado inicialmente para diagnosticar a qualidade do ensino médio no país, o exame evoluiu e se tornou o principal meio de acesso ao ensino superior no Brasil, por meio do Sistema de Seleção Unificada (Sisu), além de ser utilizado em programas de bolsas e financiamento estudantil.
A importância da redação no Enem
A redação do Enem é um dos componentes mais significativos do exame, correspondendo a uma parte substancial da nota final do candidato. Ela é avaliada de forma criteriosa e requer do participante não apenas o domínio da norma culta da língua portuguesa, mas também a capacidade de construir argumentos sólidos, de organizar ideias de forma coerente e de propor soluções para problemas da atualidade.
Agora que já sabemos da importância da redação do Enem, é hora de conhecer 3 modelos que obtiveram nota mil nas provas do ano passado. É importante destacar que em em 2023, os candidatos tiveram de escrever sobre: ‘Desafios para o enfrentamento da invisibilidade do trabalho de cuidado realizado pela mulher no Brasil’.
Confira abaixo 3 redações nota mil Enem 2023:
Maria Luiza Januzzi, de Valença (RJ)
De acordo com a pensadora brasileira Djamila Ribeiro, o primeiro passo a ser tomado para solucionar uma questão é tirá-la da invisibilidade. Porém, no contexto atual do Brasil, as mulheres enfrentam diversos desafios para que seu trabalho de cuidado seja reconhecido, gerando graves impactos em suas vidas, como a falta de destaque. Nesse sentido, essa problemática ocorre em virtude da omissão governamental e da influência midiática.
Dessa forma, em primeiro plano, é preciso atentar para o descaso estatal em relação aos obstáculos enfrentados diariamente por mulheres que trabalham como cuidadoras. Segundo John Locke, “as leis fizeram-se para os homens e não para as leis”. No entanto, a inércia governamental direcionada à tais pessoas não cumpre com o previsto na Carta Magna, visto que a falta de investimento em políticas públicas causa dificuldades no âmbito profissional deste setor – como a desvalorização salarial. Isso contribui para que suas necessidades sejam cada vez mais negligenciadas.
Além disso, a influência dos meios digitais é um fator agravante no que tange ao problema. Para Chimamanda Adichie, mudar o “status quo” – o estado atual das coisas – é sempre penoso. Essa conjuntura pode ser observada no papel que a mídia possui na luta diária de mulheres que exercem o trabalho do cuidado ou doméstico, uma vez que ela auxilia no fortalecimento de uma mentalidade social machista no país. Isso ocasionou o silenciamento da população feminina, enraizando a lógica do patriarcado na sociedade. Diante do exposto, as mulheres perdem a voz na busca por direitos profissionais na área de cuidado, ao ser propagada a ideia de que essa função é sua, e somente sua, obrigação.
Por meio do seu livro “Brasil, país do futuro” – publicado no último século – o escritor austríaco Stefan Zweig expressou a sua confiança de que a nação cresceria e se desenvolveria exponencialmente. Para além disso, nos dias atuais, a sociedade brasileira vivencia uma situação inversa, uma vez que a constante invisibilidade feminina relacionada ao trabalho de cuidado e seus impactos negativos na contemporaneidade não são características de um “país do futuro”. Desse modo, algumas negligências governamentais impulsionam a desvalorização trabalhista de cuidado desempenhado pela mulher brasileira e promovem o desenvolvimento de diversas desigualdades econômicas. Logo, tanto a inefetividade das leis direcionadas ao público feminino quanto a escassez de investimentos na educação capacitiva são suscitadores da problemática.
Em primeiro plano, é imprescindível destacar a baixa eficiência das leis relacionadas ao trabalho da mulher como um fato que potencializa a invisibilidade do esforço doméstico e de cuidados desse grupo. Nesse sentido, o escritor brasileiro Gilberto Dimenstein defende que a legislação brasileira funciona somente no papel e, na prática, é ineficiente. A partir disso, tal tese pode ser comprovada por meio da má aplicação das leis trabalhistas femininas, uma vez que tais documentos não garantem, efetivamente, os direitos fundamentais da mulher, especialmente no âmbito do trabalho, e geram uma dependência dessa parcela ao cuidado doméstico, que é amplamente desvalorizado e, muitas vezes, não remunerado. Logo, tal insuficiência do sistema legislativo promove uma exploração exagerada da população feminina no país.
Além disso, vale ressaltar, ainda, a falta de verbas destinadas à educação como um fator que agrava e desvaloriza o trabalho de cuidado exercido pela mulher brasileira. Nesse sentido, o filósofo esloveno Slavoj Zizek afirma que os políticos liberais modernos priorizam interesses mercadológicos e menosprezam atitudes que beneficiem a coletividade. Dessa maneira, verifica-se uma imprudência estatal que, por sua vez, despreza a importância da educação ao não investir na capacitação feminina, o que impede a entrada desse grupo no mercado de trabalho e obriga a mulher a realizar os desvalorizados “trabalhos de cuidado”. Com isso, atitudes que visem ampliar a qualidade do sistema educacional brasileiro mostram-se amplamente necessárias.
Portanto, vistos os fatores que impactam negativamente na valorização do trabalho de cuidado feminino, medidas são necessárias para combatê-los. Cabe ao governo federal a realização de fiscalizações legislativas e, por meio de inspeções e vistorias em residências de risco, verificar se as leis trabalhistas femininas estão sendo devidamente aplicadas, a fim de garantir a não exploração da mulher doméstica. Ademais, o Ministério da Educação deve, através do FUNDEB – o Fundo Nacional de Educação Básica destinar investimentos às escolas, visando promover uma capacitação geral e inserir as mulheres em um mercado de trabalho justo. Somente assim, o público feminino conquistará a devida visibilidade no âmbito do trabalho.
Luana Pizzolato, de São Bernardo do Campo (SP)
As décadas finais do século 20, no Brasil, foram marcadas pela presença de movimentos sociais diversos, como o de ruptura das condições de gênero que prejudicavam as mulheres no meio social. Embora as manifestações tenham conquistado direitos, ainda há problemas que assolam o cotidiano feminino das brasileiras, como a invisibilidade do trabalho de cuidado. De fato, essa questão é influenciada pelo sistema capitalista e pela manutenção da visão patriarcal. Logo, é urgente sanar os desafios e enfrentar a problemática.
Diante desse cenário, cabe analisar a relação entre o modelo econômico e a invisibilidade referida. Consoante a tese do sociólogo Karl Marx, os donos de produção, no capitalismo, possuem como fim o maior lucro possível. Nessa perspectiva do autor, nota-se que essa mentalidade econômica ainda rege as relações atuais, incluindo as do Brasil. Desse modo, em um contexto que o trabalho de cuidado não reproduz o capital desejado pelas empresas, esse é invisibilizado e mal remunerado. Portanto, é visível que o sistema capitalista é um entrave na questão sofrida pelas mulheres.
Ademais, a permanência da visão patriarcal acentua o problema dessa invisibilidade. Tal situação é explicada pois, desde o período colonial do Brasil, as mulheres foram designadas a cumprir funções domésticas e de cuidado, já que não eram vistas como capazes de exercer outro ofício. Nesse cenário, ao relacionar com a atualidade, é nítido que essa convenção social do papel da mulher foi mantido como modo de continuar o privilégio dos homens, detentores do poder. Assim, ao passo que esses se consideram superiores, não há uma luta para valorizar o trabalho de cuidado, já que é visto como função intrínseca e obrigatória do gênero feminino.
Em suma, constata-se que mudanças devem ocorrer para enfrentar os desafios da invisibilidade do trabalho de cuidado realizado pela mulher. Para isso, cabe ao poder legislativo, na condição de detentor dos meios legais de transformação, criar leis que tornem obrigatória a remuneração digna desse ofício com inclusão no mercado, além de regulamentar sua valorização. Essa proposta deve ser aprovada por meio de um debate na Câmara dos Deputados e tem como fim acabar com a invisibilidade desse trabalho. Feito isso, a questão deixará de ser um problema do corpo social brasileiro.
Como visto acima, para que uma redação obtenha nota mil no Enem, esta precisa ser bem estruturada e organizada.
Como treinar a escrita para o Enem
Treinar a escrita é fundamental para quem deseja alcançar uma nota alta na redação do Enem. Isso pode ser feito por meio da prática regular de redações, preferencialmente sobre temas variados e atuais. Solicitar feedback de professores ou de colegas mais experientes também é uma forma eficiente de identificar pontos de melhoria e aprimorar a escrita.
Fique atento às questões atuais
Preparar-se para a redação do Enem requer dedicação, prática e um olhar atento às questões da atualidade. Ao seguir as dicas apresentadas e dedicar-se ao estudo e à prática da escrita, o candidato aumentará significativamente suas chances de obter uma nota alta no exame. Lembre-se de que a redação é uma oportunidade de demonstrar sua capacidade de reflexão, argumentação e proposição de soluções, habilidades altamente valorizadas no ensino superior e no mercado de trabalho.
A preparação para a redação do Enem é um processo contínuo, que demanda tempo, esforço e persistência. No entanto, com as estratégias certas e um comprometimento genuíno com o aprimoramento da escrita, é possível alcançar resultados excepcionais. Boa sorte!