Dúvidas de Português: “dormir” ou “durmir”? Qual o correto?

As duas formas de escrever estão corretas?

A língua portuguesa é cheia de particularidades que podem causar confusão, especialmente na escrita de palavras que têm pronúncia semelhante. Um exemplo comum de dúvida é a palavra “dormir”, que muitas vezes é escrita de forma incorreta como “durmir”. Afinal, você a forma correta de escrever? Vamos aprender juntos!

Originado do verbo latino “dormire”, a forma infinitiva correta deste vocábulo em língua portuguesa é “dormir”. Esta grafia com “o” na primeira sílaba se mantém na maioria das conjugações verbais, sejam elas no pretérito perfeito, futuro do presente ou formas derivadas.

O Pretérito Perfeito e o Futuro do Presente

Ao conjugarmos “dormir” no pretérito perfeito do indicativo, a primeira vogal permanece inalterada:

  • (Eu) dormi
  • (Tu) dormiste
  • (Ele/Ela) dormiu
  • (Nós) dormimos
  • (Vós) dormistes
  • (Eles/Elas) dormiram

De forma semelhante, no futuro do presente do indicativo, a grafia com “o” se preserva:

  • (Eu) dormirei
  • (Tu) dormirás
  • (Ele/Ela) dormirá
  • (Nós) dormiremos
  • (Vós) dormireis
  • (Eles/Elas) dormirão

Palavras Cognatas e Derivações

Não apenas o verbo em si, mas também todas as palavras cognatas e derivações de “dormir” seguem a mesma regra ortográfica, conservando o “o” na sílaba inicial. Alguns exemplos incluem “dormitório”, “adormecido”, “dorminhoco” e “dormência”.

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Dúvidas de português. Imagem: Shutterstock

A Exceção

Embora a maioria das formas verbais mantenha o “o”, há uma notável exceção quando conjugamos “dormir” no presente do indicativo e no presente do subjuntivo. Nestes casos específicos, a vogal “o” se transforma em “u”:

Presente do Indicativo:

  • (Eu) durmo
  • (Tu) dormes
  • (Ele/Ela) dorme
  • (Nós) dormimos
  • (Vós) dormis
  • (Eles/Elas) dormem

Presente do Subjuntivo:

  • (Que eu) durma
  • (Que tu) durmas
  • (Que ele/ela) durma
  • (Que nós) durmamos
  • (Que vós) durmais
  • (Que eles/elas) durmam

O Imperativo Afirmativo e Negativo

Ao empregar o modo imperativo, a grafia oscila entre “o” e “u” dependendo da pessoa gramatical. No imperativo afirmativo:

  • (Tu) dorme
  • (Ele/Ela) durma
  • (Nós) durmamos
  • (Vós) dormi
  • (Eles/Elas) durmam

Enquanto no imperativo negativo:

  • (Tu) Não durmas
  • (Ele/Ela) Não durma
  • (Nós) Não durmamos
  • (Vós) Não durmais
  • (Eles/Elas) Não durmam

A Regra Geral

Embora existam algumas exceções, a regra geral é escrever “dormir” com “o” na primeira sílaba em sua forma infinitiva e na maioria das conjugações verbais. As únicas variações ocorrem no presente do indicativo, presente do subjuntivo e imperativo, onde a vogal “o” se altera para “u”.

Exemplos Práticos

Para solidificar esse conhecimento, vamos analisar alguns exemplos práticos:

  • “Ontem eu dormi muito bem após um longo dia de trabalho.” (Pretérito perfeito)
  • “Amanhã eu dormirei mais cedo para estar descansado.” (Futuro do presente)
  • “Ela é uma dorminhoca nos finais de semana.” (Palavra cognata)
  • Durmo melhor quando abro as janelas.” (Presente do indicativo, 1ª pessoa singular)
  • “Que vocês durmam bem esta noite!” (Presente do subjuntivo, 3ª pessoa plural)
  • Dorme agora, criança.” (Imperativo afirmativo, 2ª pessoa singular)
  • “Não durmas tarde demais.” (Imperativo negativo, 2ª pessoa singular)

Em resumo, a forma correta de escrever este verbo é “dormir”, com exceção do presente do indicativo, presente do subjuntivo e imperativo, onde a grafia se altera para “durmir”.

Como evitar erros ortográficos?

Para evitar erros ortográficos, é  fundamental desenvolver hábitos de leitura regular, pois isso ajuda a internalizar a grafia correta das palavras. Além disso, a prática da escrita é fundamental. Sempre revise o que foi escrito, utilizando dicionários ou ferramentas digitais para verificar palavras que geram dúvidas. Conhecer e aplicar as regras de acentuação, prefixos, sufixos e outras normas ortográficas também é crucial. Realizar exercícios de ortografia e ditado pode reforçar o aprendizado. Outra dica importante é não depender apenas do corretor automático, pois ele pode não identificar todos os erros. Anotar palavras que causam dificuldade e revisá-las com frequência ajuda a fixá-las na memória. Finalmente, pedir a outra pessoa para revisar seu texto pode ser útil para identificar erros que passaram despercebidos durante a autoavaliação.
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