Dúvida de Português: qual o coletivo de capivara?
Será que assim como veiculado na internet, o coletivo é capivárias?

Assim como outros animais que vivem em grupos grandes, o coletivo “manada” indica que as capivaras se movimentam e vivem em grupo. É isso mesmo. O coletivo de capivara é manada. Quase nunca uma capivara é vista sozinha; elas se reúnem em grupos de dezenas de indivíduos, o que torna “manada” a escolha natural para descrever o coletivo dessa espécie. Além disso, esses grupos são liderados por machos dominantes e costumam incluir fêmeas e filhotes, reforçando a ideia de organização social entre as capivaras.
As capivaras chamam atenção pelo tamanho. Um macho adulto pode pesar até 60 quilos, sendo, portanto, o maior roedor existente. Com esse porte, elas não passam despercebidas nos parques urbanos ou até nas margens de rios próximos de áreas residenciais. Também são comuns em regiões como o Pantanal e às margens de rios e córregos urbanos, locais onde encontram alimento e água em abundância.
Além disso, as capivaras possuem adaptações específicas para o ambiente aquático, como dedos parcialmente unidos por membranas, o que facilita a natação. Esse é um dos motivos pelos quais estão sempre próximas de corpos d’água, sejam eles naturais ou criados pelo ser humano, como os canais urbanos.
Muitas pessoas se perguntam por que as capivaras vivem em cidades. A resposta, no entanto, está na expansão urbana sobre os habitats naturais. Em São Paulo, por exemplo, o rio Tietê abrigava diversas espécies, como capivaras, pacas e catetos, pois oferecia condições ideais para esses animais: água, alimento e refúgio. Com o crescimento da cidade e a construção de obras nas margens do rio, parte da população de capivaras foi deslocada para parques urbanos.
Assim, em vez de as capivaras terem “invadido” a cidade, foi a urbanização que se expandiu sobre os espaços onde esses animais sempre viveram. Hoje, é possível ver capivaras adaptadas ao ambiente urbano, convivendo próximas de pessoas e veículos sem grandes problemas. Em parques como o Parque do Ibirapuera, elas são uma atração à parte e símbolo de convivência entre fauna e cidade.
As capivaras são animais sociais e pacíficos, vivendo em grupos organizados. Em geral, uma manada inclui entre 10 e 20 indivíduos, mas pode ser maior, especialmente em áreas com abundância de recursos. O líder do grupo é um macho dominante, que protege o grupo e mantém a ordem entre os indivíduos.
Quando se sentem ameaçadas, as capivaras se comunicam por meio de sons específicos, como assobios e grunhidos, alertando o grupo sobre possíveis perigos. Além disso, o contato físico é uma forma importante de interação entre as capivaras, fortalecendo os laços entre os membros do grupo. Elas cuidam umas das outras, especialmente dos filhotes, que são protegidos e cuidados por todas as fêmeas da manada.
A presença das capivaras nas cidades levanta um ponto importante: a necessidade de planejamento urbano sustentável. Como resultado da expansão urbana, a fauna nativa enfrenta desafios para coexistir em um ambiente repleto de prédios, veículos e poluição. A criação de parques e áreas verdes é uma maneira de manter esses animais em contato com a natureza, promovendo uma convivência mais equilibrada entre humanos e fauna local.
Parques urbanos que abrigam capivaras têm o papel de preservar a biodiversidade e educar a população sobre a importância da convivência com a fauna. Além disso, observar esses animais em seus habitats ajuda a aumentar a conscientização ambiental, mostrando como pequenas ações urbanas podem impactar a vida selvagem.
Graduada em Serviço Social pela Universidade do Norte do Paraná (Unopar), Gorete Costa é especialista em comunicação, atuando como radialista em programas jornalísticos e de entretenimento, além de produção e revisão de textos informativos para sites e blogs.
Ótima reportagem, mas a primeira foto não é de uma capivara.
Obrigada pelo feedback, Jacqueline! Já atualizamos o post!