As dúvidas de português mais comuns em concursos

Essas dúvidas de português são abordadas em forma de pegadinhas por muitas bancas

Quando se fala em preparação para concursos públicos, a disciplina de Língua Portuguesa é, sem dúvida, uma das áreas que mais causam preocupação. Embora o idioma seja parte da nossa comunicação diária, muitos candidatos enfrentam dificuldades na hora de aplicar as regras gramaticais, interpretar textos ou compreender o significado das palavras no contexto.

Essa insegurança é natural, já que as bancas examinadoras costumam elaborar questões que exigem um conhecimento detalhado da língua e, muitas vezes, jogam com as famosas “pegadinhas” que testam a atenção e o domínio das regras pelos concorrentes.

Zamos abordar as dúvidas de português mais comuns em concursos, ajudando você a identificar e corrigir erros que podem custar pontos preciosos na sua prova. Nosso objetivo é oferecer dicas práticas e exemplos claros para esclarecer de vez aquelas questões que sempre causam dúvida.

1. Acentuação gráfica: quando usar ou não?

Uma das principais armadilhas nos concursos públicos é a questão da acentuação gráfica, especialmente após o Acordo Ortográfico de 2009, que trouxe algumas mudanças significativas. Palavras como “ideia” e “voo” não são mais acentuadas, e isso ainda gera confusão entre os candidatos.

  • Erros comuns: Omissão de acento em palavras como “pôde” (verbo no passado), que ainda mantém o acento circunflexo para diferenciar de “pode” (verbo no presente).
  • Dica: Estude a lista de mudanças do Acordo Ortográfico para evitar erros bobos. Muitas vezes, uma questão de concurso quer apenas testar sua familiaridade com essas novas regras.

2. Crase: usar ou não usar?

A temida crase, representada pelo acento grave (à), é outra dúvida recorrente nos concursos. A crase indica a fusão da preposição “a” com o artigo definido feminino “a”. No entanto, muitos candidatos ficam confusos sobre quando realmente devem utilizá-la.

  • Erro comum: Usar crase antes de palavras masculinas ou verbos. Por exemplo: “Vou à pé” (errado) em vez de “Vou a pé” (correto).
  • Dica: A crase só ocorre antes de palavras femininas. Se estiver em dúvida, substitua a palavra feminina por uma masculina. Se não houver artigo masculino, então não há crase. Exemplo: “Vou à escola” (vou ao colégio); “Vou a pé” (não existe “ao pé”).

3. Uso de “por que”, “por quê”, “porque” e “porquê”

Outra questão bastante explorada nas provas de concursos é o uso correto das diferentes formas de “por que”. Muitos candidatos se confundem com essas variações, principalmente porque elas mudam conforme a função que desempenham na frase.

  • Erros comuns: Usar “porque” em perguntas, quando o correto seria “por que”. Por exemplo: “Porque você não foi?” (errado), em vez de “Por que você não foi?” (correto).
  • Dica: Uma maneira simples de lembrar é: “por que” separado é usado em perguntas e quando significa “por qual motivo” ou “por qual razão”. “Porque” junto é usado em respostas ou explicações. Já “porquê” é um substantivo e pode ser substituído por “o motivo”. Exemplo: “O porquê de sua ausência”. Por fim, “por quê” separado e com acento é usado em perguntas no final da frase, como em “Você foi embora por quê?”.

4. Colocação pronominal: próclise, ênclise e mesóclise

A colocação dos pronomes oblíquos também é um ponto frequentemente abordado em concursos, pois é um tema que exige atenção e estudo das regras.

  • Erro comum: Usar a ênclise (pronome após o verbo) no início da frase. Exemplo: “Levou-se os documentos” (errado), em vez de “Levaram-se os documentos” (correto).
  • Dica: A próclise (pronome antes do verbo) é usada em situações como a presença de palavras negativas (“não”, “ninguém”), advérbios e pronomes relativos. A ênclise é usada quando o verbo está no início da oração. A mesóclise (pronome no meio do verbo) ocorre em verbos no futuro do presente ou futuro do pretérito, mas é cada vez mais rara no uso cotidiano.
Dúvidas de Português em foco.
Dúvidas de Português em foco. Imagem: Adobe Stock

5. Emprego de “mas” e “mais”

A confusão entre “mas” e “mais” é bastante comum, e as bancas de concurso adoram explorar essa dificuldade. Embora as duas palavras sejam bem diferentes em significado, muitos candidatos acabam trocando-as.

  • Erro comum: Usar “mais” (que indica quantidade) no lugar de “mas” (que indica oposição). Exemplo: “Queria ir ao cinema, mais estava chovendo” (errado), em vez de “Queria ir ao cinema, mas estava chovendo” (correto).
  • Dica: Para evitar erros, lembre-se que “mais” está relacionado a quantidade ou acréscimo, enquanto “mas” é uma conjunção adversativa, que serve para expressar contraste.

6. Concordância verbal e nominal

Erros de concordância são outro ponto de destaque nas provas de Língua Portuguesa em concursos. Eles podem ocorrer tanto na concordância verbal (sujeito e verbo) quanto na concordância nominal (substantivo e seus determinantes).

  • Erro comum: Não ajustar o verbo ao sujeito, especialmente em frases longas ou com sujeitos compostos. Exemplo: “A maioria dos alunos saíram mais cedo” (errado), em vez de “A maioria dos alunos saiu mais cedo” (correto).
  • Dica: A concordância verbal deve sempre acompanhar o sujeito. Fique atento a sujeitos compostos ou com núcleo no singular que podem confundir. Na concordância nominal, os adjetivos e pronomes devem concordar em gênero e número com o substantivo ao qual se referem.

7. Uso de “aonde” e “onde”

As palavras “aonde” e “onde” são frequentemente confundidas. Embora pareçam semelhantes, cada uma tem um uso específico que precisa ser respeitado para que a frase esteja gramaticalmente correta.

  • Erro comum: Usar “aonde” em frases que não indicam movimento. Exemplo: “Onde você vai?” (errado), em vez de “Aonde você vai?” (correto).
  • Dica: “Onde” deve ser usado para indicar lugar, sem ideia de movimento, enquanto “aonde” indica movimento em direção a um lugar. Exemplo: “Onde você está?” (sem movimento) e “Aonde você vai?” (com movimento).

8. Parônimos e homônimos

Palavras parônimas (semelhantes na forma e pronúncia, mas diferentes no significado) e homônimas (mesma grafia ou som, mas significados diferentes) também são muito exploradas nas provas de concursos.

  • Erro comum: Confundir palavras como “emergir” (vir à tona) e “imergir” (afundar).
  • Dica: Estude as principais palavras parônimas e homônimas e sempre leia a frase com atenção ao contexto, pois é ele que vai determinar o uso correto.

Deixe uma resposta

Seu endereço de email não será publicado.