Dúvida de Português: “Duas vezes é pouco” ou “duas vezes são pouco”
O verbo "ser" é um dos mais versáteis e, ao mesmo tempo, complexos da língua portuguesa
Você já se pegou hesitando entre escrever “duas vezes é pouco” ou “duas vezes são pouco”? Essa dúvida é mais comum do que se imagina e pode causar confusão até mesmo para os mais atentos às regras gramaticais. Aqui, você verá a confusão por trás dessa expressão e aprenderá a usá-la corretamente em suas comunicações.
A língua portuguesa é repleta de particularidades que podem deixar qualquer um com a cabeça girando. Entre essas peculiaridades, encontramos o verbo “ser”, que parece ter vida própria quando se trata de concordância. Viaje nesse tema fascinante e entenda por que essa expressão gera tanta dúvida.
O verbo “ser” e suas peculiaridades
O verbo “ser” é um dos mais versáteis e, ao mesmo tempo, complexos da língua portuguesa. Ele possui características únicas que o diferenciam dos demais verbos quando se trata de concordância.
A flexibilidade do verbo “ser”
Diferentemente de outros verbos, o “ser” tem uma flexibilidade impressionante. Ele pode concordar tanto com o sujeito quanto com o predicativo da oração, dependendo do contexto. Essa característica o torna especial e, muitas vezes, fonte de dúvidas para os falantes.
Expressões de quantidade e o verbo “ser”
Quando se lida com expressões de quantidade, como “duas vezes”, entra-se em um território específico da gramática. Essas expressões têm regras próprias de concordância que se precisa observar.
A regra geral para expressões de quantidade
Em geral, expressões que indicam quantidade, medida, peso, valor ou tempo são consideradas invariáveis na língua portuguesa. Isso significa que, independentemente do número a que se referem, elas tendem a usar o verbo no singular.
Exemplos práticos
Observe alguns exemplos para entender melhor como essa regra se aplica:
- Dois quilos é suficiente para o bolo.
- Cinco reais é pouco para um almoço.
- Três horas é muito tempo de espera.
Perceba que, em todos esses casos, o verbo “ser” está no singular, mesmo quando se refere a quantidades plurais.
A expressão “duas vezes é pouco” na prática
Agora que ficou entendido a regra geral, veja então como fica a expressão que deu origem à nossa dúvida inicial: “duas vezes é pouco” ou “duas vezes são pouco”?
A forma correta
Como apresentado, seguindo a regra das expressões de quantidade, a forma correta é “duas vezes é pouco”. O verbo “ser” permanece no singular, concordando com a ideia de quantidade expressa pela frase como um todo, e não com o número “duas”.
Por que não se usa o plural?
Pode parecer estranho usar o singular quando se fala de “duas vezes”, mas lembre-se: trata-se de uma expressão como uma unidade de medida ou quantidade. É como se fosse dito “essa quantidade é pouco”.
Outros exemplos similares
Para reforçar o entendimento, veja outros exemplos que seguem a mesma lógica:
- Três vezes é demais para repetir o mesmo erro.
- Quatro páginas é pouco para um trabalho acadêmico.
- Dez minutos é suficiente para uma pausa.
O verbo “ser” em outras construções
Para ampliar nossa compreensão, veja como o verbo “ser” se comporta em outras construções similares.
Indicação de horas
Quando se fala de horas, o verbo “ser” concorda com o número que indica as horas:
- É uma hora da tarde.
- São duas horas da manhã.
- Eram quase três horas quando chegamos.
Expressões com “é que”
A expressão “é que” é invariável, independentemente do sujeito:
- Eu é que sei.
- Nós é que decidimos.
- Eles é que escolheram.
Dicas para não errar
Para evitar dúvidas e usar corretamente expressões como “duas vezes é pouco”, siga estas dicas:
- Lembre-se de que expressões de quantidade geralmente pedem o verbo no singular.
- Pense na expressão como uma unidade, não nas palavras individuais.
- Quando em dúvida, opte pela forma singular do verbo “ser”.
- Pratique com diferentes exemplos para internalizar a regra.
A importância da concordância correta
Usar a concordância correta não é apenas uma questão de seguir regras gramaticais. É uma forma de se comunicar com clareza e precisão, evitando mal-entendidos e demonstrando domínio da língua.
Impacto na comunicação escrita
Em textos formais, acadêmicos ou profissionais, o uso correto da concordância pode fazer a diferença na percepção que os leitores têm sobre o autor. Uma concordância bem feita transmite credibilidade e competência.
Flexibilidade na fala cotidiana
Na língua falada, é comum encontrarmos variações e flexibilizações das regras gramaticais. Isso não significa que devemos ignorar a forma correta, mas entender que a língua é viva e se adapta aos diferentes contextos de uso.
Exercícios para fixação
Para ajudar você a fixar o uso correto de expressões como “duas vezes é pouco”, propomos alguns exercícios:
- Complete as frases com “é” ou “são”:
- Cinco metros _____ suficiente para a cortina.
- Dois dias _____ pouco para conhecer a cidade.
- Quatro horas _____ muito tempo de espera.
- Reescreva as frases corrigindo a concordância, se necessário:
- Três quilos são demais para a dieta.
- Dez minutos são o bastante para o aquecimento.
- Duas semanas são pouco para aprender um idioma.
Em todas as questões usa-se o verbo ser no singular (é) como explicado.