Você sabe usar “discriminar” e “descriminar” corretamente?
Estas palavras são parecidas, mas possuem significados distintos
Ah, o português, essa língua tão bela e, ao mesmo tempo, cheia de armadilhas que fazem qualquer um tropeçar. Entre tantas palavras semelhantes, há duas que parecem ter sido criadas só para testar a paciência e o conhecimento: “discriminar” e “descriminar”. Quem nunca parou por um segundo, encarou essas duas palavras e se perguntou: “Mas qual é a diferença?” Pois bem, está na hora de esclarecer essa dúvida de uma vez por todas e, de quebra, se divertir com a confusão que essas duas palavrinhas podem causar.
“Discriminar”: o verbo que causa polêmica
“Discriminar” é, sem dúvida, o mais conhecido entre os dois. Com origem no latim discriminare, significa diferenciar, separar, fazer distinções. Até aí, nada muito complicado. A confusão começa quando se percebe que, na maioria das vezes, “discriminar” é usado em contextos não muito agradáveis. Isso porque discriminação é algo que ainda faz parte do cotidiano, seja por causa de raça, gênero, religião ou qualquer outra característica que alguém resolva julgar.
No entanto, “discriminar” nem sempre precisa ser o vilão da história. Quando usado no sentido de distinguir ou classificar, pode ser uma palavra neutra ou até positiva. Por exemplo: “O chefe discriminou as tarefas de acordo com a habilidade de cada funcionário.” Nesse caso, o verbo apenas indica que houve uma separação, uma organização. Nada de mal nisso, certo? Então, sim, é possível discriminar sem causar confusão, embora essa palavra tenha ganhado má fama ao longo do tempo.
“Descriminar”: o primo menos conhecido
Por outro lado, “descriminar” parece ser aquele primo que só aparece em reuniões de família e ninguém se lembra exatamente de onde veio. Pois bem, “descriminar” vem do latim decriminare, que significa absolver, retirar a culpa, inocentar. Em outras palavras, descriminar é o ato de limpar a barra de alguém, de tirar a pessoa da lista dos acusados.
Imagine a situação: um amigo é acusado de um crime que não cometeu. Após uma investigação, fica provado que ele é inocente. Nesse momento, o verbo “descriminar” entra em cena, trazendo justiça e paz de espírito.
A grande dúvida: como diferenciar?
E aí, como não se perder no meio dessa confusão de significados? A resposta é mais simples do que parece. A primeira dica é prestar atenção ao contexto. Se o sentido for de separar, diferenciar ou tratar de forma distinta, o verbo correto é “discriminar”, com “i”. Agora, se a ideia for tirar alguém de uma enrascada, inocentar, o verbo certo é “descriminar”, com “e”.
Outra maneira de fixar essas diferenças é associar “discriminar” a “discriminação”, que tem a ver com a ação de tratar pessoas de forma desigual. Já “descriminar” pode ser lembrado ao pensar em “descriminalizar”, que significa tornar algo legal, retirar a criminalidade associada a uma ação. Assim, fica mais fácil lembrar que “descriminar” está relacionado a limpar a barra de alguém.
Um pouco de humor para descontrair
Se a língua portuguesa fosse uma novela, “discriminar” e “descriminar” seriam aqueles personagens gêmeos que causam a maior confusão na trama. Enquanto um é visto como o vilão, o outro é o herói incompreendido. E para quem está de fora, a diferença entre eles parece mínima, mas no fundo, cada um tem seu papel bem definido.
Imagina só a seguinte situação: uma pessoa resolve escrever uma carta reclamando de discriminação no trabalho, mas acaba usando “descriminar” por engano. O resultado? Em vez de acusar a empresa, a carta acaba soando como um pedido para inocentar os chefes! É ou não é uma boa maneira de transformar uma reclamação séria em um grande mal-entendido?
Ou então, quem sabe, um advogado que confunde os verbos durante um julgamento. Ao invés de pedir que seu cliente seja “descriminado”, ele solicita que seja “discriminado”. Um pequeno deslize, mas que pode fazer toda a diferença no resultado final. Afinal, ninguém quer ser discriminado, mas descriminado… Ah, isso sim seria uma boa notícia!
Resumindo a Ópera
No final das contas, o segredo para não se perder entre “discriminar” e “descriminar” está no cuidado com o contexto e na associação com palavras que já fazem parte do cotidiano. “Discriminar” com “i” é separar, diferenciar, e muitas vezes carrega um tom negativo. Já “descriminar” com “e” é inocentar, livrar da culpa, e traz consigo uma sensação de alívio e justiça.
Então, da próxima vez que essa dúvida surgir, lembre-se: ao escolher entre “discriminar” e “descriminar”, não é só uma letra que muda, é todo o sentido da frase. E acertar nesse detalhe pode fazer toda a diferença, seja na vida real ou em uma boa história para contar. Afinal, dominar a língua portuguesa é um superpoder que pode evitar muitos mal-entendidos — e ainda render umas boas risadas!