Dúvidas de Português: detetizar ou dedetizar?

De modo simples, o termo refere-se ao processo de eliminar pragas, como insetos e roedores, usando produtos químicos apropriados

Dúvidas de Português! Quem nunca teve uma? Uma das dúvidas mais comuns entre falantes da língua portuguesa é se a palavra correta é “detetizar” ou “dedetizar”. Muitos se surpreendem ao descobrir que apenas uma dessas palavras existe no vocabulário oficial. Essa confusão é tão frequente que, muitas vezes, passa despercebida no cotidiano, seja em conversas informais ou até em textos formais. Mas afinal, qual a forma correta? Descubra a seguir!

O que significa  o termo?

O termo é usado para descrever o processo de eliminação ou controle de pragas, como insetos e roedores, por meio da aplicação de produtos químicos. A palavra tem origem na sigla DDT (Dicloro-Difenil-Tricloroetano), um inseticida amplamente utilizado no passado. Embora o uso do DDT tenha sido proibido em muitos países, inclusive no Brasil, o termo permanece no vocabulário e refere-se, atualmente, ao uso de diversos outros produtos químicos autorizados para o controle de pragas em ambientes domésticos, comerciais ou industriais.

O processo é essencial para manter a higiene e a saúde dos ambientes, prevenindo infestações que podem trazer doenças e desconforto.

Detetizar ou dedetizar?

A resposta é clara: a palavra correta é “dedetizar”. O termo “detetizar” simplesmente não existe no dicionário da língua portuguesa. Ou seja, qualquer uso dessa palavra, por mais que pareça familiar, está incorreto. A confusão surge por conta da semelhança sonora entre as palavras, o que leva muitos a acreditar que “detetizar” seja uma variante correta.

Qual a origem do termo?

A palavra “dedetizar” está diretamente ligada ao uso do DDT, que foi um dos primeiros inseticidas sintéticos de amplo espectro. Criado em meados do século XX, o DDT rapidamente se popularizou por sua eficácia em exterminar diversas pragas, desde insetos até roedores, sendo usado em larga escala tanto em ambientes urbanos quanto rurais.

No Brasil, é proibido a fabricação, importação, exportação, manutenção em estoque, comercialização e uso do DDT.
No Brasil, é proibido a fabricação, importação, exportação, manutenção em estoque, comercialização e uso do DDT. Imagem: Freepik

No Brasil, o uso do DDT foi tão difundido que o termo dedetizar passou a ser sinônimo de qualquer ação de controle de pragas. O DDT, no entanto, começou a ser banido em diversos países nas décadas de 1970 e 1980 devido aos seus efeitos nocivos ao meio ambiente. Estudos revelaram que o DDT não se decompunha facilmente, o que resultava em sua permanência no solo, nos corpos de animais e até em humanos, gerando riscos para a saúde e o ecossistema.

Por que “detetizar” não está correto?

Embora “detetizar” possa parecer correto para algumas pessoas, é um erro linguístico. A palavra nunca existiu no vocabulário formal e não tem uma origem histórica ou técnica que justifique sua criação. A confusão entre “detetizar” e “dedetizar” se dá pela semelhança fonética entre as letras d e t, cujos sons são parecidos, especialmente na fala rápida e informal. No entanto, é importante lembrar que, no campo linguístico e técnico, apenas “dedetizar” faz sentido.

Por que ainda  se usa “dedetizar” se o DDT foi proibido?

Embora o DDT tenha sido banido no Brasil e em diversos países devido aos seus efeitos prejudiciais, o verbo dedetizar permaneceu na língua portuguesa como uma forma comum de se referir ao ato de eliminar pragas. Isso acontece porque, linguisticamente, a palavra já havia se incorporado ao vocabulário popular, muito antes da proibição do DDT.

Em outras palavras, o termo evoluiu em seu significado e passou a designar não o uso de DDT especificamente, mas o processo de controle de pragas em geral, independentemente do produto químico utilizado. Isso é comum na linguagem, onde muitas palavras mantêm seu uso original, mesmo quando os contextos ou tecnologias que lhes deram origem mudaram ou foram substituídos.

Por que existe a confusão entre “detetizar” e “dedetizar”?

A semelhança entre os fonemas /d/ e /t/ explica por que muitas pessoas se confundem ao pronunciar ou escrever essas palavras. Na fala rápida, os sons podem se misturar, levando ao erro na hora de escrever “detetizar”, que não existe. Isso é particularmente comum em regiões onde o sotaque local ou o ritmo da fala favorecem a confusão entre esses sons.

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